Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunicação Uma característica que chama a ...

O Sequestro (Kidnap, 2017)




Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação



Uma característica que chama a atenção em Halle Berry, ganhadora do Oscar em uma excepcional e inesquecível atuação em "A última ceia" (The Monster's ball, 2001), é sua versatilidade como atriz em filmes drama, de ação e suspense. Transitando entre produções irregulares e outras de previsível boa recepção, ela  também tem uma virtude bem atrativa e divertida: a sua atuação drama queen (rainha do drama).







No seu mais recente longa, "O sequestro" (Kidnap, 2017), dirigido por Luis Prieto, ela personifica uma mãe que, após ver  o filho ser sequestrado em um parque, começa a perseguir os criminosos implacavelmente. No papel de Karla Dyson, ela entra com tudo em um "filme perseguição", uma combinação de road movie com suspense de ação e crime. Muito mais do que uma mãe leoa e  imbatível que apresenta tanto a sua vulnerabilidade como sua coragem, Halle Berry realiza uma performance muito boa em 95 minutos igualmente bem executados.






Este é o tipo de filme que, por trás de sua casca de produção mediana, tem bons momentos e  questões reflexivas a apresentar. Primeiramente, Halle Berry se consolida como uma atriz com excelente perfil para suspense e/ou ação combinadas com uma abordagem mais dramática e heroica. Não à toa que ela estará no próximo John Wick 3, atualmente em pós-produção. No desenvolvimento da história, ela consegue extrair fôlego em diversas cenas que poderiam permanecer apenas  como ridículas e/ou previsíveis demais, entretanto, sua capacidade física, psicológica e interpretativa, até mesmo exagerada no overreacting combina perfeitamente com o desespero de uma mãe que não sabe onde estão levando o filho.



Com boa coesão entre o suspense e a ação, o roteiro de  "O sequestro" é daqueles que exige uma atriz capaz de segurar a responsabilidade como protagonista que responde pela maioria das ações, que deve convencer até mesmo em momentos extremamente perigosos e exagerados e que demonstra suas fraquezas e fortalezas. A parceria entre Luis Prieto e Halle Berry deu muito certo neste sentido. O diretor teve habilidade para dar um ritmo intenso e aproveitar todos os recursos em cena, crescendo no suspense e valorizando o que Halle Berry faz muito bem como heroína e mãe. Desde  os créditos iniciais com fotos da infância de uma criança até uma mãe que enfrenta os sequestradores em uma sequência que lembra os filmes de horror, todas as cenas são bem articuladas ao tempo de duração total com uma edição satisfatória para essa proposta.






O longa se destaca como um ótimo entretenimento para essa temática, pelo menos, tem várias qualidades que farão o público segurar a mão dessa mãe. No meio do desespero de Karla, leva o público à reflexão: o que você faria se sequestrassem o(a)  seu (sua) filho (a) ? Iria até o inferno? Pediria ajuda  esperaria as ações? Estaria disposta(o) a matar, se necessário? Confiaria na polícia? Por mais que a personagem mãe tenha agido de forma inconsequente e absurdamente corajosa em diversas cenas, neste ponto, a decupagem do roteiro foi eficiente pois expõe algumas preocupações e situações recorrentes quando o agir sozinha (o)  e o instinto pela vida são a única força que resta a uma pessoa.


Finalmente, o filme  cumpre seu papel social: a denúncia ao sequestro e tráfico de crianças. Ainda que se apegue a uma ficção em cenas que poderiam levar uma criança sequestrada à morte, como por exemplo, uma mãe que não deixa de perseguir os bandidos que, a qualquer momento, poderiam se cansar disso tudo e ter matado Frankie (Sage Correa) e ela, o maior mérito do longa é sua denúncia. 



Assim, cada vez mais, a população tem que ficar atenta e cuidar das crianças. A maioria das crianças desaparecidas somem em momentos cotidianos que nem sempre as pessoas acham que representam um risco. Esses momentos não devem ser subestimados. 










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Saudações cinéfilas,

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Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunicação Jason Momoa , ator que ganhou...

Perigo na Montanha (Braven, 2018)




Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação




Jason Momoa, ator que ganhou popularidade nos papéis de Khal Drogo (Série Game of Thrones) e Aquaman ( Liga da Justiça) protagoniza "Braven", filme de ação canadense dirigido por Lin Oeding e traduzido no Brasil como "Perigo na Montanha". Na história, ele é Joe Braven, casado e pai de uma menina, dono de uma madeireira e morador nas áreas isoladas e montanhosas do Canadá. Joe também atravessa um momento delicado, cuidando do pai que começa a apresentar uma demência mais severa.


Vivendo em um local tão isolado e com um negócio que envolve transportes de madeiras,  Joe tem o azar de entrar na mira dos traficantes da região, drama que o leva a proteger a família a qualquer custo, assim, a história é de um homem trabalhador e comum que, de uma hora para outra, apresenta suas habilidades físicas, de combate para proteger o lar.






Trata-se de um roteiro bem aquém em termos de conflito, indicando que o filme vale mais a pena pela oportunidade de ver Jason Momoa em ação do que propriamente se envolver emocionamente com a história. Nos créditos iniciais com duração mais extensa, a gélida região é apresentada como um personagem, o local silencioso e entendiante onde a perseguição e luta pela sobrevivência será palco para uma família que estava em paz. Neste ponto, é interessante perceber que, mesmo em lugares aparentemente tranquilos, famílias entram em uma fria.


O problema maior do longa é subaproveitar o conflito, realizando sequências que não têm qualquer preocupação com a qualidade narrativa em elaborar melhor os conflitos entre o protagonista e o vilão, em preparar o terreno para um clímax. Aliás, o vilão Kassen (Garret Dillahunt) é medíocre por ser caracterizado como um apenas homem brutal pela brutalidade e dinheiro, sem qualquer estratégia ou conteúdo psicológico a somar à história.  Desta forma, o filme entra nos eixos apenas nos últimos quarenta minutos quando, efetivamente, a ação  explora os ambientes desta região.





Apesar de não ser um ação completa, envolvente e bem dirigida, um aspecto favorável destes  minutos finais é aproveitar o pouco tempo de duração que restou para o melhor da ação. Embora inexperiente  na direção de longa metragem, Oeding tentou explorar o tempo e espaços ao máximo, o que foi bem desafiador considerando que a região em si é tão mais do mesmo, apenas com montanhas, uma estrada, uma cabana.  Em várias cenas, bastante previsíveis, não há tanta tensão e variedade na ação, o que acaba mantendo o longa como mediano no resultado final.


Outro fato curioso e não convencional é Joe Braven ser ajudado pelo próprio pai que se mostrou um exímio atirador. Então, vem a seguinte indagação para qualquer espectador mais atento: como um homem debilitado e com crises instáveis de demência consegue se dedicar tantos minutos a atirar nos caras maus? Ficção ao extremo e roteiro raso explicam. Sem a presença do pai na ação, Joe Braven ficaria muito solitário também. 


Deficiências no roteiro e direção à parte, Perigo na Montanha é um entretenimento regular para quem gosta de Jason Momoa, ação e não espera um grande filme como retorno. Sobre a atuação do ator, ele cumpre um papel dentro que lhe foi exigido, equilibrando a agressividade do protagonista com a bondade e proteção da paternidade.





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Cristiane Costa, MaDame Lumière