Gigantes de Aço é um daqueles filmes que misturam Sci-Fi , games e drama e garantem uma agradável diversão para toda a família, principalmente por colocar em evidência um protagonista mirim como o orfão de mãe, Max Kenton, um garoto cativante, de dócil semblante e atitude corajosa, interpretado pelo bonito e talentoso ator Dakota Goyo. O longa dirigido por Shawn Levy é uma fórmula que também dá muito certo em função da combinação de uma história diferenciada de boxe entre robôs em um futuro próximo (2020), de um drama familiar de aproximação entre um filho (Max) e o pai Charles Kenton (Hugh Jackman), de um elenco que também traz Evangeline Lilly e Anthony Mackie. Muito do entretenimento bem sucedido ocorre por ter sido produzido pelo master produtor executivo Steven Spielberg e por um time de outros profissionais que entendem de Sci-Fi e de blockbusters como este como Josh McLaglen (X-Men e Avatar), Don Murphy (Transformers), Steve Starkey e Robert Zemeckis (De volta para o Futuro). Para completar, Gigantes de Aço é baseado no Conto Steel (1954) de Richard Matheson, especialista em histórias humanas e bizarras que incluem a ficção científica e tem uma trilha sonora contagiante e enérgica com grandes nomes do rap como Eminem e Timbaland, respectivamente, com hot músicas como Till I collapse e Give it a go.
O roteiro é muito bem elaborado e dirigido por demonstrar ao espectador que o filme é muito mais do que uma mera ficção científica. O peso comercial do contexto é o boxe entre robôs cada vez mais sofisticados, que conquistam multidões e atraem investidores. Ainda que os robôs substituíram os humanos no ringue, os homens continuam no controle e ganhando dinheiro com as lutas destas máquinas, porém por trás da desumanização do esporte, há um senso moral de humanização que é construído em toda a película através da relação em construção entre um filho e um pai. Max perde a mãe e tem a guarda disputa pelos tios ricos. Charles é um ex-boxeador fracassado que precisa de dinheiro. Ele vende a guarda do filho com naturalidade, mas precisa passar um verão com Max por conta de uma viagem dos tios. A partir daí, Max e Charles tem a chance de construírem uma relação que se transforma do comercial ao afetivo. A humanidade também se dá quando surge o velho robô Atom, encontrado em um entulho. Atom é valorizado pelo garoto e desenvolve uma amizade incrível com Max, que o tem como um amigo, um irmão, um herói e até como reflexo de si mesmo, bem em linha com o que Steven Spielberg adora em seus filmes com elenco mirim. Jackman, Goyo e Atom tem uma ótima química e formam esta família que passa de solitários e rejeitados a de unidos e vencedores.
Se for para traduzir o longa em um frase, 'Gigantes de Aço é um filme para gigantes do coração'. Enérgico e sensível na medida certa. As cenas de luta são bem coreografadas e injetam a adrenalina para o coração bater bem forte a cada golpe direto, cruzado e jab, a cada nocaute. A direção de arte e efeitos especiais dos robôs é muito cool e estilosa pois cria uma conexão de que eles são realmente lutadores incríveis e invencíveis, poderosamente celebridades em um ringue como se fossem humanos com carcaças da melhor qualidade. A sensibilidade é bastante inerente ao longa, mas não é sentimentalista pois o trato de pai e filho tem bom humor e os confrontos naturais chegam a ser levemente duros em palavras e atitudes; como por exemplo quando Max é vendido e diz que deseja a parte dele do dinheiro ou quando, ao encontrar Atom, o garoto não tem a ajuda do pai e tem que tirar o robô do ferro-velho, sozinho. No geral, o filme também tem uma boa montagem, que dá um dinamismo às cenas de lutas e cortes para planos que evocam os momentos mais intimistas, de forma fluída e comovente em alguns momentos, como quando Max é salvo por Atom e o espectador tende a lembrar dos antigos filmes Spielberguianos através dos olhos de uma criança. Além do mais, o longa retrata as referências a Sugar Ray e Rocky, recuperando o flashback de Charles Kenton como um boxeador que já foi bom , mas que deixou de acreditar em si mesmo e que agora pode recuperar parte de sua autoestima e autoconfiança. De alguma forma, o encontro entre Max, Charles e Atom é uma maneira de unir as forças de uma nova família, na qual um passa a acreditar no outro e dá o devido valor a cada potencial. A vitória também pode surgir de lutadores vencidos, de robôs humanizados entulhados no lixo, afinal, assim é a vida, uma hora na sarjeta, outra vez no pódio. Mais uma vez, Spielberg produz um filme gigante para espectadores de coração.
Avaliação MaDame Lumière
Título: Gigantes de Aço (Real Steel)
País/Ano: USA (2011)
Direção: Shawn Levy
Roteiro: John Gatins, baseado no Conto Steel de Richard Matheson
Elenco: Hugh Jackman, Evangeline Lilly, Dakota Goyo, Anthony Mackie, etc.
eu não dava nada por esse filme e adorei.
ResponderExcluirEsse filme foi uma surpresa muito agradável. Achei a história empolgante e emocionante. Fora que tem um quê de "Falcão - O Campeão dos Campeões", aquele clássico do Domingo Maior, na década de 80, estrelado pelo Stallone! rsrsrsrs
ResponderExcluirEu ainda não vi, mas pelo visto é a surpresa do ano, né? E olha que eu espera que seria completamente o contrário..
ResponderExcluirÉ.
Beijos!
Estou ansioso pra assistir. Pelos trailer as batalhas me pareceram eletrizantes. E só vem recebendo críticas positivas. Além disso, tudo que o Zemeckis (pra mim um diretor mágico) toca eu quero conferir imediatamente.
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