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Rapidinhas no MaDame: Porque o que importa é o prazer da Cinefilia Sobre a história: Ally Darling ( Anna Faris ) é uma jovem solteira que l...

Rapidinhas no MaDame: Qual seu Número? (What is your number?) - 2011


Rapidinhas no MaDame:
Porque o que importa é o prazer da Cinefilia





Sobre a história: Ally Darling (Anna Faris) é uma jovem solteira que lê na revista feminina Marie Claire que "mulheres que já tiveram 20 ou mais parceiros sexuais têm mais chance de ficarem sozinhas para sempre". Quando ela percebe que já transou com 19 caras, ela decide não transar mais e localizar seus ex-namorados para ver se deixou passar o "homem de sua vida". Para ajudá-la na busca pelos ex, ela conta com a ajuda de seu vizinho bonitão, o músico desempregado Colin Shea (Chris Evans).

Opinião Geral sobre o filme: Uma comédia romântica ligeira que, por trás da superficialidade do seu tema sexual e do desespero de uma mulher voltar ao passado para buscar um amor, faz refletir sobre a questão da aceitação do outro, principalmente de uma mulher que já transou com vários homens e que, no mundo real, seria considerada "a promíscua" em um mundo ainda machista. O filme vale a pena mais por esta reflexão temática: o de aceitar o outro com seu relatório sexual extenso do que propriamente pelos atributos de roteiro e direção do longa. Para o gênero, a narrativa ainda é fraca. Segue os moldes da comédia romântica no qual uma mulher não consegue ver que sua felicidade afetiva está perante seus olhos, envolve-se com o galã da história rapidamente, briga com o mesmo e depois percebe que ele é o cara certo. Anna Faris segura mais a atuação, embora parece forçar sua interpretação para ser engraçada. Chris Evans é mais um rosto e corpo bonitos e, como ator, ele ainda não convence.

O prazer: O filme aborda algo muito importante nas relações amorosas: a pessoa tem que ser ela mesma e ser amada pelo que ela é e não pelo que ela fez no passado.

O desprazer: Roteiro ruim. Protagonistas idem. Anna Faris e Chris Evans não tem tanto carisma e nem química para fazer brilhar aos olhos esta comédia romântica e torná-la realmente cativante e inesquecível. Como casal, não funcionou!

Por que vale a rapidinha? Por fazer acreditar que o amor existe e que há alguém que nos aceita pelo que somos, com erros e acertos, defeitos e qualidades. Também traz à tona que nem sempre o parceiro mais bem sucedido é aquele que serve para a gente.

Rendimento:

3 comentários:

Caro (a) leitor(a)

Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.

Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.

No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

Ser um cinéfilo é sentir na pele o que é ser mortal, ou seja, vivenciar o que é bom e o que é ruim na mortalidade dos homens que amam Cinem...

Imortais (Immortals) - 2011



Ser um cinéfilo é sentir na pele o que é ser mortal, ou seja, vivenciar o que é bom e o que é ruim na mortalidade dos homens que amam Cinema. Um pouco de dor no coração ou de cabeça é natural quando aparecem na tela histórias desprovidas de conteúdo e que só querem conquistar por efeitos especiais ou algum traço que não dá conta da qualidade cinematográfica. Uma destas vivências é assistir a um filme épico abaixo da média, e que deveria aproveitar toda a riqueza da mitologia para contar uma bela história sobre homens e deuses em um roteiro mais estruturado e com uma direção diferenciada. Imortais, um dos últimos longas que estreia hoje e produzido por Mark Canton e Gianni Nunnari (de 300), é um destes filmes que como, Fúria de Titãs e Troia, trazem um heroi sarado e bonitão como mortal querido pelos deuses, com forças extra humanas, um inimigo perverso, uma mulher bela e virginal como par amoroso e muitas batalhas sangrentas pela frente. O resultado é praticamente o mesmo: história mal tratada na verossimilhança com a Mitologia e um heroi nada convincente e inspirador na atuação como líder.






O elenco principal apreende o primeiro interesse. Tem Henry Cavill, Freida Pinto e Mickey Rourke. Henry é o Brandon da série The Tudors e o Novo Super-Homem. Ele é Teseu, jovem plebeu cuja mãe tinha grande afeição pelos deuses e é morta covardemente por um tirânico Rei. O moço acaba sendo estimado por Zeus (Luke Evans) e Atenas (Isabel Lucas) e escolhido para defender o Arco de Épiro, uma poderosa arma forjada no Olimpo que o cruel Rei Hipérion (Mickey Rourke) deseja possuir. Hipérion declara guerra aos gregos e está disposto a libertar os Titãs para massacrar a humanidade, mas Teseu conta com a ajuda das visões do Oráculo Fraeda (Freida Pinto), a mocinha que de virgem passa para a cama do heroi, e também com a dos deuses e do exército de rebeldes. Pronto, acabou a história. O que resta? Apenas muitos efeitos especiais com abuso de câmera Slow Motion para quem adora ver sangue espirrando para todos os lados inimagináveis e lutas, caras e bocas se movendo lentamente. Também não espere muito do 3 D que só entra mais qualitativamente em ação quando o tipo de efeito visual e do plano realçam os benefícios da tecnologia.





O que importa em Imortais é que ele é um entretenimento meramente visual para fazer o espectador não pensar, somente contemplar as imagens sob a direção de Tarsem Singh (de A Cela), que é conhecido por seu rigor estético e por não dar a mínima para o roteiro. Embora conte com os produtores de 300, o filme tem uma trama fraca e desconexa, logo está distante da melhor qualidade de 300. O forte de Imortais está na direção de arte com uma cenografia e figurinos que recuperam a bela atmosfera da vila de Teseu, próximo ao mar Egeu, a obscura e grotesca figuração de bestas mitológicas, a plasticidade perversa e horrível de um Rei como Hipérion, a delicadeza de um Oráculo virginal, o dourado luminoso dos deuses, a força e virilidade de um bonito guerreiro. As cenas de batalhas não deixam a desejar e, embora haja um exagero de câmera lenta, dentre todos os atributos do longa, as lutas acabam por manter o interesse e valem a sessão. No geral, visualmente, é como ser arrebatado para um mundo distante e fantasioso durante a projeção. O pecado mortal é o longa ter tratado deuses como mortais. Isso é possível? Em Hollywood pode tudo, até mesmo ser inverossímil e subestimar a inteligência do espectador.





Prova-se com o longa que Henry Cavill é melhor como o duque Suffolk de The Tudors que como Teseu; pelo menos, ele é mais interessante no seriado. É evidente que o roteiro não ajudou os atores, mas ele precisa melhorar a atuação antes de encarnar o Super-Homem, e precisa de mais carisma. É impressionante a falta de inspiração que o discurso dele para o exército Heracliano tem. Imagine um plebeu que tem que liderar um exército contra um rei tirano que possui um arco que pode aniquilar soldados em segundos. Henry clama aos gritos, sem emoção alguma, para desespero do bom cinéfilo. Outra situação de um roteiro ineficaz é a transa dele com o Oráculo Faedra, algo prático e sem ter havido uma conexão prévia na narrativa que justificasse unir o casal. Colocaram uma "rapidinha mitológica" como a que vemos com Brad Pitt em Troia, simplesmente para preencher a história com um pouco de romance. Freida Pinto só empresta sua beleza exótica, com uma pele formosa que daria para realizar propaganda de creme facial. Para variar, ela está inexpressiva na atuação, infelizmente o roteiro dos inexperientes Parlapanides não colabora para aproveitar melhor o elenco. Por conta disso tudo, Mickey Rourke, competente e muito em linha com personagens de vilania ou decadentes em seus últimos filmes, torna Imortais mais convidativo, no mínimo, ele deve se divertir encarnando estes caras com rostos mal tratados, tatuados ou com cicatrizes, afinal, suas cirurgias plásticas mal sucedidas parecem tê-lo ajudado com estes papeis. Lamentavelmente, seu talento aqui é desperdiçado.

Imortais é mais uma diversão despretensiosa que comprova que estética sem desenvolvimento de enredo não alcança uma performance diferenciada em Cinema. Curta-o se não cair no sono dos mortais durante a sessão!


Avaliação MaDame Lumière




Título: Immortals
País/Ano: USA (2011)
Direção: Tarsem Singh
Roteiro: Charley Parlapanides e Vlas Parlapanides
Elenco: Henry Cavill, Freida Pinto, Mickey Rourke, etc.

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No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

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Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

É muito mais divertido ir ao Cinema quando assistimos a uma cativante produção cinematográfica com o expertise de entretenimento da Disney. ...

Os Muppets (2011)



É muito mais divertido ir ao Cinema quando assistimos a uma cativante produção cinematográfica com o expertise de entretenimento da Disney. A nova diversão se chama Os Muppets, longa com um charme todo nostálgico ao trazer os bonecos fantoches Muppets, personagens ficcionais criados por Jim Henson, que contracenam com atores de carne, osso, carisma e riso como Jason Segel, Amy Adams, Jack Black e Zach Galifianakis e convidados bem especiais como Emily Blunt, John Krasinski, Selena Gomez, Neil Patrick Harris e Whoopi Goldberg. O resultado é uma história bem humorada, sensível e contagiante, embalada por música, dança e artísticas apresentações.

Walter (Peter Linz), um super fã dos Muppets, viaja de férias para Los Angeles com seu irmão Gary (Jason Segel) e a namorada dele Mary (Amy Adams). Lá descobre que Tex Richman (Chris Cooper), explorador petrolífero e vilão da história, planeja destruir o teatro abandonado dos Muppets para extrair petróleo. Para salvar o local, eles decidem partir em busca do sapo Kermit (Steve Whitmire) para que juntos possam reunir os Muppets, montar um novo programa de TV e arrecadar US$10 milhões necessários.





A história já é cativante e feita para emocionar a partir do início inusitado da narrativa. Vemos Walter, que nasce e cresce como Muppet em uma família humana e tem uma relação muito amiga com seu irmão Gary. Eles são muito unidos e tem um carisma em tela grande que roteiro, a edição e a trilha sonora se encarregam de enfatizar a beleza e sensibilidade desta conexão. Usam pijamas parecidos, escovam os dentes juntos, dormem no mesmo quarto, assistem aos Muppets. Este começo tem a sua razão de ser, pois a narrativa evolui para demonstrar que Walter é um grande fã dos Muppets desde que acompanhava os antigos programas dos fantoches na infância e na adolescência, demonstra um afeto tão especial por este mundo Muppets que chega a criar uma identidade com eles sonhando em ser um dos seus ídolos e fazer parte desta grande família. Quando surge a oportunidade de conhecer o teatro dos Muppets, Walter tem quase um enfarte de tanta alegria, mas como nem tudo é perfeito, terá o desafio de lutar para ajudar seus estimados Muppets, batalhando contra o tempo para reuní-los pois cada um tomou um rumo diferente na vida, além do desafio de se reconhecer como um artista, um integrante da família Muppets. Se por uma lado, os Muppets correm o risco de perderem seu teatro legado, por outro lado, a adversidade os ajudará a resgatar algo muito mais valioso do que US$ 10 milhões: a amizade, o talento, a alegria, a diversão e a união entre os Muppets.





O longa é uma excelente diversão para toda a família, e só vem a confirmar que a Disney continua tendo sua magia atemporal de emocionar o público, com belas músicas e personagens carismáticos. Ainda que a distribuição Brasileira do filme tenha colocado cópias dubladas que ocultaram o brilho musical da trilha sonora e tiram um pouco do espetáculo sonoro da fita, Os Muppets é o tipo de filme que ressalta como o amor, a amizade e o livre arbítrio movem a gente a fazer escolhas que valem a pena. Em algum momento da narrativa, algum Muppet fará uma escolha por um bem muito maior e sem preço, que prioriza a lealdade a uma história que foi construída e que continua viva. É um filme que começa com a missão de salvar um local físico, mas este é somente o motivo da ação, o que ficará no coração do espectador é a emoção que vai crescendo até o clímax e que cria esta sintonia com fantoches tão graciosos. Dá vontade de dizer bem alto: Os Muppets são demais e são para amar! Não a toa que a Disney comprou os direitos dos personagens por um astronômico valor, pois tem tudo a ver com o poder do encanto do Cinema da Disney e os estúdios sempre vão precisar de personagens únicos e inesquecíveis. Os Muppets são peculiares e especiais por serem autênticos, como por exemplo, o destaque especial vai para a charmosa personagem de Miss Piggy, hilária, vaidosa e estilosa. Apaixonada por Kermit, com o qual teve um relacionamento no passado que não evoluiu, ela fez o que normalmente a maioria das mulheres deveriam fazer quando perdem seus amores. Foi morar em Paris, ser chique e bem sucedida; tornou-se uma poderosa editora de uma revista de beleza e tem o orgulho passional e mal resolvido de boa parte das mulheres. Apesar da distância do seu grande amor, é uma miss de personalidade e atitude, ainda apaixonada por Kermit. Com tanta graciosidade e amorosidade, Os Muppets valem muitas Muppets sessões!


Avaliação MaDame Lumière



Título: The Muppets
País/Ano: USA (2011)
Direção: James Bobin
Roteiro: Jason Segel, Nicholas Stoller
Elenco: Jason Segel, Amy Adams, Chris Cooper, Jack Black, Zach Galifianakis, Emily Blunt, John Krasinski, Selena Gomez, Neil Patrick Harris,Whoopi Goldberg etc

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Ho - Ho - Ho, Madame Noel traz para você o Click do Natal : o nosso Jack Sparrow Brasileiro da Saga Piratas do Caribe. Quem é ele? Gostar...

Click Cinéfilo: Jack Sparrow de Sampa no Natal da Avenida Paulista




Ho - Ho - Ho, Madame Noel traz para você o Click do Natal: o nosso Jack Sparrow Brasileiro da Saga Piratas do Caribe. Quem é ele? Gostaria muito de saber pois ele já é bem famoso em São Paulo. Ele é um artista de rua bem conhecido por se apresentar no Centro da capital, nas imediações do Viaduto do Chá e da Estação São Bento. Lembro-me dele com o seu charme JohnnyDeppiano durante uma das minhas andanças no Centrão. Ho - Ho - Ho, ele foi apreciado por Madame Lumière em sua performance no Natal da Avenida Paulista. Ho - ho - ho... adoro estes momentos de cinefilia urbana!


Parabéns, grande artista, cinéfilos como eu agradecem sua dedicação cortês e bem humorada como Jack Sparrow, afinal não deve ser fácil aguentar este modelito do pirata mais querido do Cinema. Um Feliz Natal para você e para todos os que prestigiam o seu trabalho!

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Cristiane Costa, MaDame Lumière

Feliz Natal

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Gigantes de Aço é um daqueles filmes que misturam Sci-Fi , games e drama e garantem uma agradável diversão para toda a família, principalm...

Gigantes de Aço (Real Steel) - 2011




Gigantes de Aço é um daqueles filmes que misturam Sci-Fi , games e drama e garantem uma agradável diversão para toda a família, principalmente por colocar em evidência um protagonista mirim como o orfão de mãe, Max Kenton, um garoto cativante, de dócil semblante e atitude corajosa, interpretado pelo bonito e talentoso ator Dakota Goyo. O longa dirigido por Shawn Levy é uma fórmula que também dá muito certo em função da combinação de uma história diferenciada de boxe entre robôs em um futuro próximo (2020), de um drama familiar de aproximação entre um filho (Max) e o pai Charles Kenton (Hugh Jackman), de um elenco que também traz Evangeline Lilly e Anthony Mackie. Muito do entretenimento bem sucedido ocorre por ter sido produzido pelo master produtor executivo Steven Spielberg e por um time de outros profissionais que entendem de Sci-Fi e de blockbusters como este como Josh McLaglen (X-Men e Avatar), Don Murphy (Transformers), Steve Starkey e Robert Zemeckis (De volta para o Futuro). Para completar, Gigantes de Aço é baseado no Conto Steel (1954) de Richard Matheson, especialista em histórias humanas e bizarras que incluem a ficção científica e tem uma trilha sonora contagiante e enérgica com grandes nomes do rap como Eminem e Timbaland, respectivamente, com hot músicas como Till I collapse e Give it a go.




O roteiro é muito bem elaborado e dirigido por demonstrar ao espectador que o filme é muito mais do que uma mera ficção científica. O peso comercial do contexto é o boxe entre robôs cada vez mais sofisticados, que conquistam multidões e atraem investidores. Ainda que os robôs substituíram os humanos no ringue, os homens continuam no controle e ganhando dinheiro com as lutas destas máquinas, porém por trás da desumanização do esporte, há um senso moral de humanização que é construído em toda a película através da relação em construção entre um filho e um pai. Max perde a mãe e tem a guarda disputa pelos tios ricos. Charles é um ex-boxeador fracassado que precisa de dinheiro. Ele vende a guarda do filho com naturalidade, mas precisa passar um verão com Max por conta de uma viagem dos tios. A partir daí, Max e Charles tem a chance de construírem uma relação que se transforma do comercial ao afetivo. A humanidade também se dá quando surge o velho robô Atom, encontrado em um entulho. Atom é valorizado pelo garoto e desenvolve uma amizade incrível com Max, que o tem como um amigo, um irmão, um herói e até como reflexo de si mesmo, bem em linha com o que Steven Spielberg adora em seus filmes com elenco mirim. Jackman, Goyo e Atom tem uma ótima química e formam esta família que passa de solitários e rejeitados a de unidos e vencedores.





