Documentário de Leos Carax entra em cartaz no IMS Paulista, IMS Poços de Caldas e Cine Arte UFF em Niterói e será precedido pelo curta Alegoria Urbana de Alice Rohrwacher e JR
Lançamento de 17 de Abril
Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
O cineasta Francês Leos Carax tem uma ampla experiência em um Cinema muito particular e sensorial marcado pelo lirismo, pela narrativa sensorial e não-linear e pelo uso expressivo de elementos oníricos mesclados à beleza, solidão e violência da existência humana. Como parte do seu percurso, Não sou eu (C'est pas moi, 2024) é um documentário curto, com duração de 42 minutos que percorre imagens marcantes da carreira do diretor, com a mesma fluidez não convencional de seus trabalhos, assim, representando uma homenagem ao seu próprio lugar no mundo, o Cinema.
Baseado em uma exibição que nunca aconteceu, o Museu Pompidou fez a seguinte pergunta a Leos Carax: Onde você está, Carax? Ele tinha que respondê-la em imagens, criando esse documentário que percorre os 40 anos de sua filmografia. O projeto favorece o próprio estilo do diretor, singular e poético, na expressão das individualidades e na captura da melancolia e fragmentação do próprio viver.
Ao acompanhar o documentário, a audiência é levada a contemplar o Cinema na sua interpretação mais imagética, o que muitos dizem ser o Cinema no seu carater mais puro e poético, sem som ou com pouco som, com referências musicais, literárias, cinematográficas e artísticas, mostrando recortes ora visuais ora realistas, captando momentos icônicos de sua cinematografia como Sangue ruim (Mauvais Sang, 1986), com Juliette Binoche em início de carreira e a memorável referência à canção Modern Love de David Bowie.
Neste tipo de documentário que condensa variadas imagens, com expressivo uso da fotografia e montagem, percebemos o valor do Cinema e da trajetória de um cineasta. Por si só é o Cinema em sua natureza mais intimista. Por mais que as imagens possam parecer aleatórias e/ou conectadas demais com o estilo do diretor, a beleza está em imaginar a força do Cinema em todo o seu caos e lirismo que, ao refletir sobre um lugar de mundo à serviço da humanidade, é a expressão de muitas vidas e histórias. É onde encontramos o quão universais podemos ser por meio da lente de um cineasta.
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