melhor canção original "Down in New Orleans"
Resenha integrante da Maratona Oscar 2010
por MaDame Lumière.
Glamourize-se antes da premiação
com MaDame.
de A Princesa e o Sapo
Sua vida muda quando o Princípe da Maldovia, Naveen (o brasileiro Bruno Campos, excelente voz, charmosa fluência e sonoridade em inglês) chega à cidade para desfrutar seu amor ao jazz. A amiga de Tiana,Charlotte La Bouff (Jennifer Cody), uma sulista branca, rica e mimada fica excitadíssima com a vinda do príncipe, uma oportunidade para La Bouff arrumar um bonito namorado de abastada família e talvez um casamento. Paralelamente, Naveen (que inicialmente é superficial como um garoto rico e mimado que só pensa em dinheiro e diversão) é influenciado pelo feiticeiro Facilier (Keith Davis) que promete a ele uma vida de prazeres e nenhuma responsabilidade. Facilier tem interesses muito mais agressivos porque deseja dominar Nova Orleans e não poupa esforços macabros para tal, apelando até mesmo para vudu, para tal plano ele conta com o ambicioso Lawrence que deseja casar-se com uma princesa como Charlotte La Bouff. Naveen acaba sendo enfeitiçado e se torna um sapo. Durante uma festa, ele e Tiana se encontram e, por um fatal e necessário lance do destino, Tiana também vira sapa. O transcorrer do enredo é baseado na jornada na qual Tiana e Naveen se aventuram como sapos em uma floresta, passam a conhecer um ao outro e desta relação nasce um grande amor. Nessa trajetória divertida, eles farão amigos como o engraçado e adorável vagalume Ray, o cômico e talentoso músico de jazz crododilo Louis e a hilária e sábia curandeira Mama Odie (Jenifer Lewis) que o ajudarão a retornar à forma humana.
Beleza exterior e interior
A Princesa e o Sapo é cativante como todas as grandes histórias de amor de Animação Disney mesmo que não seja a mais bela história de amor animada do Cinema. O roteiro não compromete a beleza geral do desenho embora poderia ter realçado mais o tempo de fita dedicado a Tiana e Naveen juntos em suas formas humanas (o que é visualmente muito mais bonito de se ver do que sapos soltando línguas gosmentas), além disso há algumas referências desnecessárias à parte de magia negra com elementos como sombras, vudus, amuletos, calderões e feiticeiros embora compreensíveis para este enredo. Ray, Louis e Mama Odie garantem os momentos mais engraçados da animação e merecem ser vistos e adorados. De maneira geral, nas referências ao jazz de New Orleans, à culinária e às bases míticas da cidade através dos rituais afrodescendentes está o maior valor de A Princesa e o Sapo além de unir um casal apaixonado, a valorização de uma mulher negra como princesa e a lição de moral de que o dinheiro não compra tudo, é preciso ter amor. Tanto Naveen quanto Tiana aprendem que o amor é o ingrediente secreto mesmo que eles ainda não enxerguem isso. De uma forma muito interessante, o destino cinematográfico une mais estes dois personagens que valorizam demais o quesito material mesmo que ambos sejam bem diferentes em termos de maturidade. O emocional é deixado em segundo plano para depois ser elevado em sua grandeza, por isso a animação consegue atingir todas as idades e ser atual para os adultos que, de tanto se preocuparem em trabalhar intensamente e obter sempre mais e mais dinheiro, esquecem-se da coisa mais valiosa que é o amor às pessoas. Tiana é responsável, perseverante, lutadora e de procedência pobre, trabalhando árduo por causa de um sonho individual e familiar em pleno período próspero do "estilo de vida americano", a era das oportunidades. Naveen é boêmio, preguiçoso, mimado, mulherengo e de procedência rica, carregando um título real de uma família que está falida. Nesse momento, dinheiro faria a diferença para eles. Desprovidos de suas belezas exteriores (são sapos adoráveis, mas sapos), eles aprendem a ver a qualidade um do outro, ou seja, suas belezas interiores, uma oportunidade de se apaixonarem, valorizarem um grande e inesperado amor, mais um conto de fadas moderno.
É impossível não se render ao encanto saudoso destas animações tradicionais da Disney e as canções têm este poder de levar ao local em destaque que, nesta animação, torna-se bem mais cativante por conta da influência do jazz e da música negra americana, não é a toa que Anika Noni Rose conquistou o papel de Tiana que foi concorrido por grandes vozes da Soul / R&B music como Alicia Keys e Jennifer Hudson. A animação ainda conta com a linda canção love theme Never Knew I needed de Ne-Yo, outro cantor celebridade da música black americana e com a poderosa Oprah Winfrey que dubla a voz de Eudora, mãe de Tiana. Com relação às músicas indicadas ao Oscar, Almost There e Down in New Orleans são alegres e dançantes, empolgam a audiência e combinam bem com o charme jazz soul de New Orleans dos grandes salões, um toque de Harlem e da força da sonoridade da voz negra. A animação não deve ganhar o Oscar em nenhuma categoria considerando a força de seus concorrentes como UP - Altas Aventuras (em melhor animação) e Weary Kind de Coração Louco (como melhor canção original) a não ser que a Academia deseje reconhecer o retorno dos Estúdios Disney neste tipo de trabalho, no entanto, a produção merece os aplausos de trazer novamente esta aura nostálgica dos clássicos musicais animados que encantam multidões e tantos corações, só por esta performance, A Princesa e o Sapo já é um vencedor.
Origem: EUA
Gênero: Animação, Infantil, Romance, Família
Duração: 97 min
Diretor(a): Ron Clements, John Musker
Tá passando no cinema da minha cidade, acho que vou assistir quando melhorar do pé! hehehhe
ResponderExcluirO sucesso do filme é porque o John Lesseter assumiu a direção de um repartimento da Disney e conseguiu trazer qualidade novamente ás animações 2D da companhia!! Santa Pixar!!!
Beijos Madame!!
Oi Eri,
ResponderExcluirEspero que seu pé esteja melhor. Eu torci o meu no domingo e tive que ficar na cama fazendo aplicações de bolsa de gelo, graças a Deus melhorou.
Obrigada pela informação sobre o John Lesseter, desconhecia tal fato. Esta animação é bem alinhada ao clássico handmade drawing, é um desenho de fundos mais escuros por conta desta aura também de feitiçaria, floresta e New Orleans. Vale a pena conferir porque dá saudade da infância Disney. Quero assistir branca de neve e os sete anões qualquer dia destes.
Bjs!
O filme apresenta algumas falhas bem gritantes, mas caí de amores mesmo é pelo senso de magia apaixonado envolvido sob ele. Como também a forma amadurecida e criativa com a qual lida com o vilão e a cultura de New Orleans.
ResponderExcluir[****]
Oi Wally, exatamente! Tem algumas falhas. Para mim, a maior delas se refere a forçar a situação que envolve 1 casal de sapos, no roteiro e a forma como foi colocado em película ficou um "meio de campo meio confuso" na fluidez e coerência do filme, mas enfim, como você mesmo disse não há como não cair de amores. Amor mágico sempre é bem vindo! abs!
ResponderExcluirAinda não vi esse. Mas gosto muito de animação tradicional e fico feliz que a Disney mantenha a chama acesa. Pela boa bilheteria que o filme fez, e pela lembrança no Oscar eu tb diria que já é um vencedor.
ResponderExcluirBjs
Olá Madame. Tudo bem?
