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  #Comédia #Ação #CinemaAsiático #CinemaChinês #historiasdedetetive #Blockbuster Distribuição Sato Company . Estreia 15 de maio. Em cartaz. ...

 



#Comédia #Ação #CinemaAsiático #CinemaChinês #historiasdedetetive

#Blockbuster


Distribuição Sato Company. Estreia 15 de maio. Em cartaz.


Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 



A franquia de comédia e mistério "Detetive Chinatown" teve início em 2015, apresentando a inusitada parceria entre Qin Feng, um aspirante a policial, e seu excêntrico "tio" Tang Ren, um suposto detetive de Chinatown em Bangkok. Essa dupla peculiar logo se aventura em casos complexos que os levam por destinos vibrantes, como Nova York e Tóquio, nas sequências de 2018 e 2021.








No cinema contemporâneo, é crucial expandir nossos horizontes para além dos circuitos já consolidados de festivais artísticos e independentes, abrindo espaço para novas produções de regiões como a Ásia e a África. Isso se torna ainda mais relevante quando essas obras buscam se aproximar de um público mais amplo com propostas comerciais. A franquia "Detetive Chinatown" é um exemplo vibrante disso. Ela entrega uma verdadeira miscelânea de gêneros – comédia, ação, investigação, um toque de romance e suspense –, que, mesmo em meio ao caos narrativo, consegue resultar num filme despretensioso e genuinamente engraçado. Há um certo toque nonsense que serve como um alívio bem-vindo, desfazendo a pressão por grandes espetáculos cinematográficos e convidando o espectador a simplesmente se divertir.







Chow Yun Fat: queridíssimo no Cinema, e de volta à cena!





Avançando para a trama de DETETIVE CHINATOWN: O MISTÉRIO DE 1900, somos transportados para a virada do século XIX para o XX, na vibrante São Francisco, nos EUA. Lá, o assassinato da filha de um congressista joga o distrito de Chinatown numa turbulência social, servindo como o ponto de partida perfeito para mais uma aventura da franquia. Prepare-se, pois o filme mantém aquele tom característico, mesclando humor e investigação de maneira eficaz, com um novo mistério cheio de pistas escondidas e reviravoltas capazes de prender qualquer um — o que, cá entre nós, funciona ainda melhor na imersão da tela grande!






 John Cusack: oposição aos Chineses nos USA





Para essa nova empreitada, a franquia inova ao trazer seus protagonistas, Wang Baoqiang e Liu Haoran, em papéis inéditos, mostrando a versatilidade desse elenco majoritariamente chinês. Wang interpreta Ah Gui, um caçador criado por uma tribo indígena, movido pela vingança após a morte de seu pai adotivo. Já Liu vive Qin Fu, um médico tradicional chinês e tradutor, cuja lógica afiada e conhecimento médico são cruciais para desvendar o assassinato em São Francisco. A investigação ainda ganha peso com a presença de Bai Xuanling, vivido pelo lendário Chow Yun-Fat (O Tigre e o Dragão), cujo filho é suspeito do crime, e do renomado John Cusack (Quero Ser John Malkovich) como o congressista Grant, marcando sua segunda parceria com o diretor Chen Sicheng. É um elenco de peso que promete entregar diversão e mistério na medida certa!





Zhang Xincheng: o romântico que se apaixona por uma Americana




No que diz respeito ao entretenimento, o filme é uma verdadeira salada mista, entregando um delicioso caos de ação e cenas hilárias. O que é particularmente interessante é como ele consegue, de forma despretensiosa, desconstruir aquele estereótipo do asiático excessivamente discreto, revelando personagens simpáticos e com uma naturalidade que, por vezes, força um pouquinho a barra do humor no roteiro, mas sempre num tom brincalhão que não pesa na experiência. É um humor leve, que alivia o estresse e a cobrança por grandes espetáculos cinematográficos.




Essa "salada mista" vai além, abraçando diversas referências entre Oriente e Ocidente. O filme se destaca por um investimento grandioso na cenografia de época, com uma direção de arte e figurino extravagantes que mesclam heranças europeias, asiáticas e americanas. Tudo isso transforma a projeção numa grande brincadeira de investigação e, ao mesmo tempo, uma voz pela justiça dos injustiçados e excluídos. Assim, temáticas tão delicadas quanto xenofobia e a intolerância entre povos ganham uma dimensão mais referencial, convidando o público a refletir sobre a importância do respeito e da aceitação mútua.







Liu Haoran e Wang Baogiang: parceria inusitada que deu certo!