Se for para traduzir o longa em um frase, 'Gigantes de Aço é um filme para gigantes do coração'. Enérgico e sensível na medida certa. As cenas de luta são bem coreografadas e injetam a adrenalina para o coração bater bem forte a cada golpe direto, cruzado e jab, a cada nocaute. A direção de arte e efeitos especiais dos robôs é muito cool e estilosa pois cria uma conexão de que eles são realmente lutadores incríveis e invencíveis, poderosamente celebridades em um ringue como se fossem humanos com carcaças da melhor qualidade. A sensibilidade é bastante inerente ao longa, mas não é sentimentalista pois o trato de pai e filho tem bom humor e os confrontos naturais chegam a ser levemente duros em palavras e atitudes; como por exemplo quando Max é vendido e diz que deseja a parte dele do dinheiro ou quando, ao encontrar Atom, o garoto não tem a ajuda do pai e tem que tirar o robô do ferro-velho, sozinho. No geral, o filme também tem uma boa montagem, que dá um dinamismo às cenas de lutas e cortes para planos que evocam os momentos mais intimistas, de forma fluída e comovente em alguns momentos, como quando Max é salvo por Atom e o espectador tende a lembrar dos antigos filmes Spielberguianos através dos olhos de uma criança. Além do mais, o longa retrata as referências a Sugar Ray e Rocky, recuperando o flashback de Charles Kenton como um boxeador que já foi bom , mas que deixou de acreditar em si mesmo e que agora pode recuperar parte de sua autoestima e autoconfiança. De alguma forma, o encontro entre Max, Charles e Atom é uma maneira de unir as forças de uma nova família, na qual um passa a acreditar no outro e dá o devido valor a cada potencial. A vitória também pode surgir de lutadores vencidos, de robôs humanizados entulhados no lixo, afinal, assim é a vida, uma hora na sarjeta, outra vez no pódio. Mais uma vez, Spielberg produz um filme gigante para espectadores de coração.


Avaliação MaDame Lumière




Título: Gigantes de Aço (Real Steel)
País/Ano: USA (2011)
Direção: Shawn Levy
Roteiro: John Gatins, baseado no Conto Steel de Richard Matheson
Elenco: Hugh Jackman, Evangeline Lilly, Dakota Goyo, Anthony Mackie, etc.

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Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2011, O Garoto da Bicicleta é o novo filme dos irmãos Belgas Jean-Luc e Pierre Dard...

O Garoto da Bicicleta (Le Gamin au Vélo / The Kid with a Bike) - 2011




Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2011, O Garoto da Bicicleta é o novo filme dos irmãos Belgas Jean-Luc e Pierre Dardenne, que assinam a direção e o roteiro e evocam uma temática recorrente em seus filmes: o humanismo. Conhecidos por longas premiados como A Promessa (1996) e A Criança (2005), dramas realistas e comoventes que provam o próprio individuo em situações adversas, os Dardenne retornam à cena cimematográfica com mais otimismo ao contar uma história que fala sobre a rejeição e o afeto a uma criança. Cyril Catoul, garoto abandonado pelo pai e criado em um orfanato, é interpretado pelo ator Thomas Doret, selecionado para um papel difícil, expressivamente um garoto solitário, violento e rejeitado, cuja triste história o fez perder a ternura da infância. Perdeu tanto a inocência que age como um precoce adulto, introspectivo e agressivo, lamentavelmente um garoto que sofre a dor da rejeição ainda que demonstre ser valente nos embates do cotidiano.






O roteiro e a direção se empenham em equilibrar a história de Cyril Catoul em sequências de rejeição e afeto, nas quais há uma expectativa de que ele próprio possa se salvar ao encontrar a bondosa cabeleireira Samantha (Cécile de France), ao mesmo tempo que o espectador testemunha a crua realidade dele ser um garoto abandonado, claramente ignorado pelo pai Guy Catoul (Jérémie Renier), além de ser um menino muito rebelde, facilmente vulnerável a se envolver em caminhos tortuosos de deliquência juvenil ao conhecer o jovem problema da vizinhança, Wes (Egon di Mateo) e começar a praticar delitos. Desta vez, o Cinema Humanista dos Dardenne atinge um patamar bem otimista através das atitudes da protagonista Samantha, uma mulher simples, carismática e amorosa, que demonstra um comportamento muito espontâneo ao ter o garoto dentro de sua casa. A própria escolha da atriz belga Cécile de France para este papel foi muito acertada, porque ela transmite beleza e serenidade como um anjo iluminado na tela, disposta até mesmo a lidar com as agressões do garoto, seja em palavras seja em atos físicos. Samantha é a mãe que Cyril nunca teve, a nova figura materna que abre os braços para o filho e tudo suporta. Efetivamente ela é a metáfora da bondade e da esperança e, portanto, é a única pessoa que é capaz de aceitá-lo como ele é.





A história tem seu inicio quando Cyril escapa do orfanato, é perseguido como um fugitivo pelos profissionais do local e encontra Samantha, a qual abraça dramaticamente como um pedido desesperado de ajuda. A partir daí, se dá a conexão de ambos. Mais um lance do destino, uma oportunidade rara ao encontrar uma pessoa humanizada. Ela tem uma empatia materna pelo garoto e surge a ideia de que ela o apadrinhe para que possa passar os finais de semana na cada dela, ajudá-lo a recuperar a bicicleta e a procurar Guy. Com uma ótima atuação de Cécile de France, Samantha é também a expressão da aceitação e da tolerância ao que a sociedade vira as costas e, portanto, ela é a esperança para este garoto e recupera o ato humanista dos filmes dos Dardenne. Por outro lado, o ator Jeremie Renier, que já trabalhou com os diretores, interpreta muito bem Guy, um personagem bem interessante sob o ponto de vista de uma lamentável figura paterna pois ele é frio e prático ao rejeitar o filho e, também, um pobre infeliz, que não conseguiu absolutamente nada na vida e quer mais é se livrar de Cyril, que seria como mais uma "pedra no sapato" de sua decadente postura como pai.





O diferencial de O Garoto da Bicicleta é observar os personagens e se deixar levar pelo que eles despertam no público. Certamente, sentimentos contraditórios podem surgir durante a projeção e esta experiência cinematográfica é muito alinhada com a dolorosa e contundente realidade de crianças e jovens rejeitados. Existem sequências que causam mal estar pelo simples fato de ver o quanto é doloroso ver um garoto abandonado, metido em brigas, sem referências paternas, entregue a um esvaziamento em sua vida já que não estuda, não tem amigos de verdade, não tem uma convivência social produtiva. Resta-lhe ser O Garoto da Bicicleta, andando pra cima e pra baixo com sua bike, que é a única coisa de valor afetivo que lhe sobrou e que é uma bela definição para Cyril: Ele e sua bicicleta, seu único patrimônio nesta vida, sua única brincadeira, sua única identidade. Este realismo é o grande ganho do Cinema Europeu, capaz de registrar imagens cotidianas de uma violência física e psicológica, na qual o afeto se perde mas ainda há uma luz no final do tunel.



A começar por Samantha, que mal conhece Cyril e sua história e já se lança em um tipo de adoção informal. Ela também adota uma atitude mais de bondade do que de racionalidade ao lidar com o revoltado garoto, mesmo que corra o risco de ser ferida por ele a qualquer momento ou ter sua vida pessoal impactada. Além disso, ele continua um garoto indisciplinado que deveria realizar um tratamento psicológico ou ter outros tipos de cuidados que recuperem sua identidade e sanidade. Cyril é o que mais desperta sentimentos antagônicos por ser vítima de uma família ausente, de um sistema que não cuida de seus filhos e, ao mesmo tempo, ser um jovem agressivo que está se enveredando por um caminho deliquente que coloca em risco a vida de outras pessoas. Já Guy é o pai que não deveria ter sido pai e de fato não o é, mas é o personagem que faz o público refletir se não teria a mesma escolha se tivesse um filho problemático e quisesse liberdade para trabalhar e tocar a própria vida sem nenhuma responsabilidade. O filme não emite julgamentos, mas causa um mal estar natural que faz o espectador pensar como reagiria em um contexto dramático como este.






Todos estes personagens trazem a reflexão sobre como agir em uma situação com esta ou deveriam provocar isso. Eles despertam raiva e piedade, pessimismo e esperança; logo pode-se dizer que o novo filme dos Dardenne pode não ser o melhor da cinematografia e nem ter entusiasmado ao extremo, mas em sua singeleza, há a profundidade dos dramas do homem. Ele é mais um exemplo da humanidade que está dentro de cada um. Ser humano não é ser perfeito e sim exercer defeitos e virtudes, por mais monstruosas e boas que, respectivamente, elas sejam, por isso Cyril, Samantha e Guy são personagens bem elaboradas de um drama que divide reações na plateia e são tão humanas como o Cinema deve mostrar.


Avaliação MaDame Lumière



Título: O Garoto da Bicicleta
País/Ano: França, Bélgica, Itália (2011)
Direção: Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne
Roteiro: Jean-Piere Dardenne, Luc Dardenne
Elenco: Thomas Doret, Cécile de France, Jérémie Renier, Fabrizio Rongione, Egon di Mateo

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A estreia de André Ristum na direção de seu longa metragem Meu País é marcada por variados pontos positivos: drama afetuoso de sensibilid...

Cine Família: Meu País (2010)


A estreia de André Ristum na direção de seu longa metragem Meu País é marcada por variados pontos positivos: drama afetuoso de sensibilidade ímpar, um elenco bem selecionado e em sintonia, direção bem orquestrada com o roteiro, realista fotografia de bela textura e granulação, que inspira como imagens de um álbum de família e é assinada pelo "Alemão" (Hélcio Nagamine) e produção assinada pelos experientes e influentes Irmãos Gullane. A história é um lindo, poético e emocionante drama familiar baseado no reencontro de três irmãos separados pelas circunstâncias e escolhas da vida.




Após a morte do pai Armando (Paulo José), vitimado por um derrame fatal, Marcos (Rodrigo Santoro) retorna ao Brasil com a esposa (Anita Capriol) após morar há anos na Europa. Executivo com um comportamento distante das ideias de formação de uma nova família, Marcos é o típico modelo de homem bem sucedido na contemporaneidade: bonito, endinheirado, maduro, sofisticado, focado no trabalho e nos negócios e de cultura e experiência europeias. Seu irmão Tiago (Cauã Reymond) é o seu antagonismo, a 'ovelha negra da família', o ' garoto problema'. Permaneceu morando com o pai, que sustentou seus gastos. Adepto de baladas, drogas, álcool, mulheres, jogo, malhação, Tiago é o jovem mimado, imaturo, irresponsável e endividado que não está interessado em gerenciar nem o próprio patrimônio, somente a gastá-lo com seus excessos. Com a morte de Armando, uma revelação vem à tona: a existência de uma irmã, Manuela (Débora Falabella), que tem idade mental menor que a idade genética de 24 anos, e está internada em uma casa de repouso psiquiátrica. O desafio dos irmãos será formar e manter esta nova configuração familiar, aceitando uns aos outros e, com amor, trazer Manuela à convivência com eles.





Meu país é um filme tocante sobre a volta às origens do seio familiar, ao reencontro físico e afetivo de irmãos; logo a volta de Marcos não é somente ao Brasil, mas o retorno ao que é essencial e necessário para a continuidade deste lar: a família que eles tem que representar após a morte do pai, uma família que precisa simplesmente ser uma família, transformar a dor em afeto. Muito da beleza do filme está em seu realismo dramático, das discussões aos desabafos, passando pelos silêncios e olhares e também pelas diferenças. O antagonismo de personalidades e estilos de vida dos dois irmãos reforça isso, mas não é somente ele que dá o tom do drama pois cada personagem tem o sua problemática pessoal. Marcos é pressionado a voltar à Itália, primeiro pela empresa, depois pela esposa, além de viver o dilema de ter que cuidar da irmã que é rejeitada por Tiago e não tem mais ninguém que a ajude. Se ela ficar na clínica psiquiátrica, ela regredirá em sua condição mental. A esposa de Marcos tem um casamento amoroso, com um bom marido. É prestativa e dedicada, mas como nem tudo é perfeito, não há espaço para diálogos sobre a possibilidade de ter um filho, um projeto que é um sonho dela, mas não o dele. Tiago é um azarado jogador, cujo vício coloca sua própria vida em risco, interpretado de forma muito crível por Cauã. Manuela vem a unir esta família, a desconstruir para reconstruir suas vidas e, conta com a excelente interpretação de Débora Falabella.






O elenco tem sua força motriz em Rodrigo Santoro, que está excelente como o protagonista, o irmão mais velho, o irmão líder. Seu papel exige controle emocional com as novas situações que surgem após a morte de Armando, além de ser um dos que tem mais que abrir mão da própria vida, tendo que lidar com a pressão para voltar aos negócios, ver seu casamento em risco, gerenciar as dívidas familiares e ser a coluna de seus irmãos para que eles não se afundem de vez. Marcos é um personagem muito interessante e bem construído do ponto de vista de drama familiar porque ele é como um sucessor paterno, é o que mais tem maturidade e responsabilidade para assumir o controle dos negócios e da família e é o filho que estava mais distante da convivência com Armando, de alguma forma, ele alcança a sua redenção como filho que retorna ao lar. Ele saí de uma esfera mais individualista, em sintonia com o que o mundo moderno exige das pessoas, para uma esfera de olhar os outros irmãos, abdicando de si próprio em algumas situações; por isso, Meu país é um filme belíssimo para uma reflexão do individuo no ambiente familiar. É um longa que mostra uma encruzilhada dramática na vida dos irmãos que podem prosseguir sozinhos ou unidos e tem que lidar com as profundas e dolorosas emoções após a perda de um pai, tendo que recuperar este amor da infância ou recém descoberto pois são como estranhos com o mesmo sangue.




É impossível não se emocionar com esta comovente história, principalmente com tantos problemas de relacionamento, de falta de aceitação, amor e união que surgem nas desestruturadas famílias atuais. Meu país é um filme sobre afeto que faz valer sua divulgação: É uma emocionante jornada de reencontro, e com ela, um novo encontro com nós mesmos.



Avaliação MaDame Lumière








Título: Meu País
País/Ano: Brasil (2010)
Direção: André Ristum
Roteiro: Andre Ristum, Octavio Scopellitti, Marco Dutra
Elenco: Rodrigo Santoro, Cauã Raymond, Débora Falabella, Anita Capriol, Paulo José, Eduardo Semerjian, Nicola Siri, Luciano Chirolli, Stephanie de Jongh.

4 comentários:

Caro (a) leitor(a)

Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.

Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.

No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

Caras durões, muita porrada, tiros e explosões em um contexto que não faltam chantagens, conspirações, traições e redenções. Assim é Os Espe...

Os Especialistas (Killer Elite) - 2011




Caras durões, muita porrada, tiros e explosões em um contexto que não faltam chantagens, conspirações, traições e redenções. Assim é Os Especialistas, tudo rima com ão de muita ação. Inspirado no best-seller de Ranulph Fiennes, The Feather Men, que conta a história da Clínica, um grupo de assassinos de aluguel contratados para matar soldados britânicos em Omã. Para eliminá-los, uma outra elite de matadores, os Homens-Pena, é contratada para caçar a Clínica, o que se desdobra em perseguições entre estes especialistas em extermínio a partir dos anos 70, por mais de uma década.




No longa com direção de Gary McKendry e roteiro de Matt Sherring, o elenco base é formado por um trio de atores duro da queda e com background cinematográfico de muita testosterona na veia, formado por Jason Stratham, Robert de Niro e Clive Owen, além de Dominic Purcell (de Prison Break) e Aden Young. Na adaptação para as telas, Jason é Danny, um assassino profissional que após mais uma operação, decide abandonar o ofício de agente das forças especiais, se refugia em uma casa de campo e se apaixona pela blondie Anne (Yvonne Strahovski). Como em Cinema, alegria de matador de alto nível e disposto à redenção dura pouco, ele é avisado que,Hunter (Robert de Niro), seu ex- parceiro e mentor, é capturado e preso por forças árabes. Danny é obrigado a voltar à ativa e aceitar a chantagem de um sheik do petróleo. Sua nova missão é matar 3 soldados britânicos do grupo de forças britânicas SAS (Special Air Service), considerada perigosa e bem treinada, que haviam assassinado os filhos do sheik. Como recompensa, a vida de Hunter será poupada.





Para um filme de ação, o argumento é bom e o elenco é melhor ainda, porém o roteiro de Sherring poderia ser melhor aperfeiçoado com maior tensão e profundidade na narrativa para explorar melhor os fatos verídicos e polêmicos do livro de Fiennes. Existem alguns momentos da película que dão a impressão de que falta alguma lacuna para dar mais coesão à história, mais eletricidade aos conflitos, além disso, o roteiro poderia ter explorado com mais consistência o próprio dilema de Danny, não se satisfazendo somente em incluir alguns planos de flashback no qual ele lembra do sorriso da namorada, do beijo roubado e de como gostaria de estar como um ermitão apaixonado em uma casinha de campo. É evidente que Danny vive o drama de ter o melhor amigo e mentor preso em Terras árabes, por isso volta a matar sem muita vontade própria mas com poderosa aptidão para enfrentar uma cena de luta de tirar o fôlego com Spike (Clive Owen), ex-integrante da SAS que começa a perseguí-lo como em um jogo de gato e rato; porém a importância da relação de Danny com Hunter não é recuperada em termos narrativos, ou seja, não se mostra um passado realmente relevante que enfatize: "Realmente somos muito amigos, vale a pena arriscar a vida por Hunter".




Não há dúvidas de que o longa é garantia de diversão com muita bala na ponta da arma e uma narrativa de suspense na qual não é possível confiar plenamente em ninguém. Statham é o grande espetáculo, pois é basicamente o protagonista que tem que levar o filme e manter o público interessado em suas habilidades de ação. Ele é bastante versátil para dar socos, chutes e tiros sem perder a precisão acrobática, e há uma cena na qual ele está preso em uma cadeira que é ótima, chegando a ser engraçada por ser muito forçada, por isso todo o filme de ação tem momentos cômicos e surreais, basta rir de que alguns sempre sobrevivem ao mais letal dos tiros e a mais astronômica das alturas. Com sucesso e bastante adaptado a este gênero cinematográfico, Statham interpreta o estiloso bad good boy que é marrudo por fora, mas está apaixonado por uma garota que mal pode saber o que ele faz. Ele segura a qualidade e ritmo, confirmando mais uma vez que nasceu para fazer só isso: um corpo bonito, um charme viril, uma cara de mau, senso e estilo fashion, e uma excelente performance para filmes do gênero como Mercenários e Carga Explosiva. Por outro lado, o problema do filme é desperdiçar o talento de Robert de Niro, um ator excepcional que teve uma experiência fantástica em Fogo contra Fogo, um dos melhores filmes de ação do Cinema. Não a toa que, quando Robert de Niro aparece em Os Especialistas, ele eleva consideravelmente o nível da produção com seu carisma, bom humor e elegância. De Niro flerta com a câmera com muita naturalidade e as sequências do mêtro e do desfecho no deserto demonstram que ele poderia agregar muito mais neste roteiro se não o tivessem colocado como refém em boa parte da projeção.




Embora este roteiro não aproveite a potencialidade dramática de contextos conspiratórios que envolvem forças armadas e o clássico conflito Oriente x Ocidente, o filme tem como um dos pontos de atração o explorar locações internacionais em um Thriller de ação, recorrendo a fórmulas como Identidade Bourne, o convite ao público é feito para ir à Londres, Paris e Omã, viajando pelos planos e desfrutando de belas e luminosas imagens da cidade do Amor, além de ter uma certa sofisticação na ação e na ambientação com movimentos de câmera aereos e também de eletrizantes ritmos, lutas bem coreografadas, mortes estrategicamente elaboradas e um protagonista que não é nem heroi e nem vilão. Alias, não julgar muito o heroismo ou a vilania de Danny é relevante na narrativa porque o filme não tenta encobrir o sangue frio do mercenário e nem mesmo julgá-lo como certo ou errado, pelo contrário, embora Danny queira mudar de vida, ele está pronto para matar, se for necessário com a mais gélida frieza e de forma muito prática. Há uma clara intenção de fazer o público torcer por Danny, afinal, ele é o amigo leal e o namorado disposto a voltar aos braços da amada, mas o espectador quer ação e quer mesmo é que ele exerça o seu oficio de matador profissional, exterminando quem se colocar diante dele e até morrendo, se for preciso, ainda que seja melhor que fique com a mocinha fragilizada, que está disposta a ficar com ele, mesmo sem saber nada de seu passado. Ainda que a narrativa não entregue todas as respostas conspiratórias, o público é levado a curtir mais a ação e isso é o que importa.


De maneira geral, mesmo que a moral coletiva renega os mercenarios, filmes com matadores que têm sentimentos nobres como os de Danny sempre são envolventes e demonstram que o público também é um pouco mercenário, afinal de contas, se a ficção for por uma boa causa, que venha muita adrenalina após o Action.



Avaliação MaDame Lumière



Filme: Os Especialistas (Killer Elite)
País/Ano: EUA (2011)
Direção: Gary McKendry
Roteiro: Matt Sherring
Elenco: Jason Statham, Robert de Niro, Clive Owen, Yvonne Strahovski, Dominic Purcell, Aden Young

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Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

Quem é cinéfilo dos bons, sabe que ir ao Cinema está se tornando um drama. Daria para rodar as situações como se fossem um filme do gêner...

Etiqueta no Cinema: Desligue o celular!

Quem é cinéfilo dos bons, sabe que ir ao Cinema está se tornando um drama. Daria para rodar as situações como se fossem um filme do gênero, até mesmo, desenvolvê-las como uma tragedia, um bang bang, um terror, com vontade de eliminar os incivilizados da sala de exibição bem a la Tarantino ou Chuck Norris. Pois é, estava eu lendo o novo livro de Danuza Leão, o divertido Tudo é tão simples, e vi que nem ela suporta mais ir ao Cinema, exatamente porque é difícil conviver com gente mal educada que torna este prazer um desprazer, ou no mínimo, um epico dramático sobre a falta de respeito. Concluí que está cada vez mais difícil ir ao Cinema e ter que virar em direção à cara da pessoa inconveniente para ver se ela se "toca" de que a sala de exibição é um ambiente de entretenimento coletivo, para relaxar e ser feliz respeitando o espaço e bem estar do outro.
Dias destes, em uma jornada antropológica de observação do comportamento humano no Cinema, percebi quem é o novo inimigo dos bons cinéfilos e, pasmem, acreditem que é o celular quando tem o infeliz destino de ter sido adotado por um espectador sem noção da etiqueta no Cinema. Aquele smartphone bacana que apreciamos é mal terrível nas mãos dos espectadores que não sabem desligá-lo enquanto está assistindo a um filme. Os celulares dos donos mal educados emitem aquela luz irritante em pleno escurinho do Cinema e refletem bem na nossa cara ou na vizinhança, como se tivesse caído um cometa na sala ou pousado um E.T. Spielberguiano em uma nave espacial. Pior é aquele engomadinho que a cada 10 minutos, olha para a tela iluminada de seu blackberry ou Iphone, tenta esconder com a mão o visor do aparelho para não refletir a luz no rosto de quem está sentado atras dele. Por que tanto esforço para disfarçar esta desagradável atitude se ele já está atrapalhando?
Não podemos esquecer daquela garota que está sentada ao lado do namorado falante, aquele mesmo que está segurando um lanche McDonalds, prestes a derramar mostarda ou deixar algum picles na poltrona, além de fazer a clássica sonoplastia do saco de papel sendo amassado. Enfim, além de ter um namorado desta especie, esta "gracinha" de garota tem que ter um lazer diferenciado porque ela se acha a estrela Hollywoodiana da sala e opta pela versão "diversão casada": Cinema e Twitter, para desespero de quem sentou-se próximo a ela e não quer vê-la tuitando como se fosse Demi Moore e aquele clarão do visor do celular a um palmo de distância.
Os cinemas deveriam fazer uma campanha de conscientização sobre Educação no Cinema. Está ficando cada dia pior frequentar um Cinema em um final de semana, por exemplo. Exibir aquele trailer do "desligue o celular" já não está sendo mais suficiente, mesmo porque, durante o trailer, as pessoas estão mais tagarelando do que prestando atenção na tela. E para você, que adora a luz cintilante do visor do seu celular, ela pode ser mais linda do que o brilho das estrelas e do que os olhos da sua atriz ou ator favorito (a), mas desligue-o! A Sétima Arte agradece.

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Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière

Histórias de amor no Cinema comovem de diversas maneiras e por variadas razões. São como um espelho da alma romântica, como a catarse de uma...

Um Dia (One Day) - 2011



Histórias de amor no Cinema comovem de diversas maneiras e por variadas razões. São como um espelho da alma romântica, como a catarse de uma intensa emoção nutrida por afeto, esperança, desejo e sofrimento, como o reflexo de anos vivenciados com um romance que deu ou não certo, que nunca será esquecido ainda que décadas cheguem e digam adeus. Cada pessoa tem uma história de amor, dramática, ou até mesmo trágica, vivida ou sonhada. Cada pessoa tem uma história de amor que é a realidade de um romance sentido em um coração que espera 'um dia' esta realização amorosa, de uma alma que simplesmente ama.





Após Educação, a diretora Lone Scherfig retorna ao Cinema com a adaptação de uma bela história de amor, do best-seller internacional One Day, de David Nicholls, que assina este roteiro. A história é contada por vinte anos, em várias etapas da vida de dois amigos, Emma (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturgess), que se conheceram na faculdade e desenvolveram uma relação sincera, afetuosa e de incalculável valor, um misto de amizade diferenciada com romance não assumido, feita de momentos de proximidade e de distanciamento, de declarações carinhosas, diálogos bem humorados, espontâneas discussões e silêncios que dizem tudo e que ocultam a vontade de verbalizar sentimentos profundos. O espectador é convidado a se emocionar ao ver as imagens de cada capítulo da história de Emma e Dexter: ela, uma professora de origem modesta, garota inteligente, reservada e madura. Ele, um apresentador de TV de família abastada, garoto charmoso, imaturo e mulherengo. Assim, os opostos se atraem e levam o público a uma linda jornada de 20 anos de encontros e desencontros, com tristezas e alegrias, perdas e ganhos.







Como Cinema, Um Dia não é excepcional e deixa um pouco a desejar em relação ao livro. Isso ocorre muito em função do roteiro que prioriza o relato fragmentado de pequenos momentos em anos distintos, sem ter uma evolução narrativa que intensifica o drama de amor, de uma forma mais fluída, harmoniosa e criativa. Isso demonstra que David Nicholls é melhor como escritor do que como roteirista, porém é importante considerar que adaptações das Letras para o Cinema costumam perder um pouco deste vigor narrativo, a não ser que o casamento perfeito ocorra entre estes diferentes suportes, além do mais a história em si é distribuída em mais de uma década, o que exige mais habilidade do roteirista e, também, do olhar do diretor. Aqui, Lone Scherfig não tinha o excelente roteiro de Educação, o que deve ter substancialmente influenciado o resultado final da película, mas ainda há um toque muito pessoal na direção porque ela é boa ao dirigir estes dramas românticos vivenciados por atrizes como Carey Mulligan e Anne Hathaway, além de ter habilidade para filmar protagonistas que passam por ritos de passagens, da juventude para a vida adulta. A cineasta também tem um bom gosto na direção de arte, no figurino e em criar um universo fotográfico charmoso que conta romances em inspiradoras locações europeias como Londres e Paris. Sua Emma de Um Dia é bem diferente de sua Jenny de Educação, mas ambas tem estilo, dos modelitos ao penteados, e se transformam durante suas jornadas tanto fisicamente como emocionalmente. Ambas são mulheres apaixonadas e, sob o aspecto da direção de atores, Lone trabalha muito bem com seu elenco. Basta observar que Anne e Jim tem uma ótima química, transmitem seus dramas pessoais também como ser traído, relacionar-se com quem não se ama, ter sucesso ou fracasso na carreira etc e estão bem na atuação ainda que o sotaque de Anne não tenha se ajustado às necessidades do longa e recebido críticas. No mais, destaque especial também para os bons coadjuvantes Patricia Clarkson (Alison, mãe de Dex), Rafe Spall (Ian, namorado de Emma) e Ken Stott (Steven, pai de Dex). Para completar, Lone usa bastante o recurso da trilha sonora para marcar distintas épocas, assim como abusa do apelo emotivo do score de Rachel Portman com a belíssima canção tema We had today. Rachel sabe criar composições melodicamente dramáticas como as de Não me abandone jamais (Never let me go) e, com este score, arranca lágrimas como os livros de Nicholas Sparks.






Com relação à experiência cinematográfica, ela é muito mais como testemunhar a tocante história de Emma e Dexter, cheia de negação de amor e de postergar momentos a dois. É como folhear as páginas das memórias desta amizade e romance, como criar um processo de identificação com este drama. Quem já amou alguém e permaneceu em silêncio ao lado dele(a), esperou-o(a) por um longo período, vendo-o(a) casar e ter filhos, ou se afastar por anos, certamente se identificará com Um Dia. Sem dúvidas, este é um filme para os românticos sofredores, que já amaram ou amam uma pessoa próxima e muito especial , tardaram a tê-la ou nunca a tiveram em seus braços. Além do mais, o humor peculiar das boas falas de Emma e a química do casal protagonista que, está longe e próximo ao mesmo tempo, criam uma empatia com o filme e garante a sessão. Muito do valor desta narrativa está em emocionar pela espera e pela (im)possibilidade de concretização de uma relação afetiva durante anos, assim, ao evocar a história de amigos que se gostam mas que demoram a se envolver amorosamente, Um Dia cria uma conexão de um amor que não é só físico, mas está presente nesta conexão espiritual de um sentimento amoroso e esperançoso que tudo suporta. Para que essa conexão seja verossímil, a construção das personagens é bem pertinente porque Emma é a que tem muito mais noção do seu amor por Dexter. Ela é o porto seguro dele e tem que ser forte ao lidar com este sentimento intenso, de altos e baixos, de fugas contraditórias, por isso a emblemática frase "Eu te amo, mas não gosto mais de você". Enquanto ele é o mais vulnerável psicologicamente, com uma mãe que está doente e um pai com o qual tem uma relação conflituosa, além de ser o homem que tem uma fase regada a mulheres, bebidas, drogas, fracasso na carreira e no casamento.







O filme é muito bonito ao mostrar ao público que o amor aflora de momentos muito simples, únicos e memoráveis. Ele acontece de forma inesperada e se aperfeiçoa no afeto incondicional, de amar sem necessariamente esperar do outro um amor carnal, imediatista. Ele evoca esta história de amor atemporal e perfeita por ser imperfeita; uma história de longos silêncios e esperas, de afirmações e negações, de múltiplas reticências até a chance de vivê-lo intensamente ao menos um dia, ou outros mais, assim como perdê-lo repentinamente. É uma película na qual o amor leva tempo para amadurecer, para ser confessado, para ser vivenciado. Ele vive no coração dos amantes na esperança de Um Dia ser plenamente encontrado e celebrado.


Avaliação MaDame Lumière






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