que marcaram minha (pré)adolescência
Embora o longa-metragem não tenha tanta popularidade, e muito da crítica negativa que recae sobre ele é devido ao final aquém da qualidade do resto do roteiro, e de ser um filme muito desvalorizado de Coppola pois ele já havia feito a obra prima O poderoso Chefão I, Peggy Sue tem seu charme. Primeiramente, há um elenco bem atrativo porque é possível ver como Joan Allen, Helen Hunt, Nicolas Cage e Jim Carrey eram quando muito jovens. Só o fato de contemplar o visual deles já é um grande entretenimento, principalmente a cabelereira e os óculos de Joan Allen e a cara hilária de Nicolas Cage, logo não há a necessidade de exigir demais dos personagens, e muito menos, a pretensão de exigir um filme do diretor no mesmo nível que The Godfther. Outra virtude do longa é poder viajar até os anos 60 e ver o reflexo da época na trilha sonora, no figurino e na fotografia, inclusive estas duas últimas categorias foram indicadas ao Oscar. A música de Buddy Holly e aquele clima adolescente de curtir as festinhas e as idas à lanchonete e namorar à luz do luar é tão poderoso que eu me transfiro na personagem de Peggy Sue como se eu quisesse ouvir Charlie cantando para mim "I wonder why" do Dion and the Belmonts enquanto o calor subisse pelo meu corpo, eu gritasse pelo seu nome e assanhasse todas as minhas madeixas. Finalmente, a característica de ser um filme "máquina do tempo" permite uma reflexão pessoal de que nem sempre os problemas do presente podem ser corrigidos com um ajuste do passado, afinal quando nos apaixonamos e constituimos uma família, por exemplo, há sempre o risco de ter as crises que fazem parte da própria natureza da instituição familiar ( e da humana); o fato de Peggy Sue vivenciar um divórcio nos anos 80 e ter a possibilidade de repensar se quer ou não casar com Charlie é uma reação natural que talvez muitos de nós teríamos, no entanto, o que mais importa é pensar nas coisas boas das nossas escolhas, independente dos fracassos e, com isso, não remoer o "se eu voltasse ao passado, mudaria isso".
Tenho certeza de que um desmaio como o de Peggy Sue costuma fazer muito mais o bem do que o mal, por isso eu surrealisticamente desmaio quando assisto Peggy Sue. O filme me faz um bem danado, é sempre bom ter a nostalgia me esperando.
Gênero: Romance
Duração:104 min
Diretor(a): Francis Ford Coppola
Roteirista(s): Jerry Leichtling, Arlene Sarner
Elenco: Kathleen Turner, Nicolas Cage, Barry Miller, Catherine Hicks, Joan Allen, Kevin J. O'Connor, Jim Carrey, Lisa Jane Persky, Lucinda Jenney, Wil Shriner, Barbara Harris, Don Murray, Sofia Coppola, Maureen O'Sullivan, Leon Ames
Até que eu gosto desse filme. Acho bacana, divertido. Talvez, tenha sido o melhor papel da Kathleen Turner.
ResponderExcluirOi Kamila,
ResponderExcluirConcordo contigo. Acho que foi também o papel mais carismático, impossível não gostar de Peggy Sue, nem que seja um pouquinho. bjs
Verdade madame. Um desmaio como o de Peggy Sue costuma fazer mais bem do que mal. Esse é um filme mais leve do Coppola, sua repercussão negativa vem do fato de poucos terem disposição de ver um "Coppola leve". É um bom filme. Não merece ser comparado a O poderoso chefão. Não há pq forçar essa comparação.
ResponderExcluirBjs
Oi Reinaldo,
ResponderExcluirTambém acho que as pessoas não deveriam forçar tal comparação porque são pesos distintos na cinematografia de Coppola. Acho Peggy Sue adorável, um filme leve, agradável de ver em sua proposta. Uma pena que as pessoas não o valorizem.
Bjs
COMO GOSTARIA DE ASSISTIR NOVAMENTE.
ResponderExcluirNAO ACHO NEM PARA COMPRAR E NEM PARA ALUGAR.
Marcia, obrigada pela visita!
ExcluirEsse filme é um achado! Realmente desafiador encontrá-lo. Tente no mercado livre ou marketplace do facebook. Eu não o tenho e espero um dia encontrá-lo. Inclusive, eu tenho que ver se ele foi relançado. De vez em quando, algumas jóias raras são relançadas com outro selo.
Abraços