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  Repescagem Mostra Play - 04 a 07 de Novembro Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunicação O...

Mostra SP 2021| Sem Aban (Bi Aban| Without Aban, 2021)

 





Repescagem Mostra Play - 04 a 07 de Novembro




Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação






O diretor Iraniano Mehrdad Kouroshnia tem experiência na TV com as séries Rhino e Forbidden e, em parceria com o roteirista Ali Asghari, estreia em longas-metragens com Sem Aban (Bi Aban| Without Aban, 2021), uma produção de baixo orçamento que se destaca pela habilidade do cineasta em explorar as locações em torno de um tripé de cenários formado por madeireira, floresta e rodovia e a direção de atores com a crível atuação de Reza Akhlaghi Raad.











A narrativa se desenvolve com uma tensa revelação após o guarda florestal Aban (Raad) encontrar o cadáver de uma garotinha no meio da estrada. O evento se transforma na ponta do iceberg de um segredo guardado há 15 anos e que coloca em risco o casamento entre ele e sua noiva interpretada por Sahra Asadollahi. Atormentado pela culpa de ter matado um garota em situação similar, Aban se apropria de um papel de justiceiro e de investigador e se empenha em descobrir quem atropelou a garota.





Sem Aban traz um componente de redenção diferente do que normalmente acontece no Cinema Ocidental, o que provoca um estranhamento com as situações vivenciadas pelo protagonista e que reflete uma faceta provinciana do Irã. Aban tem uma forte personalidade e tem certa influência no local, sendo assim, quando fala a verdade sobre seu passado, seu crime não vale nada para aqueles policiais ali que não podem reaver o cadáver enterrado há 15 anos atrás. Neste aspecto, a história carrega estranhezas nas quais o valor da verdade pode ser nulo ou mínimo.












Diante dos fatos nos quais Aban têm que lidar com contrabandistas e a arrogante mãe da noiva,  ele é mais um homem angustiado e arrependido em busca da verdade do que propriamente um homicida. Está inserido em um pequeno núcleo dramatúrgico capaz de negligenciar, ignorar e mentir, se for necessário, para manter uma imagem social e os negócios sob controle. 





Com isso, o longa coopera para refletir sobre verdade, culpa e justiça. Objetivo, econômico e eficiente, tem de tudo para colocar o público neste espectro de histórias Iranianas marcantes e estranhas com dilemas morais. Após o desfecho chocante, certamente, Sem Aban continua girando na cabeça como um assombro e com a dimensão dos danos que o ser humano provoca uns nos outros.






(3,5)




Fotos, uma cortesia Mostra SP para divulgação da crítica.

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