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Um filme, uma canção por Madame Lumière a combinação inesquecível para uma nostálgica emoção com resenha integral do filme " Muitas vez...

Um Filme, uma canção: Paixões Violentas (1984), Against All Odds de Phil Collins

Um filme, uma canção por Madame Lumière
a combinação inesquecível para uma nostálgica emoção
com resenha integral do filme




" Muitas vezes o amor é o mais perigoso jogo"


Paixões Violentas é o sensual thriller neo noir que ganhou fãs nos anos 80 por conta de duas questões principais: a incendiária química entre os atores Jeff Bridges e Rachel Ward que têm uma paixão fulminante pondo em risco suas próprias vidas e se deleitando em calientes cenas de sexo em um cenário paradísiaco, e a música título original do filme, Against all odds, composta por Phil Collins, uma das mais aclamadas no topo das paradas de 1984, indicada ao Oscar e Globo de Ouro como melhor canção e regravada por Mariah Carey. Embora o álbum da trilha sonora tenha sido indicada ao Grammy, é a canção de Phil Collins que eleva a película a uma repercussão positiva perante o público que vê em, Jeff e Rachel, um dos casais de amantes mais inesquecíveis da época, disposto a entregar-se ao tesão exacerbado e envolver-se em uma relação bastante passional, afetada por uma rede de intrigas e perseguição.


Como a maioria das perigosas paixões, o relacionamento dos amantes começa repentinamente, em um contexto que dificulta o desenvolvimento da relação amorosa. Terry Brogan (Jeff Bridges) é o ex-jogador do Los Angeles Outwards.Com uma lesão no ombro, ele é demitido, tem dívidas e precisa de dinheiro. Inconformado, ele não desiste de jogar e está empenhado em retornar ao time, porém aceita o serviço solicitado pelo amigo Jake Wise (James Woods), dono do nightclub Palace e apostador nato. Jake é obcecado pela ex-namorada Jessie Wyler (Rachel Ward) que o abandonou e ele a quer de volta, custe o que custar. Terry é contratado para descobrir onde Jessie está e trazê-la de volta à Jake. Além da missão, há uma variável conflitiva: Jessie é filha de Grace Wyler(Jane Greer), proprietária do time de Outwards e uma das mulheres mais poderosas da cidade. Grace é assessorada por um homem de confiança, Ben Caxton (Richard Widmark), padrinho de Jessie e um homem de caráter duvidoso. Jessie não suporta a mãe e não aceita viver com ela, logo é uma fugitiva tanto de Jake quanto de Grace.





"Eu te amo! Você é tudo para mim"


Terry parte em busca de Jessie, a encontra e eles se apaixonam ardentemente, o que atira o ex-jogador em um suspense que envolve políticos, empresários e advogados corruptos, e uma paixão bombástica que encontra o desafeto de Jake. Com a caracterização de uma trama obscura e corrupta na qual há uma femme fatale cínica e audaciosa e um homem desprovido de melhores oportunidades, obrigado a se atirar em atividades ilícitas para se sustentar e que está aos pés desta enfeitiçante mulher, Paixões Violentas foi inspirado no renomado filme noir de Jacques Tourneur, Out of the Past, porém está a milhares de milhas de distância do clássico em qualidade cinematográfica e, principalmente argumentista; o que eles têm exatamente em comum é a presença de Jane Greer que, em 1947 desempenhou o papel da femme fatale Kattie Moffat. A versão de 1984 é um filme novo e não deve ser considerado um bom e autêntico remake. Muito disso em função de que o roteiro e a direção entregam uma produção de baixo orçamento, com um inflamado apelo sensual e um pouco cafona. A metalinguagem é de ordem mais inspiradora do que narrativa, ou seja, eles usam somente artifícios que lembram o noir: como personagens de moralidade fraca e questionável, facilmente identificáveis como ambíguos, nada confiáveis e corruptíveis, uma atmosfera cínica, obscura e violenta sustentada por assassinatos e manobras de traição, uma mulher fatal, misteriosa e desejada que é o centro da paixão ciumenta, um homem desesperado e envolvido em um drama detetivesco. Considerando a estética dos filmes dos anos 80, estas referências no registro e o elenco chave, Paixões Violentas não é um filme ruim e nem descartável, basta esperar o seu desenvolvimento durante a exibição.



