Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

Um filme atemporal sempre desperta o mesmo sentimento atemporal que é sentido na releitura de qualquer clássico, por isso a emoção é imort...

Em algum lugar do passado (Somewhere in time) - 1980


Um filme atemporal sempre desperta o mesmo sentimento atemporal que é sentido na releitura de qualquer clássico, por isso a emoção é imortalizada para sempre nos corações. E o amor existe no tempo e através dos tempos, por mais triste que uma história de amor seja, ela nunca vai embora das emoções de quem realmente amou. As memórias de um grande amor permanecem, em algum lugar do passado.



"Volte para mim"
(Elise)


Em algum lugar do passado (Somewhere in time, 1980) é uma bela e triste história de amor na qual o tempo não impede o encontro dos amantes, no entanto também os separa. É uma aquelas evocativas love stories que o Cinema encontrou, amou e que ainda permanece Nele, tornando Elise McKenna (a bela Jane Seymour) e Richard Collier (o saudoso Christopher Reeve) um dos casais de apaixonados mais nobres e reverenciados da história do Cinema. Através de um roteiro conciso, um primoroso figurino, uma romântica trilha sonora e uma química apaixonante dos amantes, Em algum lugar do passado tornou-se um longa-metragem essencialmente romântico, com um formidável poder de comover a platéia que acredita no amor eterno e, cuja canção tema tornou-se hit em casamentos e inesquecíveis histórias de amor. No enredo, Richard Collier é um dramaturgo que, na noite de estréia de sua primeira peça (em 1972) , recebe a visita de uma misteriosa senhora (Teresa Wright) que lhe entrega um relógio e diz: "Volte para mim". A partir de então, passados oito anos e, durante uma viagem, ele descobre através de um retrato que aquela senhora era a atriz de teatro Elise McKenna e, tomado por tamanha fascinação por aquela mulher, ele pesquisa sobre auto-hipnose e realiza uma viagem ao tempo, retornando a 1912 para encontrá-la e viver esse encantador amor que nada e ninguém pode impedir, principalmente, William Robinson (Christopher Plummer), empresário de Elise pela qual Robinson nutre um intenso sentimento de posse e se opõe ao romance de Elise e Richard.



Oh meu Deus,o que está acontecendo?
(Elise)


Essa produção cinematográfica tem uma fluidez incrivelmente fascinante, entre a delicadeza do romance e a leveza do suspense, pois o espectador é embalado emotivamente pela trilha sonora instrumental, com destaque para a musicalidade de John Barry e a clássica Rapsódia sobre o tema de Paganini , e pela factibilidade de que o casal possa viver esse amor para sempre. Richard e Elise viverão juntos juntos ou não? Desde o começo do filme, o roteiro foi bem elaborado para incentivar a curiosidade da platéia e entregar nas mãos de Richard Collier a possibilidade de uma escolha e uma ação: "Volte para ela". Mas quem é ela? Por que esta senhora chora? Por que ela lhe entregou um relógio antigo? Por que ela se emociona ao ouvir Somewhere in time?. Para expressar tal realismo da importância das memórias nessa história de amor e como alguns objetos materiais funcionam como fundamentais personagens e catalisadores cronológicos para dar ação ao longa-metragem, Richard Collier age (e/ou é impulsionado a agir) a partir deles: um relógio, um retrato, um livro de hóspedes no hotel, uma moeda no bolso. Tal precisão no uso desses elementos torna Em algum lugar do passado um filme tão memorável quanto folhear um álbum de fotografias e lembrar de fatos do passado através de objetos relevantes Além do mais, a performance de Christopher Reeve é trabalhada de uma forma levemente cômica, como um rapaz jovem e apaixonado que volta do presente com determinados modos adoravelmente atrapalhados e se adequa com jogo de cintura àquela nova realidade, tudo por amor à diva Jane Seymour, de delicados gestos e deslumbrante beleza, perfeitamente entregue a um romance de extrema fidelidade a Richard, disposta a colocar até mesmo sua carreira em risco e desafiar o dominador comportamento de Robinson.




"Perdoe-me. Nunca tinha conhecido esse sentimento.
Vivi sem ele toda a minha vida.. você me fez sentir isso pela primeira vez"
(Elise)


