Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

#Lançamento #Blockbuster #007 #Espionagem #Ação #DanielCraig  #Semtempoparaspoilers Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de C...

007 - Sem Tempo para Morrer (007 - No Time to Die, 2021)





#Lançamento #Blockbuster #007 #Espionagem #Ação #DanielCraig 

#Semtempoparaspoilers





Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação



Lançado em 30 de setembro nas salas de exibição do país pela Universal Pictures, 007 - Sem tempo para morrer (007-No time to die, 2021), o 25º filme de uma das franquias mais amadas e explosivas do Cinema, se divide entre o afeto e o entretenimento. O longa marca a despedida de Daniel Craig frente ao cultuado protagonista. Desde 2006, o ator passou por mais 4 filmes (Cassino Royale, Quantum of Solace, Operação Skyfall e 007 Contra Spectre) com elegância, charme e profissionalismo. Para quem gosta da franquia, o filme garante um adeus que não racionaliza demasiadamente este emblemático momento na carreira do ator. James Bond surge com a mesma implacável licença para matar, mas também apaixonado e capaz de fazer sacrifícios por aqueles que ama.








Para encerrar este ciclo de 007 com Daniel Craig, produtores escalaram o cineasta Cary Joji Fukunaga, conhecido pela crítica pelo preciso trabalho realizado em Beasts of Nation (2015) lançado na Netflix. Esta decisão foi bem acertada considerando o background do diretor. Fukunaga é versátil e habilidoso e aberto a projetos que possam ser conectados ao seu olhar e experiências com Cinema independente. Ele consegue fechar contrato tanto com uma plataforma audiovisual de streamings como uma gigantesca produtora que injeta capital em blockbusters. Além do mais, os dois últimos 007 foram dirigidos por Sam Mendes que, por excelência,  é um diretor que transita bem entre filmes de grande apelo comercial e outros independentes.




"Não digo que estamos reinventando o cinema, mas definitivamente colocamos Bond em situações emocionais inéditas, enquanto a ação se desenrola”  - Cary Joji Fukunaga.






Dos oito Aston Martin usados em uma sequência filmada na Itália, dois foram manufaturados como dispositivos mecânicos para abrigar a cortina de fumaça, as metralhadoras e camuflar as explosões - nota da assessoria sobre o trabalho de Chris Corbould, supervisor de efeitos especiais.




Cartaz evento imprensa, lançamento do filme

Ator Rami Malek, novo vilão na franquia




Neste roteiro, o público tem a continuidade de 007 contra Spectre, não apenas por uma coesão e razões óbvias na narrativa, mas tendo em vista que o relacionamento de Bond com Madeleine Swann (Léa Seydoux) é a base de muitos eventos dramáticos nos quais o protagonista tem que tomar decisões. Ele é colocado à prova entre sua razão e emoção, considerando ela está no meio das motivações dos inimigos representados por Blofeld (Christoph Waltz) e Safin (Rami Malek). É como um passado que os conecta com esses vilões, logo, Bond e Swann têm que lutar em duas frentes: defender o mundo contra uma letal arma tecnológica e assegurar que permaneçam juntos e/ou seguros.







Evento da imprensa mostra cartazes do elenco no Cinepólis, São Paulo





Após ser convocado pelo seu amigo Felix Leiter (Jeffrey Wright) à uma missão, 007 volta à ativa após estar fora do serviço secreto. Neste sentido, na arquitetura que engloba todos os eventos, a ideia não se renova no sentido de que o agente recebe uma missão que o tira de qualquer normalidade e paz em sua vida, como é recorrente em filmes que envolvem espionagem. A diferença é como estes eventos impactam nas emoções e decisões do personagem. No mais, Bond reencontra velhos conhecidos como M (Ralph Fiennes), Q (Ben Whishaw), MoneyPenny (Naomie Harris) e novos colegas como Nomi (Lashana Lynch) e Paloma (Ana de Armas), o que não deixa de ser uma grande família para um agente secreto.





Sob a perspectiva do roteiro, todos os personagens coadjuvantes têm seu espaço na trama, entretanto, alguns fragmentos da narrativa visam a preencher mais a história com diversão, risco e ação do que propriamente com grandes conflitos. Não é um excepcional roteiro de espionagem já que se volta mais a afetos e desafetos do que a ser um thriller arrebatador.  Embora tal decisão do roteiro prolongue ligeiramente a história em comparação aos antecessores, a experiência se torna leve, dando espaço para um Bond mais emocional que é surpreendido por situações mais afetivas e intimistas. De certa forma, isso conecta o público que gosta de romance, amizade e família.