"Ele disse que a única maneira de afastá-lo de mim é se eu matá-lo"


Os personagens principais do triângulo amoroso, Terry, Jessie e Jake não fazem feio, pelo contrário, Jeff Bridges incorpora bem o ex-jogador bonito e sarado que, sem dinheiro, é empurrado para uma trama tende a prejudicá-lo e incriminá-lo. Ele relativiza a sua moralidade ao aceitar o dinheiro sujo de um gângster, tal que traga uma mulher de volta aos braços do amante que ela não seja mais. Louco de amor, Terry acaba caindo como um patinho nas mãos dela e no jogo do mal. Rachel Ward desenvolve bem o ar 'duplo' da mulher fatal, um misto de vulnerabilidade com peliculosidade, o que a torna a melhor do elenco. Todos a querem: sua mãe, seu ex-namorado, sua atual paixão. Bonita morena, sexy, apaixonada e impetuosa, ela não teme ninguém, mas ao mesmo tempo, tem aquele C maiúsculo do cinismo, disposta até a se sentar na mesa dos inimigos, mentir e matar, se necessário. James Woods tem jeito de gigôlo barato, obsessivo e ciumento. É como um brega gângster corrupto, falso e competitivo (basta ver a cena da aposta de corrida entre ele e Terry). Como um bom apostador, ele quer ganhar a namorada de novo, fazendo valer que não importa só a aposta, mas ganhá-la ao final nem que tenha que eliminar quem está em seu caminho.





"Será que alguém consegue me amar sem que isso significa vida ou morte?"


Paixões Violentas é um filme que se pauta bastante na paixão de Terry e Jessie e nos desdobramentos deste jogo perigoso. Ele reforça bem as cenas de erotismo que chegam a ser bem ressaltadas em paradisíacos lugares do México e de Cozummel : como fazer amor em uma sauna exótica, um tipo de antiga construção com máscaras antigas em pedra que parecem voyeuristas, e Rachel Ward com o corpo suado e colado ao de Jeff Bridges derramando lágrimas enquanto goza. Os beijos são também bem apelativos que chegam a ser vulgarizados pelos closes exatamente para exacerbar esta louca paixão, por isso, apesar do romance arrebatador não deixar de ser convidativo, o filme tem uma certa breguice que é alimentada por uma trilha sonora que parece de cine privé. Chega a ser engraçado ouví-la durante as cenas sexuais, e a primeira indagação é : Onde está a música de Phil Collins para salvar o filme? Na verdade, o longa-metragem só começa a ser levado a sério quando a trama corrupta é desenvolvida com a passionalidade da relação acrescida de outros elementos noir em efeito sequencial, como por exemplo, quando vemos Terry no nightclub de Jake em direção a uma emboscada traiçoeira que tende a torná-lo ainda mais um fracassado. Logo mais, Terry já está colocando em prática sua obsessão por Jessie, em um misto de 'não vou te abandonar, o que faremos?' e 'porque você está com outro?', logo mais, ele se atraca com
a nata corrupta até o desfecho.




"Você é o único que realmente me conheceu"


A música 'Against all odds' só toca no final, com os créditos. Então por que ela é tão relevante para este filme? É exatamente por ela encerrar a película da forma que encerrou, e não ser muito utilizada não se misturando com a cafonice privé das outras canções. Ela é bela e eficaz para a trilha por conta disso, está em sintonia com a intensa paixão de Jessie e Terry, tem inestimável valor para uma geração de românticos nas décadas de 80 e 90, tendo marcado a história de amor de muitas pessoas. No desfecho, com o close emblemático no rosto de Rachel Ward que sorri a Jeff Bridges, Against all Odds marca esta história de amor com forte aproximação afetiva da audiência, é um momento romântico e esperançoso (a começar pelas últimas palavras de Jeff Bridges, pela tradução literal do título da canção, que é 'Contra todas as probabilidades' e pelo famoso refrão "So, take me look at me now"/Então olhe para mim agora" ); um momento muito relacionado ao que acontece a Terry e Jessie e que eles viveriam a partir daí; e a letra desta linda canção com o olhar de Rachel Ward diz tudo: então olhe pra mim agora, porque somente existe esse espaço vazio, e não restou nada aqui pra eu recordar, só a lembrança de seu rosto...dê uma boa olhada em mim agora, porque eu estarei esperando aqui, e se você voltar pra mim, está indo contra todas as probabilidades,
esta é a chance que eu tenho que arriscar...). Com esta romântica composição, Phil Collins não só agregou um valor afetivo à película através de uma música, como também tornou Against all odds um hit mundial 80's, tão especial que costuma ser conhecida por gente que nunca assistiu Paixões Violentas e, mesmo assim, viveu e/ou deseja viver uma grande paixão.