Em algum lugar do passado é um filme comovente, preenchendo momentos cinematográficos nas memórias dos apaixonados por romance, dessa forma, confirma que o Cinema cria clássicos para serem definitivos na história de vida da audiência. É impossível não chorar em cenas inspiradoras como o momento em que Richard contempla o retrato de Elise, o marcante primeiro encontro deles próximo a um lindo lago, o delicado e hesitante primeiro beijo, as palavras de amor de Elise durante uma apresentação no teatro, o momento em que ela é fotografada em seu inesquecível retrato, a primeira noite de amor, a dor da separação e a magia do reencontro, enfim, são tantos momentos que arrancam lágrimas através das mais amorosas sutilezas, despertam recordações de amores e esperanças de que o amor está em algum lugar do presente e do futuro e não só do passado. Muito diretamente, Elise e Richard simbolizam o amor vivido e o sonhado amor a viver porque, profundamente, todos desejam um amor que vença a passagem do tempo, a tristeza da separação, um amor que vença a própria impossibilidade do amor. Além disso, belamente, por trás da tristeza engedrada no filme, há o despertar de um sentimento otimista de que o amor pode surgir e ser vivenciado em sua plenitude, no lúdico dos sonhos mais românticos porque Elise e Richard fazem escolhas recíprocas para se amarem, entregando suas almas, corpos e espíritos, assim entregando-se inteiramente à dádiva do amor, eternamente.



"Pensei que a tinha perdido"
(Richard)




Confira a trilha sonora completa de "Somewhere in time" no
Cinema Musique da MaDame Lumière
Clique aqui na playlist


Avaliação MaDame Lumière



Título original: Somewhere in time
Origem:
EUA
Gênero:
Romance
Duração:
103
min
Diretor(a):
Jeannot Szwarc
Roteirista(s): Richard Matheson, baseado em livro de Richard Mathesonz
Elenco: Jane Seymour , Christopher Plummer , Teresa Wright , Bill Erwin , George Voskovec

Resenha dedicada à memória de Christopher Reeve (1952-2004),
eterno Richard Collier, eterno super homem
(MaDame Lumière)

12 comentários:

  1. Mais um filme, desconhecido para mim. A história me parece ser bacana, sem contar no Christopher Reeve, que nunca vi em outro papel a não ser SUPERMAN. Fiquei agora bastante curioso, por esse filme ! xD

    ResponderExcluir
  2. Nunca assisti a este filme, acredita? Mas, seus tweets, ontem à noite; e, agora, este texto, me deixaram com muita vontade de conferir a obra.

    ResponderExcluir
  3. Madame, puxa, muito bom seu post!

    Sabe como infinitamente apaixonado e devoto desse filme, né?

    Pra mim é todo um marco, exala um romantismo clássico e absurdo e seu post consegue evidenciar o quão forte ele é.

    Todo o roteiro, as locações, a direção e um Christopher Reeve inspirado e romântico, além de Jane Seymour belíssima e delicada - cativam!

    Minha mãe me apresentou este filme...viu ele no cinema, quando namorava meu pai...quando eu era pequeno, ela costumava ouvir seu LP com a trilha sonora de John Barry e eu cresci com a beleza deste filme ao meu redor, simbolizava muito pra ela...e ainda simboliza.

    Eu gosto muito da cena que ela se declara, "o homem dos meus sonhos", na apresentação da peça - momento ápice do filme, ao meu ver.

    Obrigado por trazer este filme aqui!

    Beijos, Madame

    ResponderExcluir
  4. Ainda não assisti! O que é lamentável, pois parece ser imperdível.

    ResponderExcluir
  5. e ae madame...

    putz, BELO TEXTO mesmo... me fez relembrar de toda a magia desse filme. Gosto bastante dele por ser uma história de amor com um contexto inusitado, eu diria.

    ResponderExcluir
  6. Um filme atemporal, como vc bem disse! Um romance cheio de nostalgia e expectativa. O grande papel de Chritopher Reeve a parte de superman. Gosto muito desse filme. um legítimo clássico romântico.

    bjs

    ResponderExcluir
  7. Sou apaixonada por este filme a muitos anos...Nossa A arte de cena é simplismente linda...Não entendo como nunca recebeu um oscar... A história é linda e fascinante.

    ResponderExcluir
  8. Esse filme é belíssimo, eu assisti em duas épocas
    diferentes da minha vida,
    mais jovem com uns 14 ou 15anos
    e novamente aos 20,
    tive diferentes perspectivas da obra, mas realmente foi um dos filmes que marcou a minha vida!!!
    xxo

    ResponderExcluir
  9. Já assisti 1000000000 de vezes!e estou colocando mais uma vez no dvd.

    ResponderExcluir
  10. O Filme mais perfeito, o filme que mais amo dentre todos...
    sweet--hope.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  11. Eu pensei que a história é fantástico, uma combinação perfeita de romance drama e um pouco de imaginação através da hipnose, bem justificada. Considero-me apaixonado sobre hipnose e tudo o que tem a ver com isso, eu só encontrei uma série de televisão produzida na América do Sul, com características como eu mencionei, é chamado de O Mesmer e é sobre um homem que ajuda os outros através da hipnose.

    ResponderExcluir
  12. Excelente,
    Principalmente pela minha crença espírita e a certeza de que,
    Existe vida após a morte.

    ResponderExcluir

Caro (a) leitor(a)

Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.

Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.

No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.

Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.

Saudações cinéfilas,

Cristiane Costa, MaDame Lumière