Embora a narrativa se incline para a ação frenética e as viradas mirabolantes, Detetive Chinatown: O Mistério de 1900 é um blockbuster que promete agradar quem não julga um filme apenas pela capa e busca simplesmente passar o tempo sem grandes exigências cinematográficas. Uma parte considerável do humor do longa, e por consequência da atenção que ele prende, vem do ator Wang Baoqiang. Ele domina as artes marciais e traz um estilo que mistura a agilidade de um Jackie Chan com uma ascendência que, no filme, parece ter raízes chinesas e indígenas, além de poderes quase surreais para a investigação. E sim, pode parecer um exagero na concepção do personagem, mas o filme não tem medo de ser politicamente incorreto em certas cenas, e sua participação é, sem dúvida, o grande chamariz da produção.




(2,5)




Fotos cedidas por Assessoria de imprensa para crítica do filme.

  Lispectorante (2024): Entre o Sonho e a Realidade Feminina Em cartaz no  IMS Paulista - SP #Drama #CinemaBrasileiro #Literatura #ClariceLi...

 


Lispectorante (2024): Entre o Sonho e a Realidade Feminina


Em cartaz no IMS Paulista - SP


#Drama #CinemaBrasileiro #Literatura #ClariceLispector


Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 



Como espectadores, há momentos em que filmes, apesar de ideias promissoras, atores talentosos e uma equipe dedicada, nos deixam com a sensação de que algo na execução se perdeu. Isso acontece, por vezes, quando tentativas oníricas não conseguem se ancorar nas experiências práticas da vida. É uma sensação que Lispectorante (2024) pode evocar. O drama, dirigido por Renata Pinheiro, traz a mais do que especial Marcélia Cartaxo no papel de Gloria Hartman, uma mulher de meia-idade.








Distribuído pela Embaúba Filmes, o longa da diretora pernambucana oferece uma perspectiva feminina sobre o amadurecimento. Ele aborda os desafios da longevidade: a solidão, a carreira e a morte. Nesse contexto, a figura de Clarice Lispector e o casarão em seu nome inspiram a protagonista a viver dias que oscilam entre a esperança dos sonhos e a dura realidade da mulher pós-40 no Brasil.



Gloria Hartman, uma referência ao livro A Paixão Segundo G.H., é um mergulho literário na alma feminina que precisa lidar com as interrogações de um cotidiano ordinário e nem sempre palatável. Com a experiência de Marcela Cartaxo, Gloria demonstra uma humildade e gentileza que tocam o público. No entanto, ao percebemos sua realidade — divorciada, com uma carreira de altos e baixos e dificuldades financeiras —, os sonhos se revelam uma fuga necessária.








Nesse sentido, Lispectorante pode ser percebido como um "shot onírico" que se estende por 93 minutos. Apesar das ótimas ideias, sua execução nem sempre é acessível a todos. A materialização dos planos se mostra itinerante, dificultando que o filme alcance a inventividade e o lirismo de Clarice Lispector de forma mais palpável, o que gera opiniões divididas. Em vez de explorar as referências lispectorianas com uma lógica mais clara, o drama ecoa mais nas camadas visuais de um escapismo — possivelmente uma crise de meia-idade —, com planos que se inclinam mais ao caótico do que ao afetivo, nem sempre promovendo uma catarse emocional efetiva.




Em qualquer adaptação literária, é relevante considerar uma dose de mímesis ou uma releitura clássica que permita ao público conectar-se com as referências. Aqui, há boas intenções partindo das ruínas do casarão de Clarice em Recife. Contudo, a mera presença dessas ruínas, que marcam o tempo com o qual uma mulher como Gloria não consegue lidar, pode não ser suficiente para construir uma narrativa que realmente envolva o público geral.








De forma ampla, Lispectorante utiliza a obra de Clarice Lispector mais como uma ambientação onírica e uma inspiração subjetiva. Isso pode fazer com que alguns espectadores se identifiquem, enquanto outros podem sentir que a presença da escritora foi menos evidente do que o esperado. É fundamental que a arte, mesmo ao explorar a subjetividade, conecte-se com o que é mais humano: a compreensão do ser. Em Lispectorante, a experimentação parece preponderar sobre a memória, e no caso de Clarice Lispector, a memória é questão de identidade — um aspecto que poderia ter sido mais explorado no filme.







Fotos cedidas pela assessoria do filme para crítica do longa.

  Terror Peruano lançado em streaming pela A2 filmes traz a atmosfera de uma casa mal assombrada e traumas do passado #terror #Exorcismo #Ci...

 



Terror Peruano lançado em streaming pela A2 filmes traz a atmosfera de uma casa mal assombrada e traumas do passado


#terror #Exorcismo #CinemaPeruano #CinemaLatinoAmericano 



Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 



Se há um gênero de muitos aficionados espontâneos no mundo, esse é o Terror. Como parte de uma tradição narrativa com o clássico combate entre o bem e o mal, acrescido de figuras de monstros, fantasmas, bruxas e vampiros, a Cinefilia em torno dele carrega uma certa liberdade que flerta com os clichês do gênero. O desafio de um realizador se torna criar uma atmosfera realista e impactante capaz de convencer o espectador, muito mais do que entretê-lo com sustos.







A garotinha Sophia, interpretada por Zoe Arévalo




Nessa seara, é justo dar-se oportunidades para conhecer outras cinematografias de terror que não sejam parte das produções Americanas ou Europeias. Por ser um gênero que tem esquemas bem estereotipados, previsíveis e reutilizados por diferentes olhares, explorar realizadores de outros países é uma forma de observar como se constrói a narrativa do horror em uma determinada cultura. Por exemplo, no Cinema Latino-Americano, especificamente no Brasil, o horror tem atravessado um renascimento com cineastas como Juliana Rojas, Gabriela Amaral Almeida, Marco Dutra, entre outros, que apresentam boas historias pessoais que se mesclam ao medo, paranoia e inseguranças comuns em quem vive no país.






Marco Zunino é o pai. Pouco utilizado no filme




Em Não estamos sós (No estamos solos, 2016), dirigido por Daniel Rodríguez Risco, o ponto de partida é um terreno conhecido dentro do sobrenatural:  uma família em uma casa assombrada em Lima é perturbada por espíritos que sofreram uma tragédia naquela habitação. Em si, a família não tem culpa e apenas deseja ter um recomeço, entretanto, como se vê na franquia de Invocação do Mal (Conjuring), importa muito mais o que os fantasmas sofreram e porque decidiram voltar para se vingar. Com um diretor polivalente que assume a produção,  roteiro e direção e um baixo orçamento, o público verá muito mais seus esforços em criar uma ambientação do terror, com o psicológico da família sendo afetado por barulhos, sustos, perseguições e imagens aterrorizantes.







Fiorella Díaz, companheira e madrasta. 

Mais dedicada e central para impulsionar a possessão.




Embora Daniel Rodríguez Risco tenha experiência como produtor e diretor em filmes que foram melhor avaliados, vale reconhecer que ele não desistiu do gênero e é um fã, assim que cria mecanismos em cena que são caseiros e preservam o chamado "terror raiz", mais focado na influência do sobrenatural e no medo do que em tecnologia e roteiro. Além do mais,  se aproximou de uma tentativa de um "Invocação do mal Peruano" em um filme econômico e objetivo que dura 76 minutos. Com essa duração curta, usou um pouco de cada artefato e sobrou pouco tempo para o exorcismo.





Certamente com sua experiência, ele poderia ter arriscado mais no desenvolvimento dos personagens, em especial no padre que aparece mais ao final e permanece muito distante da realidade daquela família e comunidade. Outra oportunidade seria explorar os elementos culturais do Peru que habitam o imaginário sobrenatural da sociedade. Ainda, um dos ganchos narrativos poderia ter sido explorar os traumas desse passado que assombra a família morta no local, assim como criar ações conflituosas e ativas nos personagens que ainda pouco interagem entre si, levando em conta o deslocamento e rejeição entre as personagens da criança e sua madrasta.











No geral, o filme tende a se aproximar das produções de terror espanhol, em um grau menor de ambição e estilização. Não pela influência da língua espanhola, mas por criar uma ambientação que se pauta na combinação de três elementos: o psicológico, o sobrenatural e o religioso. Com uma atmosfera sustentada pelo medo e angústia, os personagens são jogados em uma espiral de suspense e perseguição e talvez não encontrem mais paz nem dentro de si e nem fora do lar.










  Filme slasher que subverte o clássico conto de fadas da Disney Disponível para locação em streaming. Distribuição A2Filmes Classificação ...

 



Filme slasher que subverte o clássico conto de fadas da Disney

Disponível para locação em streaming. Distribuição A2Filmes

Classificação indicativa: 18 anos



Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação




Por mais simples e atrativa seja a proposta de um novo filme, qualquer produção cinematográfica precisa de orçamento bem projetado ou, no mínimo realista. Para além do budget, o resultado qualitativo depende de uma série de escolhas de roteiro e direção, por isso, há filmes de robusto orçamento que sobrevivem graças à tecnologia e outros de baixíssimo orçamento que sofrem de limitação de recursos.







No caso de A Maldição de Cinderela (Cinderella's curse, 2024) dirigido por Louise Warren, com produção da ChampDogfilms, estamos diante de um filme bem econômico que teve que contar mais com o entusiasmo da produção que com capital. A proposta é um longa bastante underground que revisita a clássica narrativa de Cinderela e, assim, subverte a lógica de beleza e romantismo do conto de fadas, no qual o amor pode superar diferenças sociais e conflitos familiares. Muito mais do que uma maldição que é invocada a partir das humilhações sofridas por Cinderela, estamos diante de uma vingança que combina referências clássicas do horror como A morte do demônio (1981) e Carrie - A estranha (1976).




Na história a odiosa situação de bullying  e inveja se repete e Cinderella (Kelly Sanson) sofre variadas humilhações. As duas meias-irmãs de Cinderela (Lauren Budd e Natasha Tosini) são bastante malévolas e a madrasta (Danielle Scott) totalmente diabólica e insuportável. Qualquer mulher, se pudesse escolher ser vingativa em uma ficção, certamente verbalizaria os três desejos dessa Cinderela.







Com cenas graficamente mais amadoras e de violência gore, o filme demora a ter uma narrativa mais impactante. Ambientado no Reino Unido, inicialmente parece ser uma série antiquada nas primeiras cenas. Depois consegue firmar-se com o climático final, se aproximando das referências com Carrie. Por trás da tragédia pessoal de Cinderela, a subversão do gênero foi uma boa ideia que, se tivesse um excelente orçamento, poderia se tornar um clássico moderno do horror. Longe de sê-lo, deve ser encarado como uma diversão despretensiosa na qual o sapatinho de cristal vira uma arma mortal.




Apesar de bastante limitado em toda narrativa, a intenção da diretora é de uma apaixonada pelo subgênero. Por si só, esse é um ato de crítica a histórias fantasiosas. Apenas uma mulher que não desiste do trabalho seria capaz de colocar esse filme em produção e se expor diante das possíveis críticas.







  #Exorcismo  #Horror #Terrorsobrenatural #streaming Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunic...

 




#Exorcismo  #Horror #Terrorsobrenatural #streaming


Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 


Uma das potentes vias do terror no Cinema é o exorcismo que, baseado no sobrenatural e ação contra o mal, mais precisamente no combate à possessão por demônios, ganhou fãs desde o clássico O Exorcista (The Exorcist, 1973) dirigido por William Friedkin. Se por um lado, o tema desperta a curiosidade e a recepção, transitando entre a crença e a incredulidade de muitos, por outro lado, o subgênero apresenta desafios muito inerentes à sua característica, os chamados clichês do gênero. Aqui eles não deixam de marcar presença por meio de corpos possuídos por feições endemoniadas, vozes estranhas e em movimentos perturbadores.








O Exorcista do Papa (The Pope's Exorcist, 2023) cai naturalmente nesses clichês e, mesmo com a presença do querido Russell Crowe, a expulsão de demônios se esgota no esforço dos efeitos visuais. A diferença é que, tendo como base que foi inspirado nos relatos do exorcista chefe do Vaticano, Padre Gabriele Amorth, falecido em 2016, o longa-metragem merecia um melhor desenvolvimento, inclusive na narrativa, curiosidades  e experiências da vida pregressa do padre.




Na forma como o filme foi roteirizado, Russell Crowe faz o papel de Amorth, um sobrenome bem sugerido, por coincidência ou não, já que lembra sonoramente "A Morte". Como toda função de um exorcista, o Padre é homem de confiança do maior bispo existente na Igreja Católica, o Papa. À serviço de Roma e da Igreja, o compromisso de Gabriele Amorth é genuinamente dar consciência de que o mal existe e deve ser combatido como exercício contínuo da fé.







Com fundamento nesse forte compromisso, ainda que seja apenas um filme, teoricamente haveria matéria de trabalho, ou seja, muito conteúdo a ser explorado considerando que Amorth era conhecido por ter realizado mais de 100 mil exorcismos; entretanto, o roteiro se reserva ao padre expulsar o demônio mais poderoso que se apoderou do corpo de um garoto. Em determinado avanço da narrativa, o espectador descobre o porquê esse demônio representa um mal ocultado pela igreja católica e, é exatamente nesse momento que o filme confirma que a escolha dos roteiristas foi ser breve e superficial.




