Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

   #Drama #LGBTQI+ #Streaming #CinemaGuatelmaco Uma das novidades da plataforma  Cinema Virtual   Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueir...

Tremores (Temblores, 2019)

 




 #Drama #LGBTQI+ #Streaming #CinemaGuatelmaco



Uma das novidades da plataforma Cinema Virtual 






Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
 





O Cinema de temática LGBTQI+ tem aumentado o número de produções independentes com a ampliação de espaços dialógicos para discussão e reflexão sobre a interseccionalidade entre gênero, raça e sexualidade. Embora haja uma tensa relação entre sexualidade e Cristianismo, como por exemplo, em "Má Educação" (2004, de Pedro Almodóvar) e em "Graças a Deus" (2018, de François Ozon), a maioria dos filmes buscam retratar os relacionamentos sob uma perspectiva realista e contemporânea que valoriza os afetos.










Na contramão de Me Chame pelo seu nome (2017) e Moonlight: sob a luz do luar (2016), Tremores (Temblores, 2019) do cineasta e roteirista Gualtemaco Jairo Bustamante opta por filmar a visão tradicional da repressão e do preconceito social contra um amor homossexual.  Na trama, o ator Juan Pablo Olyslager interpreta Pablo, homem evangélico casado com Isa (Diane Bathen) e pai de dois filhos. Ele se apaixona por Francisco (Maurício Armas) e decide morar com o amante. Sua família se une a Isa e a pastora da igreja e propõem um "tratamento" para curá-lo.











Como os tremores típicos da região vulcânica da Guatemala, o roteiro apresenta abalos profundos no relacionamento de Pablo com a família. Ele é privado da presença dos filhos e exposto a diversos tipos de humilhações. O posicionamento da família utiliza o discurso da religiosidade e da configuração convencional das famílias, assim a polêmica "cura gay" é exposta na narrativa com bastante afinco pelos envolvidos que se posicionam totalmente contra a homossexualidade. O tratamento ganha maior força a partir do meio da projeção, se afirmando como um assustador "rehab" anti-homossexual com absurdos contornos de radicalismo religioso.






A decisão do diretor em filmar de uma maneira didática e convencional funciona bem para esta dinâmica dramática, levando em conta que Pablo é um homem em crise em uma efervescente comunidade religiosa. Ele não deseja perder o amor dos filhos e nem da família, assim muitas de suas reações são baseadas na forte pressão social e no medo de perder a convivência com os filhos. Com isso, a maioria das cenas são tradicionais e bem diferentes de trabalhos anteriores do cineasta, como o elogiado Ixcanul (2015), ainda assim, entrega uma perspectiva coerente com o posicionamento de muitos evangélicos.










É interessante notar que o diretor emulou o radicalismo e não economizou tomadas nas igrejas, centro de "tratamento" e ambientes familiares com intensos conflitos, todas dirigidas com excelência. O público também deve ter em conta que a história é ambientada em uma família de classe média alta na Guatemala, um país com histórico de violência étnica e outros preconceitos. Observar que Pablo é um homem de família abastada que se envolve com um massagista de origem pobre e periférica mostra outra nuance social desta realidade hostil que eles têm que enfrentar.








Fotos, um cortesia assessoria do filme para crítica.

0 comentários:

Caro (a) leitor(a)

Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.

Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.

No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière