Dirigido por Diane Kurys, Por uma mulher é um filme francês que relata a história de um casal sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que construiu uma nova vida na França após a naturalização. Ao receber a visita do irmão dele, a rotina é alterada em uma drama no qual se misturam sentimentos de paixão, amor e lealdade à família e as feridas da Guerra.
Michel (Benoît Magimel) e Lena (Mélanie Thierry) se casaram após ele tê-la salvado em um campo de refugiados. Ele é de origem russa, com um passado no exército e militante político. Ela é de origem judia e uma dona de casa. Ambos tem uma vida tranquila. Com a chegada do misterioso irmão de Michel, Jean (Nicolas Duvauchelle) que trabalha como espião de uma rede antinazista, o clima de amizade e a leve tensão sexual entre Jean e Michel ficam mais evidente mas a lealdade deles à Michel é o empecilho para a consumação dessa paixão.
A narrativa é realizada como uma memória com alternância entre passado e presente. No presente, Anne (Sylvie Testud) e Tania (Julie Ferrier) são as duas filhas de Michel e Lena já adultas. Anne começa a investigar o passado dos pais, o que dá a entender que ela pode ou não ser a filha fruto do adultério entre Lena e Jean. O passado detalha como Lena foi uma mulher amada por Michel, que era um homem batalhador e dono de uma alfaiataria, o que provê uma visão da vida de um casamento que nasceu na Guerra e de refugiados que tiveram que reconstruir suas vidas. A narrativa também inclui um suspense com a chegada de Jean.
Por uma mulher é o título inspirado em um perfume clássico da marca Caron, o Pour une femme, famoso nos anos 30 e marca a presença de Léna na vida desses dois homens, da memória de um momento na vida desse triângulo amoroso. É uma bela história de devoção de Michel à Léna com todas as mágoas até sua morte. Também é uma bela história sobre como Lena casou-se por gratidão e não necessariamente por uma paixão avassaladora, questão que poderia ter sido melhor explorada. Se por um lado, existe esse amor que os uniu em um cenário tão triste como um pós guerra, por outro lado o roteiro perde seu potencial a medida que a diretora não consegue extrair um bom balanço entre o círculo familiar e o triângulo amoroso x o suspense histórico originado de feridas da guerra.
Como a diretora costuma trabalhar com relatos biográficos de judeus e exilados na ficção colocando a mulher no centro (como em seu Coup de foudre), esse trabalho poderia ter sido mais maduro, melhor articulado no drama porque o ingresso de Jean na história traz o componente do Thriller criminal. Infelizmente, a diretora e roteirista não conseguiu elevar esse híbrido tema de amor e guerra à excepcional qualidade. Consequentemente, o filme não é ruim mas não demonstra na direção todo o potencial do argumento. Seu grande diferencial é o trio do elenco com destaque para a consistente atuação de Benoît Magimel que alterou bem o seu físico para esse papel.´
Como a diretora costuma trabalhar com relatos biográficos de judeus e exilados na ficção colocando a mulher no centro (como em seu Coup de foudre), esse trabalho poderia ter sido mais maduro, melhor articulado no drama porque o ingresso de Jean na história traz o componente do Thriller criminal. Infelizmente, a diretora e roteirista não conseguiu elevar esse híbrido tema de amor e guerra à excepcional qualidade. Consequentemente, o filme não é ruim mas não demonstra na direção todo o potencial do argumento. Seu grande diferencial é o trio do elenco com destaque para a consistente atuação de Benoît Magimel que alterou bem o seu físico para esse papel.´
Ficha técnica do filme ImDB Por uma mulher
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Cristiane Costa, MaDame Lumière