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438 Dias (438 Days, 2019)

  




#Drama #História #Jornalismo #Streaming #CinemaSueco #CinemaEscandinavo #CríticaSocial #LiberdadedeExpressão







Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
 




Baseado em fatos ocorridos com os jornalistas Suecos Martin Schibbye e Johan Persson quando foram torturados e presos na Étiopia, 438 Dias (438 Days, 2019) é uma combinação de drama e suspense que apresenta uma das trajetórias históricas do terror imposto a jornalistas internacionais em zonas de conflitos e corrupção. Em Junho de 2011, Martin e Johan atravessaram ilegalmente a fronteira da Somália e Etiópia e se estabeleceram em território da região de Ogaden para investigar os negócios petrolíferos e as consequências violentas para a população.










No roteiro escrito por Peter Birro e baseado no livro original, os 438 dias de horror se referem ao tempo que os jornalistas tiveram que sofrer torturas e abusos variados que violam os Direitos Humanos, passar por tribunais arbitrários e ceder a chantagens. Foram jogados em uma cadeia degradante com lotação máxima após serem capturados pelo exército Etíope e acusados de terrorismo. Como consequência, expostos a riscos diários de vida mesmo criando alguns vínculos na prisão, além de alvos de armações políticas que visavam alterar a veracidade dos fatos.










Há uma extensa filmografia mundial na qual cidadãos do mundo têm seus direitos humanos violados e/ou são mortos ao tentarem investigar regiões  destruídas pela miséria e violência. Entretanto, nesse longa Sueco, o diferencial é trazer uma história verdadeira sobre a perseguição sofrida por jornalistas investigativos em zonas de guerra e terrorismo, principalmente as que envolvem regiões de petróleo, grupos armados e interesses políticos e empresariais. Desse modo, o filme funciona como um drama histórico que denuncia os ataques à liberdade de expressão.




Bem interpretados, respectivamente por Gustaf Skargård (da série Vikings) e Matias Varela, Martin e Johan colocam em ação esforços visíveis nessa jornada de tortura, julgamento e sobrevivência. Expostos a diversos maus tratos, em todo o roteiro, eles adequam sua inteligência jornalística e o medo natural da perda e da morte à interação com diferentes personagens em momentos críticos, assim, carregam certo autocontrole e diplomacia através das atuações de Gustaf e Matias. Mesmo em situações violentas e de descontrole emocional, é perceptível a humildade e sabedoria dos jornalistas em tentar manter a calma.








As atuações dos protagonistas ajudam muito a não transformar o longa em um horror duplicado e/ou um filme demasiado pesado. Tanto Martin como Johan são personagens acessíveis e carismáticos e não perdem essa humanidade. A direção segura de Jesper Ganslandt coopera para manter o longa interessante; principalmente levando em conta que o lado antagonista é sustentado pelos absurdos da corrupção, da repressão e da violência a qualquer custo, além das cenas de tribunal fragilizarem a tensão da narrativa em virtude do júri ser imediatista e injusto, impossibilitando gerar muito suspense na história.








Foto, uma cortesia A2Filmes para divulgação do filme.


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