Mais maduro nestes 15 anos de parceria com a franquia, Daniel Craig continua estiloso e focado no personagem se responsabilizando por grande parte da ação. Dadas suas características como um ator mais sério, ele funciona muito bem no filme ao ser desafiado a transitar entre o pragmatismo da ação combativa e a vulnerabilidade do personagem. Não chega a ser um ator de muitas camadas dramatúrgicas, mas aqui se esforça ao manter sua natureza mortal no serviço secreto e as complexidades de sua vida pessoal. Seu humor em interação com Ralph Fiennes e Ben Whishaw assegura alguns diálogos leves e inteligentes, além da graça de ser um agente apaixonado que, apesar da tradição e charme em ter muitas mulheres, já está em outro ciclo da vida e parece ter perdido o traquejo nos flertes.



 “Quando eu paro e penso sobre o que conseguimos ao longo de cinco filmes, é realmente muito emocionante, foram quase 15 anos da minha vida. Eu senti que com 007 – Sem Tempo para Morrer havia uma história para terminar e muitas pontas soltas que precisávamos amarrar. Sinto que fizemos isso. Estou imensamente orgulhoso disso e do enorme esforço coletivo envolvido para se fazer um filme de Bond. Ser apenas uma pequena parte disso tem sido uma honra”  - Daniel Craig






Cartaz evento imprensa, lançamento do filme
Atriz Lashana Lynch



O filme acompanha bastante o que o Cinema contemporâneo tem trazido, entre elas, a inclusão de gênero e étnica em elencos cada vez mais globalizados e abertos à Diversidade. Personagens femininas ganham destaque, a começar pela própria Madeleine Swann, ainda representada pela Francesa Léa Seydoux que permaneceu na franquia após 007 contra Spectre e assume maior protagonismo por triangular os 3 personagens homens relacionados a seu passado: Bond, Blofeld e Safin. A Britânica Naomie Harris continua como MoneyPenny e sua lealdade à Bond e parceria com Q. A revelação Britânica, a belíssima atriz negra Lashana Lynch, tem mais exposição após Capitã Marvel. A Cubana Ana de Armas retorna às telas após sua excelente participação em Blade Runner 2049 e garante uma ágil e divertida participação especial ao lado de 007. Outro destaque é a fabulosa música tema No time to die, interpretada por Billie Eilish, mais uma inteligente escolha entre os nomes Pop e/ou R&B que já se destacaram nas trilhas da franquia como Adele, Sam Smith e Alicia Keys.









Embora as mulheres sempre tiveram um papel especial na vida do agente 007, é interessante notar que elas já não são apenas para serem exibidas em um grande salão de festa e levadas à cama. O filme brinca com essa questão de forma bem humorada. Bond perdeu muito do tato ou as mulheres já não estão tão interessadas nele, o que não deixa de ser hilário. Essa mudança é nítida e positiva no longa em virtude dos novos tempos, mas também demonstra que 007 amadureceu com os anos. Chega uma hora que o homem se cansa de flertar ali e acolá e deseja formar uma família ou, pelo menos, ficar sozinho ou investir em uma relação estável se permitindo amar e ser amado. Com 007 não é diferente. Mesmo no meio do caos, seu par romântico com Madeleine Swann traz mais naturalidade e leveza ao personagem, logo, é possível acreditar neste amor.




A franquia evolui para um Bond que, frente as complexidades de ter uma vida pessoal "normal", tem a chance de ser vulnerável às emoções e fazer escolhas. Para o próprio ator, " Os filmes tratam em grande parte dos relacionamentos do Bond, de como eles o afetaram e como eles transformam e guiam sua vida". Diante de uma jornada de sucesso e evolução, não há como não se emocionar com esta despedida e dizer: Muito obrigada, Daniel Craig. Por aqui sentiremos sua falta!








Fotos, uma cortesia Universal Pictures para divulgação do filme. Citações do diretor Fukunaga e ator Daniel Craig, uma cortesia Universal Pictures e CDN Comunicação.

Fotos dos cartazes por MaDame Lumière, fonte: evento press day Universal Pictures/CDN para jornalistas e críticos de cinema.

0 comentários:

Caro (a) leitor(a)

Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.

Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.

No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière