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Mostra SP 2021| Os inventados (Los Inventados, 2021)

 






#MostraSP #45ªmostra #45mostra #FestivaisdeCinema #EuvinaMostra



De 21 de Outubro a 03 de Novembro




Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação




A figura do diretor lhe dá um status de autor, porém é amplamente compreensível na indústria audiovisual que uma obra é e sempre será um trabalho coletivo, com a ressalva de que, o diretor é um grande orquestrador. Ele precisa ter bem claro a execução da narrativa ou, no mínimo, saber coordenar os elementos da linguagem cinematográfica e lidar com os desafios de ser compreendido pela recepção do filme.





Os Inventados (Los Inventados, 2021) pertence à nova geração do Cinema Argentino e aceita o desafio da recepção em um nível arriscado ao trabalhar com um híbrido de drama existencial, mistério e um pouco de humor em um tripé de diretores formados por três amigos da faculdade, Leo Basilico, Nicolás Longinotti e Pablo Rodríguez Pandolfi. Se por um lado, eles têm história, sinergia e diferentes habilidades juntos que somam experiências com média-metragem, websérie, montagem documental e dramaturgia, por outro, um filme com 3 diretores exige bastante foco e apropriação da direção, além de um claro senso de propósito sobre o argumento.












Na história, Lucas (Juan Grandinetti) é um jovem ator que decide participar de um workshop de atuação realizado em um lugar isolado. Ele e os outros participantes têm que fingir ser outra pessoa. No decorrer da convivência, os outros vão desaparecendo, colocando em xeque a sanidade e existência de Lucas. Ao lado da colega pela qual sente atração, interpretada pela atriz Verónica Gerez, Lucas busca descobrir o que está acontecendo e se ele desaparecerá a qualquer momento.





A ideia tem uma faceta original e audaciosa, com vias à experimentação, considerando que mobiliza a experiência imaginária e a personalidade de Lucas em um contexto de estranhamento; dessa maneira, até que ponto o que está acontecendo é real e o que está por vir. Como muitos jovens em início de carreira, principalmente em uma profissão desafiadora e incerta como a de ator, Lucas tem suas crises e dilemas pessoais e mostra um deslocamento em cena que funciona bem sob a perspectiva da inadequação e da melancolia. Apesar da experiência popular como ator-mirim no passado, falta-lhe autoconfiança, assim, ainda é discreto e solitário.












As interações com Verónica Gerez criam um mediano clima de aproximação e empatia, tendo em vista que tanto ela como Juan Grandinetti são bons atores, porém ainda insuficientes para um melhor engajamento na história. Como consequência, Os inventados conserva uma atmosfera de estranhamento e de espera pela próxima cena excitante. É um mistério que mantém a curiosidade, mas que não cumpre a aposta do público pelo clímax. Fatalmente, o filme se resume a uma espera cuja ação nunca se realiza. Em se tratando de Cinema Argentino, a expectativa é frustrada.











Além do roteiro não aprofundar essas interações e conflitos de Lucas, desse modo, dificultando a conexão com o personagem, ele também está relacionado a uma proposta arriscada para a orquestração por 3 diretores. Ainda que um ou outro cineasta tenha ficado mais à frente com a batuta, quando muitas cabeças entre amigos têm um pacto de dar um norte à narrativa, potencialmente, algumas compreensões sobre o longa podem vir a ser um desafio à audiência. 




É o que aconteceu aqui! O filme começou bem, mas foi desenvolvido com essas lacunas e riscos. Os diretores tinham um personagem potente, misterioso e melancólico mas que se perdeu na própria oportunidade de reinvenção. 










Fotos, uma cortesia Mostra para divulgação do filme


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