Avaliação MaDame Lumière



Título Original: Against all odds
Origem: EUA
Gênero(s): Drama, Suspense, Romance, Ação
Duração: 128 min
Diretor(a): Taylor Hackford
Roteirista(s): Daniel Mainwaring, Eric Hughes. Baseado no filme noir "Out of the past" de Jacques Tourneur (1947)
Elenco: Jeff Bridges, Rachel Ward, James Woods, Jane Greer, Alex Karras, Richard Widmark,Dorian Harewood

14 comentários:

  1. OI Madame!

    Sensual thriller neo noir? Hum...estamos na onda do gênero e assistindo obras assim? Rs!

    Eu nunca assisti este filme e agora quero!

    Tenho muitas saudades da Rachel Ward (belíssima) nunca esqueço da professora em 'Fortaleza' e da série ' Pássaros Feridos'.

    Jeff Bridges, me pareceu uma perfeita combinação e adorei a cereja do bolo: Phil Collins!

    Lembro de ter assistido na minha extinta TV a Cabo de gato a fita do Jacques Tourneur. Passou de madrugada (eu coruja) no Cinemax Prime! Mas não estou com absuluta certeza e tenho digressões líricas deste longa, agora que você me lembrou no post, rs!

    Muito bom!!!

    Bjs Dietrich,
    Rodrigo

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  2. Só conheço a ótima música - o filme preciso procurar.

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  3. O nome não me é estranho, mas não, eu nunca vi este filme, rs, mais acho que já ouvi falar dele ou algo assim.
    Estou na onde de filmes 80's não sei porque, ainda mais sendo triller erótico, rs
    A música também era desconhecida para mim.
    Ótimo texto, Madame!

    Abs. =D

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  4. Eu simplismente amo esse filme. Chorei tanto no final, quando o Phil Collins começa a cantar... o final deixa você sem saber se o casal vai ou não ficar junto, e acho que foi por isso que chorei mais..

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    1. Maravilhoso esse filme. Eu, depois de 35 anos, finalmente assisti. A música é linda e inesquecível.

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    2. Amanda, realmente essa canção combina com o casal, ficamos com aquele aperto no coração se realmente o amor vencerá... amar não é fácil, é doloroso demais também.
      Bjs

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  5. Aleí, essa música é um clássico. Linda e marcante demais!

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  6. Gente!!! Após anos amando a música, mesmo sabendo da existência do filme, eu nunca tinha assistido. Hoje, por conta da quarentena, acabei encontrando na Netflix e vi. Depois vim procurar notícias e críticas, acabei aqui. Gostei muito da sua crítica e, realmente, acho que o melhor momento do filme é a cena final, com a música. Enfim, entendi a história dessa música maravilhosa. Valeu pela nostalgia.

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    1. Aline Moura, obrigada pela visita. Essa música fica ainda mais maravilhosa nesta história dramática e sensual, ao mesmo tempo, dá uma dor no coração em ver como tudo se passa. Eu também quero reve-lo. abraços.

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    2. Como ta o título na netflix? Nao encontro!

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    3. Deve ter saído do catálogo. A Netflix é assim, infelizmente.

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  7. O título oficial desse filme é paixões violentas. Ele é bem difícil de encontrar e nunca o vi na netflix. Você terá que pesquisar na internet para ver se tem algum torrent.

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  8. Um dos melhores filme q já assisti maravilhoso

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  9. Um filme maravilhoso. Intenso. Assisti tão logo foi lançado no Brasil.

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