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Com roteiro e direção de Rebecca Miller que adaptou o próprio livro" The Private Lives of Pippa Lee", Vidas Cruzadas - A Vida ínt...

Vidas Cruzadas - A vida íntima de Pippa Lee (The Private Lives of Pippa Lee) - 2009




Com roteiro e direção de Rebecca Miller que adaptou o próprio livro" The Private Lives of Pippa Lee",Vidas Cruzadas - A Vida íntima de Pippa Lee traz Robin Wright Penn em uma ótima atuação, no papel de Pippa Lee, uma bonita e madura mulher que é casada com o editor de livros Herb Lee (Alan Kirk), um homem bem mais velho. Pippa chega a um ponto de sua vida no qual faz uma retrospectiva das suas vivências desde a infância, revelando ao espectador desde dramas familiares com sua mãe ultraprotetora e viciada em remédios até decisões de impacto bem pessoal (e até trágico) como abandonar a casa dos pais, envolver-se com drogas e contrair matrimônio com Herb. O longa-metragem, que também tem um elenco bem atrativo como Juliane Moore, Keanu Reeves, Winona Ryder, Blake Lively e Maria Bello, é uma agradável película sobre a trajetória de autoconhecimento, a qual fica mais evidente à medida que os planos temporais do presente (Pippa Lee mais velha com Robin Wright) e do passado(Pippa Lee mais jovem com Blake Lively) são intercalados e revelam quem foi essa mulher que atualmente cuida da casa e do marido e não está satisfeita com sua vida, mesmo que finja bem.





Inicialmente, Pippa foi rejeitada no nascimento, porém superada essa fase ruim, sua mãe Suky Sarkissian (Maria Bello, em ótima interpretação) começou a sufocá-la com uma obsessiva admiração pela "filhinha perfeita", cuidando de Pippa de forma ultraprotetora. Ela cresceu nesse ambiente um tanto instável já que sua dedicada mãe tinha distúrbios psíquicos, ora ocultados ora agravados pelo uso de anfetaminas. Em determinada época, Pippa decide cortar o "cordão umbilical com a mãe" e vai morar com sua tia e Kat (Juliane Moore), a namorada da tia, com a qual Pippa tem uma experiência mais "libertadora". Posteriormente, torna-se uma dependente química até conhecer Herb, na ocasião casado com Gigi Lee (Monica Bellucci). Pippa e Herb se envolvem amorosamente e decidem se casar. Já no presente, ela conhece o filho de uma vizinha, Chris Nadeau (Keanu Reeves) e eles começam a se conhecer melhor, paralelamente, Pippa continua vivendo sua rotina de dona de casa, tem uma relação distante com a filha Grace(Zoe Kazan) e uma de suas amigas é a desequilibrada Sandra Dulles (Winona Ryder), namorada de seu filho Ben Lee (Ryan McDonald). Basicamente, essa é a visão geral das "vidas" de Pippa Lee sem entrar em spoilers, no entanto, como esse filme tem várias camadas de ordem comportamental e vivencial que justificam porque Pippa é quem é e vive como está vivendo, o longa deve ser conferido com sensível lucidez para compreender porquê Pippa é uma mulher que vive para Herb, e chegou à maturidade sem aquela resposta de ordem existencial que a maioria de nós, em alguma fase experiente da vida, ainda pelejamos para obtê-la.





Quem é Pippa Lee? Na verdade, é uma mulher que teve uma trajetória que qualquer um de nós pode ter tido, integralmente ou em parte: uma infância problemática, uma adolescência conturbada, um começo de maturidade cheio de descobertas e loucas e autodestrutivas aventuras e, também, a solidão e o encontro com um grande amor. Ao encontrar Herb, Pippa encontra a única pessoa que lhe tratou com amor, desejo, companheirismo e carinho e, certamente, a salvou naquela circunstância de vazio existencial, falta de perspectiva e um passado traumático; no entanto o mais importante nesse filme é que não importa só o passado para a reflexão, o que mais importa é que após um período da vida, podemos ser como Pippa Lee. Será que vivemos bem? Será que estamos enlouquecendo? Será que somos quem aparentamos ser? Qual é a vida que estamos levando e a que desejamos levar? Será que podemos dizer "eu vivo a MINHA vida"? Vidas Cruzadas - A Vida íntima de Pippa Lee tem um ótimo argumento para pensarmos no nosso lugar no mundo, e foi bem dirigido pela realista e virtuosa câmera de Rebecca Miller, com momentos trágico-cômicos e com uma abordagem multi-camadas entre os vários episódios da vida da protagonista que, agora, se cruzam com coesão, exatamente para compreendermos porquê, por trás daquela beleza gentilmente delicada e educada da Senhora Sean Penn, há uma solidão, um fardo de culpa, de obrigação, de prisão, ou seja, talvez não há uma verdadeira VIDA na vida de Pippa. Embora seja um filme sereno de assistir por conta da forma que Miller enfoca sua câmera e as ótimas atuações de Robin Wright e Alan Kirk , há uma profundidade nos dramas das várias "vidas" de Pippa que, mesmo que não sejam tão aprofundados no filme, recaem sobre quem o assiste e está disposto(a) a refletir sobre o tema avaliando a própria vida. De alguma forma, a intimidade da vida dela é um espelho de que todos nós temos diversas vidas dentro de nós, e no próximo destino, teremos mais uma. Cabe a cada um de nós decidir como levar nossas vidas.




Avaliação MaDame Lumière



Título original: The Private Lives of Pippa Lee
Origem: EUA
Gênero: Drama
Duração: 98 min
Diretor(a):
Rebecca Miller
Roteirista(s): Rebecca Miller, baseado no livro The Private Lives of Pippa Lee de Rebecca Miller.
Elenco: Robin Wright, Alan Arkin, Keanu Reeves, Winona Ryder, Julianme Moore, Blake Lively, Maria Bello, Monica Bellucci




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5 comentários:

  1. Nossa Madame. Você leu meus pensamentos ? rs
    Estava exatamente pensando neste filme, antes de entrar aqui no seu blog. Estou já faz um tempo a procura deste filme, pois a história e claro, o elenco me chamaram muito a atenção.
    E agora lendo a sua visão sobre o filme, fico mais doido ainda ! rs
    Bjs =D

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  2. Quero muito ver Pippa Lee, o último filme da diretora eu adorei, o elenco tb é uma das razões para querer ver o filme. Sou apaixonado pelo trabalho da Robin Wright e naum consigo compreender como podem ignorá-la em tantos anos de carreira. Agora o subtitulo Vidas Cruzadas é ruim q dói.

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  3. Olá, querida! Como estás?

    Meu Deus! "Vidas Cruzadas" é horrivel mesmo, rsrs. Mas tenho curiosidade pelo filme por causa do elenco, especialmente em conferir a atuação da Robin Wright Penn.

    Beijos! ;)

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  4. Gostei bastante do filme. Apesar de ter algumas passagens "melodramáticas" demais, ele segue com uma mistura saudável entre humor e drama que nos faz pensar em nossas próprias vidas.

    Recomendo. ^^

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  5. Perfeito madame. Embora o texto não flua bem em alguns momentos (Rebecca Miller ainda pena como diretora), Robin Wright segura as pontas muito beme e potencializa os temas abordados pelo argumento. Um filme triste, mas que permite uma bela inflexão. Gostei tanto do assunto que além da critica, escrevi a seção contexto do mês de dezembro sobre o filme.

    Beijos!

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