Tirando mais a lupa e olhando a entrega global do filme, não é uma má experiência, apenas um entretenimento rápido que contou com bom uso visual  dos clichês. Como Amorth escreveu vários livros, entre eles, "Um exorcista conta-nos" e "Novos relatos de um exorcista", que serviram como inspiração para o longa, nota-se uma perda de oportunidade de aprofundar a sabedoria de Amorth no desenvolvimento narrativo. Tal constatação também faz refletir se houve algum impeditivo do Vaticano e/ou da família do padre, respectivamente, de natureza política e emocional, que possa ter interferido na adaptação do filme. 









Russell Crowe não teve muito o que fazer a não ser agir profissionalmente com as ferramentas que lhe foram dadas. Ele é divertido com momentos mais leves como andar com sua Vespa pela bela Itália, beber seu whisky escondido na batina e fazer piadas jocosas como o tio do churrasco. Vê-lo em um papel de exorcista mostra que ele tem a versatilidade para ser um padre e um gladiador e é uma presença bem vida aos cinéfilos.



Ao fim, se há algum aprendizado na história, podemos afirmar que o maligno não está apenas nas dimensões do sobrenatural, mas ele jaz aqui mesmo na terra, na natureza humana e seu dia a dia. Nesse sentido, qualquer filme sobre exorcismo não deve ser subestimado em sua mensagem. Muito além dos sustos e seus previsíveis clichês, filmes de exorcismo nos fazem lembrar que, de fato, o mal existe. Cada um de nós pode combatê-lo pois temos o livre arbítrio de escolher e cultivar o bem. 








Imagens : uma cortesia Sony pictures para divulgação de filmes em veículos de comunicação.






   #Comédia #Família #Diversidade #Streaming #CinemaFrancês Uma das novidades da  A2 Filmes Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crít...

 





 #Comédia #Família #Diversidade #Streaming #CinemaFrancês



Uma das novidades da A2 Filmes






Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
 





Não há mais nenhuma dúvida de que o Cinema Francês funciona bem na Cinefilia Brasileira, especialmente com o crescimento do Festival Varilux nos últimos anos e a presença massiva de comédias que se popularizaram na França. Entre elas, Que mal eu fiz a Deus?, dirigido por Philippe de Chauveron, conquistou apreciadores em todo o mundo ao trazer a diversidade familiar alinhada à realidade étnico-social da França. Como ponto de intersecção global, o diretor buscou tratar de temas universais como aceitação, tolerância, respeito, empatia e resolução de conflitos.









Devido ao sucesso do primeiro filme, o que não era uma franquia, tornou-se uma. O projeto ganhou peso com a colaboração dos atores no feedback do próprio roteiro e o sentido da França como lar. Considerando a perspectiva de que a França é mais multiétnica do que Francesa na atual conjuntura, mas ainda assim, conservando o bom humor Francês para a abordagem de uma complexa agenda de diversidade, pode-se dizer que o segundo filme buscou trazer novas problemáticas no seio da família de Claude e Marie Verneuil. O resultado fica dentro da média, porém inferior ao timing cômico, carisma e "novidade" do primeiro filme.




Desta vez, Claude (Christian Clavier) tem que lidar com as decisões matrimoniais de seus genros que desejam deixar a França, logo, a figura do sogro provinciano, invasivo e divertido mantém o alicerce humorístico do pai de família que fará de tudo para preservar todos por perto. Neste sentido, o experiente Clavier tem um papel importante ao lado da esposa (Chantal Lauby) com tiradas cômicas, às vezes tolas para sua senioridade como pais, porém carregadas com um misto de doçura, ingenuidade e desespero, assim, fazendo o contraponto com os diferentes estilos, origens  e ambições dos genros.









A família Koffi representa um núcleo familiar que se relaciona com os Verneuil como novo parentesco, agrega uma distinta camada de humor ao trazer o ator Pascal Nzonzi, outro sogro que, dadas suas raízes Africanas, mantem uma identidade pessoal estrangeira e única, mas também se aproxima de Claude ao representar o patriarca engraçado que quer controlar situações e as crias que não necessariamente serão controladas.




A continuação tende a agradar como um leve entretenimento se o espectador se desvencilhar da primeira parte e permanecer sem expectativas. Em grande parte do filme, Chauveron em parceria com Guy Laurent ainda forçam bastante diálogos para obter risos como retorno e as situações não são significativas o suficiente para sustentar um bom engajamento com a história. De fato, embora a comédia apresente as falhas dos personagens como um ativo irresistível do gênero e o elenco seja bem entrosado, a parte 2 busca criar situações muito mais ligadas à diversidade e ao valor da França para os estrangeiros.  A defasagem é que os diálogos e experiências não são convincentes e envolventes para um filme com tantos personagens.








No mais, o centro da comédia ainda é bastante focado nos personagens masculinos e muito pouco nos femininos, representando ainda uma lacuna narrativa em uma França na qual a diversidade de gênero é igualmente constante. Ainda que, neste filme, há abertura para abordar os afetos da mulher lésbica e da mulher da terceira idade, isso torna-se apenas mais um detalhe coadjuvante para a aceitação e não insere as perspectivas do elenco feminino de maneira equilibrada e participativa. Nesse aspecto, os roteiristas perderam a oportunidade de equilibrar os diferentes papeis de gênero.





  #MostraSP #45ªmostra #45mostra #FestivaisdeCinema #EuvinaMostra De 21 de Outubro a 03 de Novembro Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogue...

 


#MostraSP #45ªmostra #45mostra #FestivaisdeCinema #EuvinaMostra



De 21 de Outubro a 03 de Novembro




Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação





Quando ficções científicas buscam conciliar complexas emoções com a grandeza das possibilidades cósmicas, o risco do realizador tende a ser maior para abarcar a relação entre linguagem cinematográfica, narrativa e sentido na recepção da obra. Considerando este tipo de risco, determinadas direções de Cinema devem ser prestigiadas em função da coragem e esforços em realizar uma produção audiovisual diferente do convencional encontrado nas cinematografias do país de origem.










É o que acontece no primeiro longa-metragem do diretor Português Carlos Amaral. Conhecido por sua competência em efeitos visuais e curtas como Longe do Edén (2013) e Por Diabos (2016), em Mar Infinito (Infinite Sea, 2021) ele realiza uma distopia na qual Pedro (Nuno Nolasco) busca partir para a colonização de um novo mundo, transitando em uma viagem espacial entre sonhos e realidade. Neste processo, ele conhece e se envolve afetivamente com Eva (Maria Leite) que o ajuda a encontrar o seu propósito.





Com o excelente expertise audiovisual de Carlos Amaral, ele teve autonomia para transformar seu filme em um espetáculo visual na seara do Cinema Independente. A direção de Arte é autoral e minimalista na medida exata para encantar o público, desta forma, abrindo espaço sinestésico para outras sensações através céu, do mar, dos corpos solitários e apaixonados, da beleza expressiva de Pedro e Eva. Construído com paleta de cores em azul e cinza, o mundo distópico em cena une dois extremos que conectam a solidão e a busca por um mundo novo, diferente e incerto.










Pedro foi deixado para trás. Em um percurso de Êxodo, ser esquecido e enfrentar um esvaziamento existencial que convive com dúvidas, frustrações e possibilidades não é um trajeto fácil. Assim, a personagem de Eva surge como afeto e companheirismo em uma viagem intergaláctica que é bem anterior ao se mover a um outro planeta. Trata-se de  uma travessia existencial, humanista, auto reflexiva. E a partir desse aspecto, o filme foi uma realização de risco. Corajosa, mas que deixou uma sensação de incompletude.










Durante a projeção, visualmente, a narrativa é envolvente. Atores belos e com química sexual, fotografia deslumbrante, direção audaciosa. Porém, a todo instante, o roteiro não propõe um real engajamento com os conflitos do personagem. São palavras e textos aleatórios que se misturam com um Pedro perdido em um tipo de limbo.  Desta forma, por mais hipnotizante que seja o visual do longa, a sensação de incompletude é recorrente. É como se o diretor precisasse de um pouco mais de tempo ou lapidação do roteiro para entregar a potencial profundidade humanista do seu argumento.





Ainda assim, Mar Infinito é um trabalho que merece ser visto e prestigiado, legitimando que Carlos Amaral tem ousadia como realizador. Ele poderá vir a entregar trabalhos futuros que reúnam diferentes formas de conceber os espaços do sci fi  com a realidade social, histórica e existencial. Seu primeiro longa é sobre travessias entre o novo e o velho. Se observado tendo em vista o contexto atual do mundo e, especificamente de Portugal, as confusas emoções de Pedro têm muito a ver com as frustrações e incertezas de inúmeros cidadãos.





(2,5)


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