melhor roteiro adaptado, melhor edição
melhor efeitos visuais
Resenha integrante da Maratona Oscar 2010
por MaDame Lumière.
Glamourize-se antes da premiação
com MaDame.
Nada melhor em Hollywood do que ter um amigo e padrinho tão competente e influente como Peter Jackson, (da trilogia o Senhor dos Anéis), embora o mérito da direção e do roteiro seja de Blomkap (com o co-roteirista Terri Tatchell), nem sempre é muito fácil estrear um longa-metragem raramente adaptado de um game (Halo da Microsoft), que aborda questões sociais, políticas e científicas e coloca em pé de guerra aliens e humanos, mais difícil ainda é conseguir uma boa recepção da crítica especializada e ser indicado à melhor filme do ano em um primeiro trabalho. Blomkap nasceu com a câmera para a lua (para não dizer outra coisa!). Em Distrito 9, uma nave mãe alienígena defeituosa fica estacionada sob a cidade de Joanesburgo na África do Sul por 20 anos. Diversos alienígenas são encontrados subnutridos na nave e sob ordens governamentais são reunidos no Distrito 9, uma área de terrível miséria com vários barracos como um imenso favelão sulafricano. Esses aliens vivem em péssimas condições sendo tratados piores que animais e precisam desocupar o distrito pressionados pelo governo. Além disso convivem com facções locais que roubam suas armas e lhes cobram preços exorbitantes para se alimentar com comida de gato(eca!). Para a tarefa de desocupação do Distrito 9, uma empresa é contratada a MNU (Multinational United) e um líder é designado para realizar as ações de despejo, Wikus Van Merwe (Sharlto Copley, ótima performance), para o azar dele, em uma das ações, Wikus é contaminado por um fluído feito por um alien "cientista" e, a partir de então, se torna uma presa de alto valor para a MNU.O objetivo de tal perseguição a Wikus não é original: ele tem um poder letal que interessa às pesquisas genéticas do governo, afoitas por uma devastadora arma política de genoma homo sapiens e alienígena.
Distrito 9 é um filme que poderá conquistar ou não o seu interesse nos minutos iniciais. Nesse momento, a direção enfoca as cenas com a câmera na mão em estilo documentário, divididas entre a ação real e os depoimentos que aguçam a curiosidade da platéia. O começo do roteiro marca bem o aspecto do suspense, ressaltando que a narrativa tem uma abordagem documentária que não é intermitente porque, logo adiante, a edição se configura com uma diminuição da abordagem documental. Para tolerá-lo nos primeiros dez minutos, primeiramente há que ter estômago e tolerância visual à pobreza da região e dos alienígenas e, principalmente à forma hostil que são tratados. É uma subjugação gratuita da qual eles não conseguem nem mesmo escapar. Vivem na periferia da periferia de Joanesburgo, e nas primeiras ações de Wikus como o supervisor da desocupação, ele consegue ser ironicamente engraçado com relação aos aliens estabelecendo que o estado de pobreza daqueles seres não vale nada para o governo e nem mesmo para grandes empresas (qualquer semelhança com a realidade é proposital mesmo). Posteriormente, Wikus prova do próprio veneno e encontra uma forma de redenção mas antes disso vive a via crucis que é demandada pelos brutos interesses capitalistas e políticos e nessa jornada letal se aproxima de um bacana alienígena.
Além desta esfera mais individual de Distrito 9 em Wikus, a maior base desse enredo é exatamente o interesse governamental e de grupos locais em obter armas aliens mortíferas e muita da ação será concentrada nesse propósito, por isso Distrito 9 é um bom filme para quem aprecia ficção científica que se mescla às esferas de ambições privadas de grupos poderosos, seja uma gangue de mercenários, seja um grupo de uma grande corporação, seja os poderosos influentes governantes. Essas esferas não são algo tão original no Cinema Americano mas Neill Blomkap consegue revisitar o gênero da ficção científica e imprimir uma qualidade documentária tal como elaborar um arquivo cinematográfico que desmascara e incrimina ações como esta à sociedade. Embora Distrito 9 não tenha me agradado intensamente, e em sua maioria, não alimente diálogos mais elaborados desses grupos e tenha um desfecho abaixo da média do início e clímax do enredo, as proezas bélicas da ação valem a exibição e ganham força baseadas nesses interesses que agora não atacam só a raça humana mas a alienígena também. Distrito 9, uma metáfora ficcional com cosmética não ficcional para mostrar a maquiagem dos homens do mal.
Gênero: Ficção Científica
Duração: 112 min
Diretor(a): Neill Blomkap
Olá Madame!
ResponderExcluirGostei muito de "Distrito 9". Foi umas das melhores surpresas do ano passado. Surpreendente também foi a ousadia da Academia em indicar o filme na categoria máxima - claro, só ocorreu por conta da expansão dos indicados, mas tá valendo. Subiram no meu conceito =)
Também acho que o final não se mantem à altura de seu desenvolvimento, aí o filme deslancha mais para um filme de ação, não é? Achei mesmo que decaiu nesse sentido. Mas a direção de Blomkamp e a estrutura em documental faz o diferencial deste filme. Muito bem executado e inteligente. Analogia ferrenha não apenas ao apartheid, mas à intolerância humana e os anseios das organizaçoes poderosas regidas pelo Capitalismo, como tu mesma disse.
