Lembrei-me do romance britânico Grandes Esperanças (Great Expectations), de Charles Dickens e da representação do amor através das personagens de Pip e Estella que, no cinema, foram representados em uma versão de 1998 respectivamente por Ethan Hawke(Finn) e Gwyneth Paltrow (Estella) dirigidos pelo competente Alfonso Cuarón ( de E Sua Mãe também e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban). Embora não seja a força principal do livro, esta é a representação que está relacionada ao drama de amar, ser rejeitado e não perder a esperança. Quem assistiu Ethan Hawke e Gwyneth Paltrow na adaptação do livro para o cinema deve se lembrar de como Estella era fria ao amor de Finn, como o rejeitava. Ela não sabia amar e não se movia ao amor. Não é de se surpreender que não o saiba afinal como poderia ter aprendido a amar se foi criada por uma tia tão descrente no amor. Uma tia que também fora rejeitada, cuja a esperança envelheceu à medida que ela também envelhecera. Finn sabia amar até demais a ponto de persuadir Estella a ter esperança em amar. Ele conseguiu ficar rico mas não desistiu de Estella, quando poderia ter qualquer mulher que ele quisesse.Uma esperança na qual ele mesmo não deixou de acreditar e, que não devemos deixar de acreditar, afinal sempre há Grandes Esperanças... de amar.
Grandes Esperanças (1998, Curón)
Finn (Pip): What's it like not to feel anything?/Como é isso de não sentir nada?
Stella : Let's say there was a little girl, and from the time she could understand, she was taught to fear... Let's say she was taught to fear daylight. She was taught that it was her enemy, that it would hurt her. And then one sunny day, you ask her to go outside and play and she won't. You can't be angry at her can you?/ Vamos dizer que há uma pequena garota, e desde o tempo que ela podia entender, ela foi ensinada a temer... Vamos dizer que ela foi ensinada a temer a luz do dia. Ela foi ensinada que aquilo era o seu inimigo, que poderia machucá-la. E então, em um dia ensolarado, você pede a ela para ir lá fora e brincar e ela não quer. Você não pode ficar bravo com ela, pode?
Finn(Pip) : I knew that little girl and I saw the light in her eyes, and no matter what you say or do, that's still what I see./Eu conhecia esta pequena garota e eu via a luz em seus olhos e não importa o que você diga ou faça, ainda é isso que eu vejo.
Stella : We are who we are. People don't change./ Nós somos quem somos. As pessoas não mudam.
Out of my thoughts! You are part of my existence, part of myself. You have been in every line I have ever read, since I first came here, the rough common boy whose poor heart you wounded even then. You have been in every prospect I have ever seen since - on the river, on the sails of the ships, on the marshes, in the clouds, in the light, in the darkness, in the wind, in the woods, in the sea, in the streets. You have been the embodiment of every graceful fancy that my mind has ever become acquainted with... Estella, to the last hour of my life, you cannot choose but remain part of my character, part of the little good in me, part of the evil. But , in this separation I associate you only with the good, and I will faithfully hold you to that always... let me feel now what sharp distress I may. O God bless you, God forgive you!
Fora de meus pensamentos. Você é parte da minha existência, parte de mim. Você tem estado em cada linha que eu já li, desde a primeira vez que eu vim aqui, o rústico e comum garoto cujo pobre coração você machucou. Você tem estado em cada paisagem que tenho visto - no rio, nas velas do navio, nos pântanos, nas nuvens, na luz, na escuridão, no vento, nos bosques, no mar, nas ruas. Você tem sido a encarnação de toda graciosa fantasia que minha mente tem conhecido...Estella, até a última hora de minha vida, você não pode escolher, mas permanecer parte do meu caráter, parte da pequena bondade em mim, parte do meu mal. Mas nesta separação, eu associo você somente ao que é bom e eu, com fé, te abraço para sempre ....deixe-me sentir agora a dolorida angústia que me é permitida. Oh, Deus te abençõe, Deus te perdoe!
Ah, meu Deus, que significa isso? Levei um belo susto agora...acabei de digitar meu próximo post e entro aqui e me deparo com o seu: justamente abordarei este filme...quer dizer, depois desse seu belo post - focando bem a essência do filme - acho que tenho até vergonha de postar o meu. rs
ResponderExcluirGrandes Esperanças é um dos mais expressivos trabalhos interpretativos de Paltrow..e o roteiro é muito bom! além disso, temos um Hawke cativante...e Anne Bancroft? sublime como a louca deixada no altar...rs
abraço!
Rs! Estamos sintonizados sem nem precisar se comunicar. Apimente este filme!!!!!!!!! Seu estilo é único!
ResponderExcluirO meu enfoque foi mais simples, sem se aprofundar no enredo, foquei mesmo na questão do amor e nesta intertextualidade entre a obra cinematográfica e a literária através dos fragmentos.
Grandes Esperanças é um grande filme. Eu o adoro demais e concordo com o seu comentário. Tenho saudades deste Hawke!
Abraço!
Belo recorte madame. Gostei especialmente de suas inflexões sobre o amor rejeitado. Tão valioso quanto diálogo destacado.
ResponderExcluirOlha rimou!
O amor me inspira... mesmo quando rejeitado
Uma breve homenagem ao belo filme e sua bela postagem.
Bjs madame
Rimou!(rs), você está pegando o jeito! rsrs...
ResponderExcluirO amor também me inspira mesmo na sua mais dolorosa expressão.
Beijo da Madame!