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  Terror Peruano lançado em streaming pela A2 filmes traz a atmosfera de uma casa mal assombrada e traumas do passado #terror #Exorcismo #Ci...

Não estamos sós (No estamos solos, 2016)

 



Terror Peruano lançado em streaming pela A2 filmes traz a atmosfera de uma casa mal assombrada e traumas do passado


#terror #Exorcismo #CinemaPeruano #CinemaLatinoAmericano 



Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação

 



Se há um gênero de muitos aficionados espontâneos no mundo, esse é o Terror. Como parte de uma tradição narrativa com o clássico combate entre o bem e o mal, acrescido de figuras de monstros, fantasmas, bruxas e vampiros, a Cinefilia em torno dele carrega uma certa liberdade que flerta com os clichês do gênero. O desafio de um realizador se torna criar uma atmosfera realista e impactante capaz de convencer o espectador, muito mais do que entretê-lo com sustos.







A garotinha Sophia, interpretada por Zoe Arévalo




Nessa seara, é justo dar-se oportunidades para conhecer outras cinematografias de terror que não sejam parte das produções Americanas ou Europeias. Por ser um gênero que tem esquemas bem estereotipados, previsíveis e reutilizados por diferentes olhares, explorar realizadores de outros países é uma forma de observar como se constrói a narrativa do horror em uma determinada cultura. Por exemplo, no Cinema Latino-Americano, especificamente no Brasil, o horror tem atravessado um renascimento com cineastas como Juliana Rojas, Gabriela Amaral Almeida, Marco Dutra, entre outros, que apresentam boas historias pessoais que se mesclam ao medo, paranoia e inseguranças comuns em quem vive no país.






Marco Zunino é o pai. Pouco utilizado no filme




Em Não estamos sós (No estamos solos, 2016), dirigido por Daniel Rodríguez Risco, o ponto de partida é um terreno conhecido dentro do sobrenatural:  uma família em uma casa assombrada em Lima é perturbada por espíritos que sofreram uma tragédia naquela habitação. Em si, a família não tem culpa e apenas deseja ter um recomeço, entretanto, como se vê na franquia de Invocação do Mal (Conjuring), importa muito mais o que os fantasmas sofreram e porque decidiram voltar para se vingar. Com um diretor polivalente que assume a produção,  roteiro e direção e um baixo orçamento, o público verá muito mais seus esforços em criar uma ambientação do terror, com o psicológico da família sendo afetado por barulhos, sustos, perseguições e imagens aterrorizantes.







Fiorella Díaz, companheira e madrasta. 

Mais dedicada e central para impulsionar a possessão.




Embora Daniel Rodríguez Risco tenha experiência como produtor e diretor em filmes que foram melhor avaliados, vale reconhecer que ele não desistiu do gênero e é um fã, assim que cria mecanismos em cena que são caseiros e preservam o chamado "terror raiz", mais focado na influência do sobrenatural e no medo do que em tecnologia e roteiro. Além do mais,  se aproximou de uma tentativa de um "Invocação do mal Peruano" em um filme econômico e objetivo que dura 76 minutos. Com essa duração curta, usou um pouco de cada artefato e sobrou pouco tempo para o exorcismo.





Certamente com sua experiência, ele poderia ter arriscado mais no desenvolvimento dos personagens, em especial no padre que aparece mais ao final e permanece muito distante da realidade daquela família e comunidade. Outra oportunidade seria explorar os elementos culturais do Peru que habitam o imaginário sobrenatural da sociedade. Ainda, um dos ganchos narrativos poderia ter sido explorar os traumas desse passado que assombra a família morta no local, assim como criar ações conflituosas e ativas nos personagens que ainda pouco interagem entre si, levando em conta o deslocamento e rejeição entre as personagens da criança e sua madrasta.











No geral, o filme tende a se aproximar das produções de terror espanhol, em um grau menor de ambição e estilização. Não pela influência da língua espanhola, mas por criar uma ambientação que se pauta na combinação de três elementos: o psicológico, o sobrenatural e o religioso. Com uma atmosfera sustentada pelo medo e angústia, os personagens são jogados em uma espiral de suspense e perseguição e talvez não encontrem mais paz nem dentro de si e nem fora do lar.










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