Para quem aprecia um agradável e despretensioso Cinema Francês , a comédia é um dos gêneros m ais bem vindos e marcantes das p...
Festival Varilux de Cinema Francês: Aconteceu em Saint Tropez ( Des Gens qui s'embrassent) - 2013
Prenda-me, uma produção França / Luxemburgo dirigida por Jean-Paul Lilienfeld, retrata a violência doméstica contra mulheres. Com ...
Festival Varilux de Cinema Francês: Prenda-me (Arrêtez moi) - 2012
O roteiro trabalha em um espaço temporal de uma noite na qual o diálogo entre A Culpada e a policial é desenvolvido. A mulher agredida reconta todos os seus traumas e violências sofridas que surgem como flashbacks de memórias. O público acompanha o tormento de seu casamento. À medida que Pontoise ouve o relato da Culpada, cada vez mais a incentiva a não se entregar à polícia, inclusive se recusa a tomar o depoimento e reabrir o caso.
Um recurso eficaz e muito Francês no roteiro é o humor sarcástico. Aqui, ele é bem ponderado no diálogo e até usado em situações absurdas e sem sentido entre ambas as atrizes, no entanto, ele é bom porque ele alivia a carga obscura da violência, o peso do drama e estende o diálogo o tornando mais suportável. Se não houvesse esse humor, o filme seria um porre! Ainda que esse recurso pareça estranho em um filme que retrata a violência doméstica, ele é usado inteligentemente quando se deseja dizer uma verdade que moralmente não é politicamente correta, como por exemplo: quando a policial sugere que o marido tinha mesmo que morrer ou que ela vai dar uma lição no filho imaturo da Culpada.
O humor é muito aliviante após as cenas na qual a mulher é agredida pelo marido e que são bem mais viscerais. De uma maneira bem diferenciada e bem proposital, o diretor optou por não mostrar o rosto de Sophie Marceau durante boa parte das cenas com o marido, além de colocar a câmera a partir dela, que foi acoplada na atriz para que as agressões fossem visíveis de maneira real. A esposa são os olhos do espectador, desta maneira, incomoda bastante ver o ator Marc Barbé como o nervoso e covarde marido se aproximando da vítima e surrando-lhe, em especial, a cena do elevador. A câmera treme como se fosse uma câmera na mão que desestabiliza a imagem reforçando o quanto essa esposa é desestabilizada pela agressão do marido e, portanto, a escolha da direção é bem acertada ainda que, em termos imagéticos, esse tipo de filmagem cria bastante mal estar visual ao espectador.
As atuações são boas. Marc está muito bem porque mimetiza o assustador desiquilíbrio de um homem agressor. Seus olhos são raivosos como de um cão endemoniado. Seu rosto dá até nojo! Certamente, o destaque maior vai para ambas as atrizes. Sophie evoca bem o rosto da mulher culpada, amargurada e traumatizada por um passado tão infeliz como o dela: pai agressor, marido agressor, filho agressor. É como um pesadelo familiar! Ela deseja ser punida por ter sido tão punida na vida. O fato de ser uma mulher comum que não faria mal nem a uma mosca e se tornou uma assassina em uma situação limite de agressão faz com que a veracidade tome conta da tela. É possível acreditar nessa mulher destruída! Ainda que guardando os traços da beleza francesa, ela está bem transtornada, com olheiras e rosto marcado por cicatriz, o que garante credibilidade à esposa sofrida. Mais sóbria mas igualmente afetada por seu emprego burocrático de uma policial em plantão e viciada em automedicação, Miou-Miou está ótima e dá mais leveza e sua experiência ao drama. O roteiro não lhe ajuda pois ela bem que merecia um papel melhor, mas ela é dotada de uma atuação bem humorada da forma mais negra possível. Atuar assim era necessário pois ela é a policial que resiste a prender uma mulher que matou o marido agressor. Ela representa uma lei que não funciona da forma que está, na qual muitos agressores não são condenados e nem presos. Devido ao não funcionamento de uma lei que deveria proteger as mulheres, ela se torna a própria anti-lei durante o seu plantão, aquela que diz: seu marido foi um canalha e merecia morrer! Com o humor, o diretor alivia o que seria uma heresia para a lei atual e opressora dos homens.
O desfecho do filme é compreensível, mas conservador e, portanto, só reforçou a dúvida do por quê o público teve que acompanhar todo o diálogo para ter um final tão acomodado. Com o tema da violência doméstica em voga e dada a seriedade dessa trágica realidade, o cineasta poderia ter optado por outras escolhas, mais dramáticas, viscerais e mais provocativas contra o status quo de uma sociedade machista que alimenta esse mal estar contra as mulheres.
0 comentários:
Caro (a) leitor(a)
Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière
Um dos grandes expoentes da Literatura Francesa e de renome mundial, Victor Hugo e suas talentosas obras que misturam o grotesco ao...
Festival Varilux de Cinema Francês 2013: O homem que ri (L'homme qui rit) - 2012
1 comentários:
Caro (a) leitor(a)
Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière
Adeus, Minha Rainha, drama histórico Francês dirigido sob a batuta de Benoît Jacquot , traz a mise-en-scene 3 belas atrizes: Diane K...
Festival Varilux de Cinema Francês 2013: Adeus, Minha Rainha ( Les Adieux à la Reine) - 2012
1 comentários:
Caro (a) leitor(a)
Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière
O filme Camile Claudel 1915 com a mais que excelente Juliette Binoche no papel de Camile Claudel, escultora Francesa, irmã do...
Festival Varilux de Cinema Francês 2013: Camile Claudel 1915 (2013)
0 comentários:
Caro (a) leitor(a)
Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière
0 comentários:
Caro (a) leitor(a)
Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière