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Que Mal eu Fiz a Deus? 2 (Qu'Est-ce Qu'on a Encore Fait au Bon Dieu?, 2021)

 





 #Comédia #Família #Diversidade #Streaming #CinemaFrancês



Uma das novidades da A2 Filmes






Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
 





Não há mais nenhuma dúvida de que o Cinema Francês funciona bem na Cinefilia Brasileira, especialmente com o crescimento do Festival Varilux nos últimos anos e a presença massiva de comédias que se popularizaram na França. Entre elas, Que mal eu fiz a Deus?, dirigido por Philippe de Chauveron, conquistou apreciadores em todo o mundo ao trazer a diversidade familiar alinhada à realidade étnico-social da França. Como ponto de intersecção global, o diretor buscou tratar de temas universais como aceitação, tolerância, respeito, empatia e resolução de conflitos.









Devido ao sucesso do primeiro filme, o que não era uma franquia, tornou-se uma. O projeto ganhou peso com a colaboração dos atores no feedback do próprio roteiro e o sentido da França como lar. Considerando a perspectiva de que a França é mais multiétnica do que Francesa na atual conjuntura, mas ainda assim, conservando o bom humor Francês para a abordagem de uma complexa agenda de diversidade, pode-se dizer que o segundo filme buscou trazer novas problemáticas no seio da família de Claude e Marie Verneuil. O resultado fica dentro da média, porém inferior ao timing cômico, carisma e "novidade" do primeiro filme.




Desta vez, Claude (Christian Clavier) tem que lidar com as decisões matrimoniais de seus genros que desejam deixar a França, logo, a figura do sogro provinciano, invasivo e divertido mantém o alicerce humorístico do pai de família que fará de tudo para preservar todos por perto. Neste sentido, o experiente Clavier tem um papel importante ao lado da esposa (Chantal Lauby) com tiradas cômicas, às vezes tolas para sua senioridade como pais, porém carregadas com um misto de doçura, ingenuidade e desespero, assim, fazendo o contraponto com os diferentes estilos, origens  e ambições dos genros.









A família Koffi representa um núcleo familiar que se relaciona com os Verneuil como novo parentesco, agrega uma distinta camada de humor ao trazer o ator Pascal Nzonzi, outro sogro que, dadas suas raízes Africanas, mantem uma identidade pessoal estrangeira e única, mas também se aproxima de Claude ao representar o patriarca engraçado que quer controlar situações e as crias que não necessariamente serão controladas.




A continuação tende a agradar como um leve entretenimento se o espectador se desvencilhar da primeira parte e permanecer sem expectativas. Em grande parte do filme, Chauveron em parceria com Guy Laurent ainda forçam bastante diálogos para obter risos como retorno e as situações não são significativas o suficiente para sustentar um bom engajamento com a história. De fato, embora a comédia apresente as falhas dos personagens como um ativo irresistível do gênero e o elenco seja bem entrosado, a parte 2 busca criar situações muito mais ligadas à diversidade e ao valor da França para os estrangeiros.  A defasagem é que os diálogos e experiências não são convincentes e envolventes para um filme com tantos personagens.








No mais, o centro da comédia ainda é bastante focado nos personagens masculinos e muito pouco nos femininos, representando ainda uma lacuna narrativa em uma França na qual a diversidade de gênero é igualmente constante. Ainda que, neste filme, há abertura para abordar os afetos da mulher lésbica e da mulher da terceira idade, isso torna-se apenas mais um detalhe coadjuvante para a aceitação e não insere as perspectivas do elenco feminino de maneira equilibrada e participativa. Nesse aspecto, os roteiristas perderam a oportunidade de equilibrar os diferentes papeis de gênero.





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