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Mostra SP 2021| I Comete - Um verão na Córsega (I Comete - A Corsican Summer, 2021)

  





#MostraSP #45ªmostra #45mostra #FestivaisdeCinema #EuvinaMostra



De 21 de Outubro a 03 de Novembro




Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação




A estreia de Pascal Tagnati em longa-metragem apresenta uma contemporânea experiência social com diversas gerações que estão passando o verão em Córsega, ensolarada e paradisíaca ilha Francesa. No desenvolvimento narrativo, o diretor utiliza a suspensão do tempo, explorando este microcosmo antropológico cujos fragmentos mostram as relações entre indivíduos que muito, pouco ou não se conhecem.





A estética mergulha em um Cinema realista, próximo ao documental, ainda que permaneça nos registros da ficção. Tagnati se desdobra em cotidianos conflitos familiares, romances de verão, conversas sobre a passagem do tempo com uma montagem que prioriza reunir a miscelânea de momentos breves. O tempo é estacionado como se só existisse Córsega no mundo, pelo menos  por 127 minutos. 










Esta aproximação com um presente momentâneo, que funciona como um caledoscópio de rasas experiências dizem muito sobre os tempos desta sociedade. Córsega é um destino desejado e elitizado, mas também tem sua tradição através dos mais velhos que ali residem. Tem a elegância Francesa com o bom viver descolado da influência Italiana e parte disso é mantido na atmosfera do longa, porém, nos planos que apresentam adolescentes e adultos em conflitos ou sem muito a acrescentar, o retrato social reflete o esvaziamento de gerações que se comportam com arrogância, traições, relacionamentos e sexo casual. 











Neste contexto, é frustrante ver que muitos personagens são desprovidos de qualquer carisma e conteúdo. Chega a ser deprimente suportá-los por 2 horas. Cenas com masturbação em sexo virtual, relacionamentos extraconjugais e crianças e jovens com falta de educação são exemplos de uma Córsega fútil, um cotidiano com pessoas que em nada combinam com a beleza da natureza circundante. Por outro lado, os fragmentos que compartilham pessoas mais velhas, suas memórias e experiências, embora entediantes devido ao ritmo lento da obra, somam mais de reflexão a respeito do tempo e da vida.





Não é um longa que desperta um encantamento por mais que seja rodado em um local deslumbrante e de agradável energia. Isso se deve a escolhas da direção mas também ao breve desenvolvimento dos personagens e ao extenso tempo da projeção. O filme não se ocupa de criar nenhum vínculo de conexão emocional positivo entre o público e o elenco, acabando por fragilizar qualquer engajamento com estas narrativas. Com um prêmio no Festival de Roterdã dado pelo júri, a estreia de Pascal Pagnati é bem mais interessante como crítica intergeracional.





2,5

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