que marcaram minha (pré)adolescência
Alguém muito especial, mais uma produção do teen expert John Hughes é realmente um filme MUITO especial na década de 80, entrelaçando em seu roteiro simples porém nada tolo três pilares que se repetem nas obras de juventude desse ótimo roteirista: Romance com problemática social e um toque essencial de melodrama adolescente. O longa-metragem relata a história de um trio que não vive como um trio: Keith, Watts e Amanda. Aqui aquela velha história de que "Maria ama João mas João pensa que ama Ana que ama Pedro que não ama ninguém" se repete. Keith Nilson (Eric Stoltz) e Watts (Mary Stuart Masterson) são dois amigos bem íntimos e integrantes da classe média baixa americana. Keith é um jovem idealista e tem um talento peculiar para as Artes, mas é mecânico e trabalha duro para poupar o dinheiro da universidade sob os olhos rígidos de seu pai Cliff (John Ashton) que faz questão que ele curse administração. Keith está apaixonado pela garota popular da escola, Amanda Jones( Lea Thompson), que namora o arrogante playboyzinho Hardy Jenns (Craig Sheffer).Watts é uma jovem com estilo rebelde e masculinizado,que toca bateria e tem uma personalidade forte. Dona de si e com opinião bem formada sobre o que pensa, ela fala tudo de forma direta menos declarar o seu amor à Keith. Ela o ama, muito além de um sentimento de mera amiga, e tem que conviver com a paixão dele por Amanda o apoiando até mesmo na conquista.
Para quem assistiu Garota de Rosa Shocking, esse filme tem várias premissas que se repetem., em especial, em termos afetivos, sociais e de personas: Há um(a) jovem bonito(a) que é objeto de desejo e de amor, um outro jovem que é brilhante, idealista e pobre e se apaixona pelo objeto de desejo, um(a) outro (a) jovem que tem um estilo peculiar e que ama a(o) melhor amiga(o) e não é correspondido(a) e um jovem rico, arrogante, imaturo e que adora humilhar o(a) jovem pobre. O padrão é mantido, e nisso reside o quanto John Hughes é capaz de explorar questões importantes do jovem de classe média baixa dessa sociedade e dessa época. Ele é um jovem sensível, inteligente e que ama; um jovem que enfrenta o rico e não se deixa humilhar; um jovem que conquista o amor do outro; um jovem que sabe o que quer e o que não quer e acaba catalisando essa mudança na cabeça dos próprios pais. Tais comportamentos são recorrentes por isso o romance gira em torno da descoberta do amor e do enfrentamento da sociedade para conquistar esse amor e seus ideais. Keith representa esse jovem em Alguém muito Especial e Andie Walsh (Molly Ringwald) representa esse jovem em A Garota de Rosa Shocking, por isso que eles se aproximam no Cinema e também na identificação do espectador com os filmes de John Hughes.
Não menos diferente é a posição de Watts, um dos grandes alicerces do filme para que o roteiro exalte que o amor chega a quem é o que é e não a quem tem posses materiais ou finge ser algo que não é e pertencer a um lugar ao qual não pertence (como é o caso de Amanda Jones a qual, em uma das cenas, é humilhada pelo ex-namorado rico e as "ex-amigas" da sociedade e, somente quando ganha a amizade de Keith é que aprende que ela não pode deixar de ser ela mesma e ser tratada como mais um rosto bonito). No geral, Watts é a estrela de Alguém muito especial porque ela expressa lealdade e autenticidade em todos os sentido e, mesmo quando tenta mostrar ao cego do Keith que ela o ama. Ela é figura da amiga rebelde, "artística" e fora do padrão popular da escola. Ela tem muito mais "cabeça" do que corpo e esse é o seu valor, ou seja, ela não é a gostosa do colégio mas ela é a amiga leal que ama e que não deixa de falar o que pensa sobre o que ela acha do relacionamento de Keith com Amanda, temendo que ele seja humilhado pelo desprezível Hardy, logo isso a torna muito mais sexy e atrativa do que Amanda. Já Amanda tem um papel interessante porque ela é praticamente o exemplo da mulher bonita e de origem humilde que é a mercadoria do rico namorado de bolsos cheios e de mentalidade vazia. Quando Hardy namora com Amanda, ele namora com a beleza dela e com o como a beleza dela o projeta naquele meio social. Ela é um objeto mesmo que não perceba isso ou não queira percebê-lo, e até as amigas ricas que Amanda tem, ela as tem porque namora com o playboy.
Sob o ponto de vista emotivo da película, ele é um deleite para quem viveu os anos 80 e, principalmente, para quem vivenciou um amor não correspondido na adolescência em um ambiente estudantil. Watts foi diva teen nesta década porque ela simboliza o que muitas garotas já sentiram na época do colégio. Watts era um tipo de garota que dava esperança as que estavam apaixonadas por garotos acessíveis (e até inacessíveis); garotas que amaram um amigo e/ou um colega de escola e sofriam em silêncio sem ter coragem de se declarar; garotas que não eram as mais populares da turma; garotas que não eram tão extrovertidas; mas garotas que eram especiais e sonhavam em encontrar um amor que as fizesse sentir-se como alguém muito especial.
Quando Watts toca a bateria nos créditos iniciais
Quando Watts e Keith tem uma discussão em um bar e brigam
Quando Watts e Keith ensaiam um beijo na oficina
Quanto Amanda, Keith e Watts estão se arrumando para a festa
Quando Keith corre atrás de Watts, a abraça e a beija
Sonho de uma adolescente
Fazer uma cena de beijo igual a de Keith e Watts na oficina
e ter as baquetas da bateria da Watts.
Origem: EUA
Gênero: Comédia, Romance, Comédia romântica
Duração: 95 min
Diretor(a): Howard Deutch
Roteirista: John Hughes
Elenco: Eric Stoltz, Mary Stuart Masterson, Lea Thompson, Craig Sheffer, John Ashton, Elias Koteas, Molly Hagan, Maddie Corman, Jane Elliot, Candace Cameron, Chynna Phillips, Scott Coffey, Carmine Caridi, Lee Garlington, Laura Leigh Hughes
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Nunca vi. Mas se tem o envolvimento de Hughes, vale a pena procurar.
ResponderExcluirWallyyyyyy, você precisa assistir esse filme. Espere simplicidade com diversão. abs!
ResponderExcluirOlá, querida! Como vai?
ResponderExcluirGosto muito do trabalho do Hughes como roteirista, mas este é um dos filmes com envolvimento dele que ainda não assisti. Tenho tudo para gostar, rsrs.
Beijos e tudo de bom! ;)
Lembro pouco, quase nada deste, Madame...preciso revê-lo...por sinal, onde você baixou este e o outro da sessão Teen?
ResponderExcluirGosto muito do Eric Stoltz e Mary Stuart Masterson sempre foi boa atriz, desde sempre...Lea Thompson que acho um tanto fraquinha, rs...
Este filme pulsa mais sentimentalismo e desejo que o A Garota de Rosa Shocking, não? Pois, até pelo seu ótimo texto, transpareceu isso...
Beijos!!!