ResponderExcluirQuando este estreou na minha cidade, fui assistir sem pensar duas vezes. Acho que as expectativas foram altas e a decepção foi inevitável. Achei um filminho legal, mas que se empalidece diante de tantas falhas. "A primeira princesa negra da Disney" eu achei um marketing pavoroso, já que o filme não aproveita tal conceito para fazer nenhuma crítica social, nem mesmo o filme seria diferente se a princesa fosse parda, mameluca ou chinesa. Acho que ficaria melhor "A primeira princesa sapa da Disney" porque é isso o que ela é na maioria da projeção. Eu senti mais falta dos coadjuvantes, tinham personagens muito bons que foram relegados a poucas falas e tal. Tem números musicais bem safados, mas outros são de encher os olhos mesmo, sem falar que acho muito válido a Disney voltar com suas animações tradicionais em desenho manual... acho tão bonito, tão...infância! rs
mas infelizmente, "A Princesa e o Sapo" não me cativou como os demais clássicos do Estúdio.
ABS!
Oi Reinaldo,
ResponderExcluirPois é, mais um entretenimento com a volta do saudosismo Disney(ano).
bjs!
Oi Elton, tudo bem! Espero que você também.
ResponderExcluirExpectativas realmente afetam nossa experiência com o filme. Como não sou muito adicta a animações(tanto que um dos meus desafios é apreciá-las mais com gosto), eu assisti A Princesa e o Sapo muito mais para ver como foi este renascimento clássico da Disney. Penso que o roteiro tem umas falhas escrachadas, mas como Disney sempre relembra desenhos da infância, eu acabei deixando os erros em segundo plano e os excluindo de minha mente. Concordo com você que colocar uma princesa negra não trouxe nenhuma crítica social, mas honestamente, acho que este nunca foi o intuito de animações Disney. Eles já colocaram N etnias e uma leva de seres distintos nas animações e isso nunca se apresentou como uma bandeira social efetiva. É muito mais fácil para eles, dentro do histórico do Studio, levantar a bandeiras de clichês universais em busca do amor, da paz, da amizade do que entrar em questões fortes que beiram a diversidade social e racial.
A verdade é que, no fundo, há uma cobrança (que acho justa) de valorizar a raça negra Hollywood está amando pegar personagens negros e pobres e mostrar a superação como Michael Oher em Um sonho possível e Precious em Preciosa. Tiana não é diferente. Ela trabalha como uma louca economizando moedas e as colocando em latinhas e, no final, ainda encontra o príncipe encantado e abre um restaurante. Embora eu defenda a igualdade racial, não gosto como o Cinema Americano aborda a questão racial do negro. Ela nunca mostra uma realidade mais digna e realista do negro como o faz o Cinema Europeu com a questão étnica no continente, são poucas as tentativas e muitas delas baseadas em biografias de grandes personalidades negras.
Hollywood quer bancar sempre o bom moço, fantasiar a superação negra e soa-me muito artificial porque isso não exalta a raça negra, pelo contrário, marca mais a injusta diferença e não a louva com as verdadeiras conquistas que ela já o fez.
No caso de uma princesa negra, não é novidade e infelizmente eles demoraram demais para colocar uma princesa negra. Até as bonecas negras chegaram antes ao mercado, afinal as bonecas não são só loiras e brancas porque as pessoas não são só loiras e brancas, logo excelente ter desde produtos de cabelo para negros até bonecas negras. Como diz Lázaro Ramos em Roque (de Ó pai ó), vamos ser iguais porque todos sangram do mesmo jeito quando levam uma porrada, todos comem da mesma comida. O que deveria ser levado em conta por Hollywood é fazer Cinema também sobre a evolução do negro que mostre que ele lutou por si só e não por caridade, por isso o trabalho de Lee Daniels em Preciosa não mostra um mundo cor de rosa, mas é muito mais honesto neste campo.
Como você bem lembrou, A Princesa e o Sapo foca bastante em um casal de sapos, logo Tiana é bem mais vista como sapa do que como uma linda princesa negra e isso me incomodou porque, no fundo, a oportuniade de ter uma princesa negra poderia ser melhor explorada, não em termos de crítica social, mas em termos visuais mesmo para adornar bem melhor a película já que Tiana é muito simpática e bonita.
Abs e obrigada pelo seu comentário!