Que Blomkamp não perca o fôlego! =)
ABS!
Olha madame, gostei bastante de Distrito 9. Um filme que me surpreendeu muito. Acho o filme uma bela alegoria sobre preconceito, tolerância e ganância. Além de ser ótima ficção científica, com potencial para uma franquia cinematográfica e expansão para outras mídias. Em um Oscar com 10 indicados, vejo com legitimidade sua inclusão na lista. É, na minha avaliação, um filme muito superior aos dois favoritos (guerra ao terror e Avatar). Tanto do ponto de vista da realização quanto do discurso. Percebi que vc não gostou muito do filme, a bem da verdade ele tem polarizado opiniões. É em última analise uma bem engendrada gama de clichês, mas isso não faz dele um filme ruim.
ResponderExcluirQuanto a montagem do filme, acho-a soberana. Não detectei esse problema de fluidez a qual vc menciona. A opção por largar no meio a estrutura de documentário e se situar na ação é de Bloomkamp. É da direção. Não é falha de montagem. Pode ser uma atitude contestável do ponto de vista da unidade narrativa, mas não incorre em erro de montagem.
No mais, continua a me fascinar o equílibrio que você ostenta na hora de redigir suas criticas. Na minha opinião, o mesmo falta a muitos blogueiros por aí.
Bjs
Adorei a última frase, adorei a frase do meio (nasceu com a câmera pra lua!!!) e adorei as atualizações no blog Madame!!
ResponderExcluirO menu aqui do lado está espetacular!!!
Beijos
Oi Elton: É verdade,o filme se torna bem ação, mas ainda gosto da diferenciação ficcional. Tenho que ser sincera que não sou fã de ficções científicas mas tentei ao máximo ser justa com esta resenha e agradeço o seu reforçado comentário. Para um início de direção em longas, Neill Blomkap foi bem talentoso.
ResponderExcluirAbs!
Realmente, essa estratégia da Academia de indicar filmes que teve apelo popular para ganhar audiência foi boa, hein? rsrsrs.
ResponderExcluirAinda não vi, mas deve ser um bom filme. Não curo muito este tipo de premissa, mas posso me surpreender. rsrs.
Beijos! ;)
Oi Reinaldo: Entendo seu ponto de vista, pelo jeito, esta semana estamos desintonizados haha... sabe que eu gostei de Wolfman? haha. Aguarde minha review. Obviamente o filme não é um espetáculo mas não consegui colocar abaixo de razoavelmente bom.
ResponderExcluirCom relação a Distrito 9, concordo com o que falou, respeito sua opinião técnica mais que a minha porque eu me preocupo mais com o conteúdo da narrativa do que como ela é colocada em ação. Na verdade, talvez eu tenha sido exagerada em dizer a palavra "ERRO", mas o todo do filme, mesmo fora da orquestração, não deixa de ter o pitaco do diretor e acho que a fluidez documentária para mim foi impactada. Pode não ser erro de montagem mas o filme perdeu neste quesito na minha experiência cinéfila.
Eu gostei do filme, mas eu não gostei muito como você mesmo disse. Eu sou menina e meninas não costumam se entusiasmar com ficção científica como vocês, meninos do meu coração rsrs! Realmente como falei para o Elton acima, não sou adicta a estes filmes mas tentei ser o máximo justa nesta review.
Beijo e obrigada pelo elogio. Aprecio o seu reconhecimento.
Oi Eri fofo,
ResponderExcluirObrigada, de todo o coração. Vc é sempre muito gentil comigo. Ah, e eu sabia que você ia gostar da frase da câmera. Bom humor é com a gente mesmo!
Beijo
Oi Mayara,
ResponderExcluirQue bom receber sua visita! Obrigada!
Sim, eles serão bem sucedidos nesta empreitada marketeira. Não posso negar se eu fosse da liderança da Academia, teria apelado também, afinal ibope is money e eles são cobrados por isso, só espero que não sucateiem a importância desse prêmio.
É um bom filme. Acho que os homens têm mais tendência a gostar desses filmes de aliens do que nós, Mayara. De qualquer maneira Blomkap entrega um trabalho de qualidade e espero que ele possa trazer bons produtos a todos nós.
beijos!
Olá Madame!
ResponderExcluirPara mim, distrito 9 me surpreendeu demais. Nunca fui muito fã de ficção científica, mas esse conseguiu me cativar muito. Os alienígenas foram tratados de forma bem humana, e como eu procuro muito um filme com uma boa história, Distrito 9 conseguiu!
Os homens gostam mais desse filme mesmo ;D
Normal!
E para Maquiagem deveria mesmo estar esse filme. Mais uma incoerência do Oscar!
Bjo Madame.
Olá Raphael,
ResponderExcluirSaudades de suas visitas. Que bom ter notícias tuas!
Estou impressionada como vocês, homens, amam uma ficção científica. O filme é bom mas acho que vocês digerem bem mais rápido o filme o que facilita estas evocações de adoração à Distrito 9 rsrs. Tão interessante perceber tal admiração!
Beijo Rapha!!!!!!
You are such a darling! Thanks for the kindness and the elegancy!
ResponderExcluirKS
Yeah, I am a doll, sweetheart! Kisses!
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