O Visitante , com roteiro e direção de Thomas McCarthy poderia ser uma história de todos nós, talvez mais de uns em detrimento a outros. ...
O Visitante (The Visitor) - 2007
Um filme, uma canção por Madame Lumière a combinação inesquecível para uma nostálgica emoção Se há um músico que me emociona intensamente co...
Um Filme, uma canção: Pearl Harbor (2001), Tennessee de Hans Zimmer
"Oh Rafe, tudo que eu sempre quis para nós era ter uma casa e que envelhecéssemos juntos para sempre, mas a vida nunca me perguntou o que eu queria. Agora eu darei meu coração inteiro para o Danny... mas eu acho que eu nunca mais olharei um pôr do sol sem pensar em você... Eu te amarei por toda minha vida."(Citação de Evelyn para Rafe)
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Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière
"I went into the woods because I wanted to live deliberately. I wanted to live deep and suck out all the marrow of life... to put to ro...
A Emblemática Citação da Semana: Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) - 1989
"Eu fui à floresta porque queria viver deliberadamente. Eu queria viver profundamente e sugar toda a essência da vida. Eliminar tudo o que não era vida. E, não, ao morrer, descobrir que não vivi."
de Henry David Thoreau em Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir)
MaDame Lumière deseja aproveitar cada dia intensamente,
sugar a essência da vida, a fonte do Carpe Diem
o bálsamo da extraordinária vida.
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Adaptada em 1961 no cinema grego, a tragédia Antígona de Sófocles foi dirigida por Yiorgos Tzavellas e estrelada pela divina Irene Papas co...
Literatura no Cinema: Antígona de Sófocles em Antígona de Yiorgos Tzavellas (1961)
A beleza de Antígona está em dramatizar o drama da condição humana, que é a luta pela liberdade. Liberdade que é podada pela tirania do Estado. A figura de Creonte como soberano e sua atitude só reforça que não há liberdade, mesmo que o discurso dos poderosos seja democrático. Não há liberdade na intolerância. Antígona expressa este inferno que aprisiona evocando antes de sua morte: "Sem que alguém cante o himeneu por mim, sem que na alcova nupcial me acolha um hino, caso-me com o negro inferno". Este foi seu clamor antes de ser enterrada viva em uma caverna. Infeliz Antígona, ainda que defendera a família, é enterrada injustamente sem gozar a vida, sem filhos, sem esposo e até sem as honras de um funeral. Esse era o negro e eterno inferno ao qual ela se referia, mas o mesmo negro inferno seria vivido em vida, com a tirania de Creonte e,consequentemente, a falta de liberdade. É interessante observar como os heróis trágicos não têm saída e devem viver a tragédia de seus destinos. Mais interessante é saber que os propósitos trágicos são alcançados tanto nos heróis quanto na audiência. O efeito catártico, de temor e piedade queima em nós como se não fossemos senhores de nossos destinos muito menos culpados pelas nossas desgraças. Assim sentimos piedade pelas Antígonas, Édipos e Medéias da vida. Assim sentimos piedade por todos nós.
periodicidade mensal
Saudações Cinéfilas e Literárias
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Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière
O poder da dúvida é um dos mais desgastantes que existem. Desgastante para quem duvida de alguém, desgastante para quem é posto em dúvida....
Dúvida (Doubt) - 2008
O roteiro de Shanley materializa a arena de dois titãs : Streep e Hoffman, em diálogos longos e inteligentes, magnificamente bem interpretados que coloca em pauta a dúvida. E a dúvida em si torna-se uma manifestação muito mais demoníaca na performance de Streep. Ela chega a fazê-lo de uma forma tão convicente, reforçada pelas expressões nos rostos do elenco principal que sugerem um ponto de interrogação e detalhes no ambiente que abrilhantam a atmosfera dramática que é impossível não se reunir ao time de Dúvida. O espectador é levado a esta arena e Hoffman rebate Streep com tanta sabedoria que não sabemos quem é o errado da história. O padre é um pedófilo ou não? Ele é inocente ou culpado? Qual a fronteira entre o pastoreio De um padre sobre uma criança carente que vê nesse padre um grande amigo? A maldade está na cabeça de Irmã Beauvier ou não? Dúvida é um filme complexo porque o ato de julgar e/ou sugerir uma culpa em outro alguém é uma faca de dois gumes, ou seja, o mesmo que julga pode enforcar o próprio pescoço e ser culpado por julgar, ou seja, a sua dúvida é uma dúvida, principalmente quando se está julgando um padre, o intermediário entre Deus e o povo na fé Católica, tal ação se torna controversa, por isso não há dúvidas de que Dúvida é um grande espetáculo polêmico que deixa o espectador com dúvidas do começo ao fim. Dado os escandâlos que já colocaram padres como réus em crimes de pedofilia, parece que sempre há uma suspeita natural sobre esse público, um pré-julgamento que, independente do filme, já permite previamente afirmar que Irmã Beauvier pode estar certa. Mas Irmã Beauvier é uma beata perigosa maledicente ou somente vítima de sua própria fé cega? Mais uma questão para reflexão, afinal, ela também evidencia um sofrimento ao expressar sua dúvida mesmo que mantenha o pulso firme em desconfiar do padre. Talvez ela não tenha tanta certeza, só não tem coragem de assumir sua incerteza. Por isso, Dúvida é uma película que coloca em pauta certezas e incertezas, bem e mal, e formidavelmente, a aproximação entre a dúvida e a certeza que são como imãs, como co-dependentes um do outro nesse processo de julgamentos e interpretações.
Dúvida tem outras grandes virtudes como filme, muito além de trabalhar estes limites delicados e ter as excelentes atuações de Streep, Hoffman, Adams e Davis (esta última em uma das mais curtas e vibrantes interpretações de uma atriz coadjuvante no cinema, como a mãe do aluno negro e merecidamente indicada ao Oscar). É um Filme que tem a veia teatral de emblemáticos embates de personagens como ocorrido com Streep e Hoffman, mas sem a cara completa de um teatro. Também é um filme que opõe uma freira tradicional e um padre modernizado, o que (in)diretamente, traz uma reflexão mais contemporânea como está a igreja atual. Em meio a dúvidas que incriminam, já em um discurso, a índole de uma autoridade eclesiástica mais “liberal” partindo de uma outra figura tradicional da instituição, tal fato põe em dúvida como os dogmas têm sido exercidos dentro da igreja. O interessante nesse aspecto dogmático é que dogmas já separam o certo do errado e são pregados como verdades inquestionáveis, mas será que Deus julgaria padre Flynn como irmã Beauvier o fez? Que tipo de fé absoluta é essa que é capaz de acusar um líder religioso sem ter provas? Independente se o padre infrigiu a lei ou não, isso será uma dúvida eterna em Dúvida, ele não está sendo defendido afincamente nem por ele próprio.A única certeza aqui é que a convicção da certeza talvez seja o maior erro de qualquer autoridade religiosa (e qualquer pessoa) que se predispõe a apontar o dedo, duvidar e/ou acusar outro alguém que segue uma fé ou conduta diferente, por isso, Dúvida traz outros questionamentos em um plano mais profundo e realista, em especial, como nossa fé e exercício da fé são colocados em dúvida.
Título original: Doubt
Origem: EUA
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Diretor(a): John Patrick Shanley
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No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
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Cristiane Costa, MaDame Lumière
Indicado Oscar 2010 - melhor filme melhor roteiro original Resenha integrante da Maratona Oscar 2010 por MaDame Lumière. Glamourize-se ante...
Um Homem Sério (A Serious Man) - 2009
melhor roteiro original
Resenha integrante da Maratona Oscar 2010
por MaDame Lumière.
Glamourize-se antes da premiação
com MaDame.
Atenção à sugestão: Leia essa crítica somente se já tenha assistido o filme.
O judeu Larry começa sua saga tenebrosa quando seu casamento começa a afundar repentinamente. Sua esposa Judith (Sari Lennick, sinistra) o aborda friamente e diz que está com outro homem, Sy Ableman (Fred Melamed, ótimo e, ironicamente intitulado na película como "O homem sério"). Ela deseja o divórcio urgente e pede para que ele saía de casa. Ele se muda para um hotel levando seu problemático irmão, Arthur (Richard Kind) no seu encalço. Seu filho rebelde Danny (Aaron Wolff, hilário) gosta de fumar um baseado, ouvir música na sala de aula, roubar a grana da irmã e está às vésperas do seu Bar Mtizvá (que é um ritual religioso judaico de passagem do jovem para a maturidade). Sua filha Sarah (Jessica McManus) é um jovem estranha que pensa só em fazer uma plástica no nariz. Enfim, uma família complicada, sem diálogo e sem harmonia na qual cada um cuida da própria vida. Larry também está com problemas no trabalho com um aluno imigrante que tem péssimas notas e nitidamente deseja suborná-lo, ele se vê pressionado a colocar em risco sua ética profissional, além de estar sob avaliação da comissão da universidade que está aferindo se ele merece ou não sua estabilidade no cargo e que vem recebendo cartas anônimas que põem em risco a reputação de Larry. Ele está com múltiplos problemas que são formidavelmente colocados em cena com direito a umas gargalhadas obscuras na platéia, afinal, rir da desgraça alheia faz parte do entretenimento Coen(iano), e a todo momento, Larry parece caminhar à sua própria condenação, seja na relação familiar, comunitária e profissional, ele é sempre testado com uma nova incógnita.
O caos de Larry leva-o a tomar uma decisão: buscar ajuda pastoral dos rabinos. Nas tentativas, as mais engraçadas possíveis, ninguém tem uma resposta para Larry, embora haja diálogos que levam o espectador à reflexão, a de que não há uma resposta, nunca ninguém a teve, não seria diferente agora, confirmando a frase de abertura da película: "Receba com simplicidade tudo o que acontece com você. Por isso, Um Homem Sério é tão rico em suas pobres respostas porque, de fato, na tentativa de ser "um homem sério" somos assolados pelo caos como se a lei de Murphy fosse parte principal do processo de provação e acontecesse bem mais com pessoas íntegras. Vale a pena ser um homem sério? Eis a questão. Além disso é sabido que seguir um credo mesmo que seja o credo na própria vida é também sofrer, não ter controle sobre tudo e muito menos entender sobre tudo seja no campo terreno seja no campo espiritual, a verdade é nua e crua, assim com os personagens dos irmãos Coen, estamos entregues ao destino, seja ele divino ou não. Nesse aspecto, o filme é muito funcional porque não há um ser humano normal que não tenha vivenciado situações difíceis e incompreensíveis. É natural do ser humano questionar. Uns reclamam mais , outros menos, uns buscam ajuda espirtitual somente na solidão de suas orações, outros buscam ajuda espiritual com líderes e outras referências espirituais, mas no final de toda a jornada, a velha moral da história serve para todo mundo: provações são necessárias mesmo que pareçam injustiças desnecessárias. Larry se sente injustiçado e isso é intríseco ao ser humano, ninguém gosta de ter a sensação de estar sendo castigado pela vida, nesse ponto, Um Homem Sério é honesto com o espectador ainda que seja dirigido de uma forma cômica para extrair o riso sombrio, a película também consegue ser honesta porque não há superação na vida de Larry, não interessa tal superação nessa obra, o que vale é o aqui e o agora e qual o próximo tormento de Larry que, talvez um dia, encontre sua paz, nunca saberemos assim como nunca saberemos as respostas para muitas de nossas perguntas.
Além de uma clean e belíssima fotografia de Roger Deakins, há performances com grandes sacadas para essa reflexão como palavras do rabino Nachtner (George Wyner) : "estas suas pertubações talvez sejam como dor de dentes"(de fato, elas passam...), "não sabemos de tudo" (exato, inclusive os líderes religiosos), as palavras do grande e inacessível rabino Marshak (Alan Mandell, hilário) citando trecho de Jefferson Airplane (da música Somebody to love) em diálogo com Danny pós Bar Mtizvá, cena que merece atenção no desfecho e é fabulosamente um tapa na cara dos mais caóticos por respostas; assim como a bandeira americana se movendo na aproximação de uma forte tempestade que se torna a metáfora ideal de que no caos da crise que assolou economia americana ninguém teve as respostas que desejava, nem os que não tiveram suas vidas tão impactadas e nem os que viveram o marasmo em sua própria sobrevivência pessoal e familiar, como o desemprego, por exemplo. Esse filme pode parecer inútil em não dar respostas claras e complexas e até apresentar uma visão negativa, no entanto, ocorre exatamente o contrário, Um Homem sério é revelador exatamente por não enganar-nos, logo a sátira funciona como deve funcionar: conta uma verdade simples porém de reflexão profunda. Homens sérios nunca conseguem ser levados a sério como deveriam ser, mas aqui na sublime ironia dos Coen, eles são. São levados a sério para que reflitam se vale a pena continuarem sérios.
Título original: A Serious Man
Origem: EUA
Gênero: Drama, Comédia Dramática
Duração: 106 min
Diretor(a): Joen Coen, Ethan Coen
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Cristiane Costa, MaDame Lumière
A British Academy of Film and Television Arts ( BAFTA ), considerado o Oscar Britânico divulgou seus vencedores, aquecendo ainda mais o ter...
BAFTA 2010 - Os Vencedores do Oscar Britânico
confira abaixo, resumidamente, o que MaDame achou das principais categorias
"Meu favorito era Bastardos Inglórios que infelizmente não foi indicado nessa categoria. Amor sem Escalas era minha segunda opção, porém acho merecido o prêmio mais por causa do trabalho de Bigelow que o filme em si. De alguma forma, encarar a tensão da adrenalina da câmera de Bigelow e a de um militar viciado em guerra é raridade."
Melhor Diretor: Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)
"Estava torcendo por Tarantino ou Bigelow. Assumo que, em um universo tomado por homens, Bigelow fez um excelente trabalho e merece ser a favorita ao Oscar, além do lobby ter funcionado bem. Confesso que é irresistível ver a coroa de Cameron caindo dessa vez. Ele ganhará em outras categorias com o seu Avatar, então é justo ceder um pouco do sucesso à sua ex esposa que, aliás, tem luz própria."
Melhor Ator: Colin Firth (Direito de Amar)
"Aconteceu o que eu tanto desejava, Colin Firth ganhar sobre o favorito Jeff Bridges(que também é formidável) . Firth precisou superar muito mais o estigma de engomadinho de comédias românticas, além de Direito de Amar ser o primeiro trabalho do empreendedor empresário e estilista Tom Ford e ter uma temática homossexual, tudo a la Tom Ford."
Melhor Atriz: Carey Mulligan (Educação)
"Sem Sandra Bullock no BAFTA, Carey Mulligan reina maravilhosa na sua Inglaterra. A única que poderia tirar-lhe o prêmio era a diva Meryl Streep por Julie & Julia, mas Mulligan entregou mais performance em sua Jenny do que caracterização. O seu papel a ajudou."
Melhor ator coadjuvante: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)
"Ich liebe Waltz", é tudo o que posso dizer sobre o invencível ator coadjuvante mais principal do momento. Inteligente atuação, sempre versátil e elegante como Hans. E que venha o Oscar!"
Melhor atriz coadjuvante: Mo'Nique (Preciosa)
"A interpretação mais visceral dentre os candidatos ao BAFTA e ao Oscar. Mo'Nique está tão maravilhosamente odiosa para ser amada pelas premiações. E que venha o Oscar também!"
Melhor filme estrangeiro: Um Profeta, França
"Um milagre que pode ser compreendido: Um Profeta batendo no favorito A fita branca, de Haneke. Não é superior ao filme alemão, mas é um excelente trabalho sobre as questões étnicas na Europa, com uma forte abordagem de um herói que cria suas próprias leis de sobrevivência. E esse herói é o mais anti herói no estigma social: um presidiário de origem árabe. Será que vai dar zebra no Oscar?
Melhor animação: Up Altas aventuras
"Sensível, adorável, supremo e com excelente trilha sonora
que também venceu merecidamente o BAFTA. Vai ganhar o Oscar com o selo da qualidade Pixar."
Melhor roteiro original : Guerra ao Terror
"Mil vezes o roteiro de Bastardos Inglórios, mas melhor ver
Guerra ao Terror ganhando do que Se Beber não case.
Seria capaz de me alcoolizar se isso ocorresse."
Melhor roteiro adaptado: Amor sem escalas
"Clap, clap, clap. Reitman realiza um roteiro conciso, totalmente preciso
e coerente com a modernidade do livro. Estou na torcida do Oscar por ele."
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No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
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Cristiane Costa, MaDame Lumière
Indicado Oscar 2010 melhor ator coadjuvante "Woody Harrelson" melhor roteiro original Resenha integrante da Maratona Oscar 2010 p...
O Mensageiro (The Messenger) - 2009
melhor ator coadjuvante "Woody Harrelson"
melhor roteiro original
Resenha integrante da Maratona Oscar 2010
por MaDame Lumière.
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com MaDame.
Will é o militar que acabou de voltar da Guerra do Iraque e está se recuperando dos ferimentos de guerra que atacaram principalmente a sua visão. Inicialmente, Will é um homem muito isolado, estranho, endurecido pela guerra. Tendo escolhido a vida de militar, ele perdeu a namorada de adolescência Kelly (Jena Malone) que ficará noiva de outro homem. É um solitário e, estando de volta, recebeu um "prêmio", agora foi escalado pelo superior a desempenhar a função de mensageiro. Por outro lado, Tony é o militar que tem o expert de mensageiro e é responsável pelo treinamento de Will na nova função. Inicialmente, Tony é um homem durão, machão, com um senso de humor piadista (Harrelson, sempre ótimo) e nem parece ter feridas de guerra a não ser sua recuperação no Alcóolatras Anônimos dado que o alcoolismo é um dos dramas de ex veteranos de guerra.Will e Tony começam a trabalhar juntos nessa triste ocupação e o Mensageiro expõe o drama das famílias cujas cenas são um dos melhores atrativos desse filme. As reações são diversas que vão desde a negação, passando pela agressão e a aceitação até a falta de ação e também muitas lágrimas e gritos de dor. Esses enquadramentos de cena são muito bem realizados porque não soam melodramáticos e apelativos mesmo que sejam dramáticos. As escolhas de cena conseguem variar os tipos de comportamentos familiares em uma situação in(esperada) e projeta o espectador na veracidade de tal forma que é possível imaginar como reagiríamos se estivéssemos no lugar de Will e Tony ou no lugar das famílias. Além disso, através dessas situações de mensageria, pouco a pouco, Will faz uma imersão nesse novo universo profissional mas é também catalisado por ele no nível pessoal. Quebra o protocolo em alguns momentos ainda que realize sua tarefa com aptidão e, seu maior rompimento com o protocolo ocorre quando ele se interessa pela viúva de um morto, Olivia Pitterson (Samantha Morton, em excelente atuação e responsável por uma das mais verdadeiras cenas sobre o quanto a guerra afetou o seu casamento e o seu ex marido).
Embora o respeito ao militar morto é mantido, ou seja, Olivia e Will não se envolvem sexualmente (por sinal, muito inteligente porque o roteiro preferiu manter o respeito à instituição do Exército através da dor de uma viúva), eles sentem uma atração irresistível um pelo outro e se aproximam. Essa aproximação é tão contida que acaba se tornando sensual, tem um lado proibitivo que tensiona as cenas entre eles, que deixa a espectativa se o romance vingará ou não nas próximas cenas. O enredo não é baseado nessa nova relação, no entanto, foi a partir desse envolvimento emocional de Will com uma mulher é que ele começa a mudar seu comportamento. Algumas perdas passadas vêem à tona, ausências também e, então, as dores passadas começam a aflorar. Will lembra da ausência dos pais que não lhe deram o amor devido, do distanciamento com Kelly que não poderia esperá-lo para sempre após seu alistamento militar, da dedicação ao Exército que destruiu o seu corpo debilitando sua visão. No outro lado, Tony lembra do desejo de ter um filho, de sentir falta de uma mulher,de sentir-se solitário. De repente, os dois racionais mensageiros se tornam dois seres emotivos, então tal reviravolta valida que Will e Tony são dois homens que, em meio ao drama de ser mensageiro, tiram suas expressões duronas e mostram suas fragilidades. Olivia também representa um importante ponto de vista feminino, o da mulher de um militar. Aquela que vivia sob a demanda das mudanças locais do marido à serviço do exército, a que era deixada para trás quando o marido era chamado à um combate, a que já não reconhecia o próprio marido após a guerra, a que de repente se vê viúva mas já o era há muito tempo, a que agora terá que criar sozinha um filho orfão de pai militar morto em favor de uma Nação. Sem dúvidas, a participação coadjuvante de Samantha Morton em O mensageiro torna o filme muito mais atrativo.
O Mensageiro é mais um drama dos desdobramentos da guerra no homem, no entanto o que o torna um bom filme é exatamente as belas cenas das reações familiares quando elas são avisadas da morte de seus entes queridos e, em especial, como os mensageiros não escapam aos fantasmas da guerra,sejam os deles, sejam os novos fantasmas que os acompanham à medida que eles notificam o falecimento de militares. Não há como escapar da guerra ainda que seja como mensageiro e, por desempenharem um ofício tão ingrato, eles devem ser reconhecidos (o filme não esquece de tal gratidão através da cena com Steve Buscemi). A tarefa de mensageiro é tão complexa quanto estar na linha de frente de um campo minado e exige razão e emoção. Apesar de15% do filme antes do desfecho começar a perder um pouco do foco em função das extensas sequências em que Will e Tony decidem curtir a vida um pouco mais adoidados (até mesmo para lidar com os fantasmas), em sua estreia na direção, Oren Moverman faz um competente trabalho à serviço da reflexão sobre os dramas de guerra exatamente por servir-se desse equilíbrio razão e emoção para entregar essa produção. A câmera tem o realismo necessário a uma contemplação da dor humana, estando ela na mão ou distanciada, ela ainda é a câmera da notícia fúnebre e dos fantasmas da guerra. A película também vale a pena ser vista pelas atuações e pela oportunidade de se colocar no lugar de mensageiros e famílias. Nenhum familiar precisa estar em uma guerra bélica para recebermos uma má notícia de luto. A guerra cotidiana está aí para todos e só nos resta rogar com fé para que nada de mal aconteça a nós e a nossos queridos.
Título original: The Messenger
Gênero: Drama, Guerra
Duração: 105 min
Diretor(a): Oren Moverman
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Indicado Oscar 2010 - melhor filme melhor atriz principal "Carey Mulligan" melhor roteiro adaptado Resenha integrante da Maratona...
Educação (An Education) - 2009
melhor roteiro adaptado
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por MaDame Lumière.
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Um belo dia ela encontra um homem muito mais velho que ela, na faixa dos mais de 30 anos, o judeu americano David (Peter Sarsgaard, ótimo), charmoso, carismático, influente e muito experiente a ponto de seduzí-la na medida certa, com toda a gentileza e fascinação que os homens mais maduros exercem. David circula com um casal de amigos muito sedutores: Danny (Dominic Cooper) e Helen (Rosamund Pike) que conhecem o glamouroso prazer da vida noturna e das viagens. Com isso, Jenny é seduzida por essa "alternativa educação do mundo", à propósito, muito mais interessante do que sua vida sem graça. Ele a leva a concerto de música clássica, leilão, restaurante, viagens, enfim, David é o cara (quase) perfeito que, pelo menos, uma vez na vida (ou sempre) toda mulher, jovem ou madura, desejou. Sedutor, impetuosamente um libertário. Além disso, a presença de David ajuda o espectador a entender o relativisimo de algumas condutas machistas advindas de pais como Jack, ou seja, partindo das mentiras boas de lábia de David, Jack começa a soltar a filha pouco a pouco de suas rédeas, afinal David apresenta ser um homem mais velho, bem sucedido e que ganha a confiança de Jack, por que não permití-lo ser tão próximo à filha e levá-la para viajar mesmo que ela perca algumas horas de estudos de latim ? Mais um exemplo de que o que menos importa é o que Jenny acha, Jack, como todo pai , também tem que achar algo. Nesse aspecto, embora filmes com enfoques distintos, Educação revisita a educadora faceta feminista em uma sociedade machista como O Sorriso de Monalisa. Jenny também é a aluna inteligente de notas excepcionais e futuro brilhante, a diferença entre estes filmes é que ela não sonha em ser dona de casa e nem casar com um homem rico, ainda que essa opção venha a surgir-lhe.
A partir desse contexto, Jenny se apaixona pelo playboy David, ele a inicia sexualmente e ela amadurece o suficiente para questionar mais ainda se o que ela deseja é seguir o caminho de Oxford ou levar um estilo de vida que não priorize escolhas tradicionais e previamente planejadas. Essa educação mais complexa e os seus desdobramentos no ritual de passagem de Jenny é o mote do longa metragem e, por ser uma educação tão essencial a qualquer jovem, ou seja, "vivenciar a vida fora da escola e sofrer os sabores e dissabores dessa experiência" é que Educação consegue ser um filme com um atemporal e contemporâneo apelo, em especial, porque não se prende a carregar levianamente o envolvimento de Jenny e David com taras sexuais entre um homem mais velho e uma jovem garota (com exceção de duas cenas ridículas nos quais David a chama de um personagem infantil e ainda coloca uma banana no meio de um diálogo. Confesso que odiei essas cenas de mau gosto, a primeira mais parecia uma insinuação pedófila que, provavelmente, causará controvérsias nos mais tradicionais). Ainda assim, Educação consegue equilibrar iniciação, paixão, ilusão, desilusão e amadurecimento até mesmo nos assuntos do coração e, no transcorrer do filme, vemos que existem vários Davids por aí (que algumas mulheres já tiveram o prazer e o desprazer de conhecê-los, por isso o filme também não deixa de ser um alerta às ingênuas garotas). Jenny tem alguns embates clássicos com o seu pai, a professora Stubbs (Olivia Williams) e a diretora da escola (Emma Thompson, em curta mas ótima performance) e, de alguma forma, este choque não é nada diferente daqueles momentos questionadores que todo jovem tem(e até mesmo adulto) que deseja uma vida mais independente. Jenny quer viver a vida dela da forma mais sincera possível. É um direito dela. Logo por mais que terceiros opinem contra ou a favor, o processo de amadurecimento em Educação a partir do envolvimento com David será fundamental para que ela reveja o paralelismo entre a educação escolar e familiar e a educação vivida fora da escola e da porta de casa, e assim, tome as decisões que melhor lhe pareçam.
Educação é um filme muito bem concebido para ser um reflexo da educação que recebemos em diversos momentos da nossa vida fora do currículo escolar. Todos os dias, à medida que amadurecemos, percebemos que determinado contexto já não se encaixa mais nos nossos anseios e muito menos em nossos revisitados perfis. De alguma forma, Jenny representa esse embate. Valorizar as escolhas mais tradicionais e cômodas, e ao mesmo tempo, ousar ter uma vida intensamente vivida, ser como uma borboleta ou uma águia e fugir das convenções que aprisionam. Esse processo nunca foi fácil, mas Educação torna-o tão belo que é impossível não apreciar a película. Nesse aspecto, Caren Mulligan está excepcionalmente luminosa na sua interpretação e, apesar da sua falta de experiência no Cinema, está bem melhor que Sandra Bullock, a favorita atriz ao Oscar por Um Sonho Possível. Mulligan ficou melhor ainda com o figurino belíssimo de uma Audrey Hepburn moderna e embalada por uma trilha sonora de canções maravilhosas (quando Juliette Greco canta Sous le ciel de Paris, o momento é tão precioso lembrando até mesmo minha querida Piaf e, a charmosa You've got me wrapped around your little finger com Beth Rowley, tão apaixonante que até eu me jogaria nos braços do bonitão David). Pois é, Mulligan consegue evoluir visualmente e interpretativamente na personagem e dar-lhe vida própria no processo educativo com um misto de dócil fragilidade com inteligência e madurez. É tipicamente aquela jovem garota responsável que sempre foi brilhante nos estudos, mas tem um senso de liberdade, de escapismo que é ressonante na vida de muitas pessoas, principalmente na vida das mulheres, por isso o filme tem uma abordagem feminista. Eu mesma sou uma delas, por isso, o filme me foi eficaz porque é tentando viver a vida apaixonadamente que se vive mesmo com o risco de quebrar a cara. Confesso que, desde o trailer até a exibição da película, eu me vi em Jenny não por ter passado pela situação dela, mas porque tive outros ritos de passagem inesquecíveis nos quais havia um embate clássico entre a tradição e a inovação, entre ser presa ao chão e ter asas para voar em um céu infinito de novas possibilidades. Com a maturidade, percebi que esse processo é enriquecedor e nunca será fácil porque exige coragem e é doloroso. Há sempre que encontrar um equilíbrio sensato em nossas escolhas. É bom ser libertário(a) mas também é bom sentir-se abraçado(a) pelo cálido calor de uma zona de conforto. Educar-se nesse processo é preciso... para encontrar a nós mesmos, nossos sonhos e conquistas.
You got me wrapped arond your little finger
You will see, by my words just how much you mean to be"
(You got me wrapped around your little finger, Beth Rowley)
Ouça algumas músicas da
linda trilha sonora
de Educação
Título original: An Education
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Diretor(a): Lone Scherfig
9 comentários:
Caro (a) leitor(a)
Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière
10 comentários:
Caro (a) leitor(a)
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Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière