Poesia no meu dia é essencialmente um pouco mais de vida, assim como o Cinema. Isso explica o porquê do impacto de grandes citações poéticas em grandes filmes para meu deleite, em especial aqueles inspiracionais como, certamente, o é Invictus, novo longa metragem dirigido por Clint Eastwood e cuja estréia está prevista para este mês. Invictus destaca o líder, ícone sul-africano Nelson Mandela (Morgan Freeman) em mais uma atuação emocionante aflorada pela sua influente liderança após a queda do Apartheid ao reunir seus compatriotas divididos pela intolerância racial com o víes da união pelo esporte. Esperançosamente, desejo ser inspirada por este líder em Invictus.
Como toda entusiasta cinéfila e amante de literatura, não pude evitar o impacto de uma simples frase no trailer de Invictus: "Eu sou o Mestre do meu destino, eu sou o Capitão da minha alma" ("I am the Master of my fate, I'm the Captain of my Soul" ) e, dado o histórico deste pequeno trecho poético e a proposta do novo filme de Clint Eastwood, não poderia deixar de estrear meu novo post "Poesia no Cinema" com Invictus de William Ernest Henley, escritor inglês que, ao ser vitimado por uma doença nos ossos, teve que passar por um processo de amputação de sua perna, o que fez com que, em meio às trevas, ele concluísse seu poema com esta sublime citação.
O que é Invicto? É ser invencível. Em situações adversas, ser invicto é ganhar cada batalha assumindo a dianteira pelo próprio destino, ser este comandante da alma, assim como William Henley o confirma em sua força perante a doença e seus desdobramentos. Por isso, este será o discurso de invencibilidade tão evocado pela poesia do "Eu sou o Mestre do meu destino, eu sou o Capitão da minha alma" em um contexto de indiscriminação racial, desunião e ódio que Nelson Mandela enfrenta, após sair da prisão e como presidente, unindo brancos e negros que, juntos, torcem pela vitória da seleção de Rugby Sul Africana em uma copa e ganham um campeão esportista François Pienaar (Matt Damon) que será um ponto de articulação essencial como representante desta nova "África do Sul" por dar o voto de confiança e tolerância(sendo branco) à Mandela. Desta forma, o filme ressalta a força do patriotismo acima das diferenças sejam elas de cor e raça, sejam elas sócio-econômicas, etc; Invictus ressalta a força de um Invicto.
Leia Poesia no Cinema. Sinta-a, sinta-os.
Invictus
(William Ernest Henley)
tradução para o português
Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
Uma poesia muito bonita mesmo. Inspiradora para qualquer contexto que se pretenda discutir.
ResponderExcluirÉ uma poesia que se situa em um momento de lágrimas e escuridão, por isso é tão bela em seu desfecho. É necessário assumir o comando de nossas vidas, independente de dificuldades.
ResponderExcluirBeijo da Madame!
Bonito poema! Quero MUITO conferir o longa do Clint Eastwood!
ResponderExcluirSim!!!!! Eu também quero MUITO!
ResponderExcluirmuito bom o post!!!
ResponderExcluirse não fosse por vc eu não saberia da relação do filme com esse poeta... e literatua é algo que me interessa tanto quanto cinema, se não mais.
agora é esperar chegar no cinema. Clint Eastwood não para de nos agraciar com belos filmes, acho que esse vai manter o nível!
até!
Olá, obrigada! Muito bacana sua presença aqui, mais um vizinho cinéfilo que eu conheço neste mundo maravilhoso de amantes da sétima Arte. Seja bem-vindo! Você verá bastante diálogos no Madame Lumière deste tipo. Sou curiosa neste aspecto o que facilita muito minha imersão no Cinema, amo todas as manifestações de sensíveis, engajadas e observadoras almas, me enveredo nestes caledoscópio metalinguístico.
ResponderExcluirAté!