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Parte da programação do RFF, exibições gratuitas até 10 de Outubro
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Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
Em qualquer profissão, a realidade é dura com relação a envelhecer e não ter a mesma notoriedade da juventude. Por mais que seja possível se reinventar e desenvolver múltiplos propósitos e ofícios, sair do destaque e dar espaço a novas gerações passa pela experiência de lidar com o ego e com os mais jovens. Qualquer profissional competente e com amplo background que está acostumado(a) com inúmeras conquistas e reconhecimentos, em algum momento da carreira, vivencia os altos e baixos da profissão e, principalmente, a auto exigência e cobrança de continuar vencendo ou, no mínimo, tendo retorno sobre o tempo, dinheiro e esforço que investiu em si.
Em Na Ponta (On the Edge, 2020), o mundo esportivo da esgrima mostra o combate entre duas mulheres habilidosas no sabre e onde se dá o encontro de diferentes gerações e classes sociais neste esporte. De um lado, a veterana e bem sucedida Aleksandra Pokrovskaya (Svetlana Khodchenkova) com 34 anos, principal referência da modalidade na equipe Olímpica Russa. Do outro, a revelação Kira Egorova (Stasya Miloslavskaya) com 19 anos e um forte desejo de vencer e se estabelecer no esporte. Bastante competitivas e de personalidades fortes, elas começam um duelo para ver quem vencerá as Olímpiadas e conquistará o tão sonhado Ouro.
Dirigido por Eduard Bordukov, Na Ponta é um bom entretenimento partindo da ideia de que tanto Aleksandra como Kira têm que aprender a se respeitarem como colegas de equipe e como oponentes. A temática da narrativa é bem atraente ao trazer um esporte diferente do normalmente abordado no Cinema. Há inúmeros filmes de boxe, atletismo, basquete, entre outros, mas sobre sabres é um diferencial, assim é uma forma de compreender um pouco mais o esporte na Rússia e o histórico da modalidade nas Olimpíadas, como por exemplo, a técnica, os bastidores e preparação.
A qualidade da dramaturgia é atendida pela ótima atuação de Svetlana Khodchenkova, uma atriz com experiência em campo e cuja personagem madura tem uma responsabilidade maior de servir de exemplo a Kira e dar o tom das mudanças nesta relação. A veterana fica com o peso de dar espaço para a novata e tem o desafio de enfrentar a auto estima e ego que ficam comprometidos neste contexto.
Por outro lado, a jovem Kira é absurdamente antipática, arrogante e impulsiva no início do longa, características pessoais que a tornam insuportável e pouquíssimo carismática. Mesmo após ter um pouco de humildade, não apresenta carisma para uma potencial campeã. No geral, a interpretação de Stasya Miloslavskaya não é tão espontânea, logo, é um personagem que não conquista como um emergente talento. Caberia aqui uma melhor direção de atores para este personagem.
Felizmente, no decorrer da tensa relação entre jogos limpos e sujos nos quais uma têm que suportar a outra, os desdobramentos do roteiro garantem o que os filmes sobre esportes têm como principal missão: o que aprendemos com tudo isso através da simbologia do esporte e da competitividade? Muitas coisas positivas, inclusive a liderança, a colaboração e o respeito. Não é um filme agradavelmente vibrante e emotivo, mas a curiosidade pelo sabre salva a diversão.
Fotos, uma cortesia RFF.
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