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Encontro de Casais é o primeiro longa metragem dirigido pelo produtor Peter Billingsley que já havia trabalhado com Vince Vaughn em Sepa...

Encontro de Casais (Couples Retreat) - 2009



Encontro de Casais é o primeiro longa metragem dirigido pelo produtor Peter Billingsley que já havia trabalhado com Vince Vaughn em Separados pelo Casamento. Assim como assinou o roteiro da comédia de Peyton Reed, Vaughn também é roteirista de Encontro de Casais, mas infelizmente, o filme está distante da qualidade cômica da briga do casal Brook (Jennifer Aniston) e Gary (Vince Vaughn) e não flue de forma sinérgica e cativante nem no texto, nem na direção, perdendo assim a oportunidade de ganhar a apreciação de um tema muito utilizado e pouco aprofundado no Cinema: A discussão da relação de casais. Dessa vez, o foco é acompanhar a viagem de 4 casais a um resort tropical que oferece um programa de terapia de casais, o Eden. Durante a viagem, há uma tentação à vista: um resort de solteiros que fica do outro lado da ilha. Terapia chata de casais ou festa divertida com solteiros? Eis a questão.

A princípio, o casal Jason (Jason Bateman) e Cynthia (Kristen Bell) propõe a viagem aos outros três casais para que possam conseguir um desconto. São criticados, afinal, quem está prestes a se divorciar são eles e também, quem precisa acordar cedo para fazer terapia de casal quando há a possibilidade de curtir o paraíso terrestre? No entanto, o casal Dave (Vince Vaughn) e Ronnie (Malin Akerman) vê nisso a possibilidade de curtirem um ao outro já que têm filhos pequenos; Joey (Jon Favreau) e Lucy (Kristin Davis) não estão nem aí um pro outro, com um casamento bem distanciado e querem mais é diversão e Trudy (Kali Hawk) acabou de sair de um relacionamento e está namorando uma garota bem mais jovem.




Encontro de casais é o típico filme que tinha tudo para ser melhor por conta da premissa em torno do matrimônio desgastado e dos problemas velados de todo casamento, mas é uma comédia sem carisma e arrastada em um humor que não traz absolutamente nada diferente a não ser um riso pausterizado. Ele usa alguns padrões de casais durante a terapia que são performados por esse bom e subutilizado elenco, mas não entra em um texto substancial para discorrer sobre os problemas de um casamento e ainda força piadas superficiais desperdiçando o paraíso Bora Bora como belo cenário da película. Por que? Primeiramente, a motivação da terapia de casal é de apenas um casal. Jason e Cynthia é o casal que não conseguiu ter filhos ainda. Jason é metódico e lida com o casamento como se fosse um relatório ou uma apresentação de negócios. Cynthia está sufocada e, com sua fragilidade emocional em torno da gravidez, acaba nutrindo o comportamento do marido. Eles são o casal que está disposto a viajar e fazer terapia. Os outros vão pelo embalo festivo e pela amizade, mesmo que tenham problemas como qualquer casal e estejam cegos a isso. Esse já é o problema número 1 desse argumento porque só faz uma terapia genuína de casal quem consegue identificar que há um problema e está compromissado a realizá-la, logo, a premissa do encontro de casais não é tão honesta com o expectador. Para dar risada genuinamente dos momentos terapêuticos desses casais e acreditar que a comédia não está só de palhaçada, é necessário, no mínimo, fingir que o roteiro não forçou o encontro e a terapia de casais, mesmo que ele forçou tal acontecimento. Viu como nossa risada é subestimada pelos roteiros de comédia? A risada e o bom senso.






Durante as conversas com psicólogos, os clichês da discussão de relacionamento são os mesmos: O casal acha que está tudo bem com a relação, o casal não transa mais ou não transa daquela apaixonante e fogosa maneira. A esposa se cala e se afugenta nos afazeres dosméticos e cuidados com os filhos. O homem racionaliza a rotina e só se preocupa com ele mesmo. Até aqui não há problema na abordagem de temas rotineiros, o problema é que os problemas extraconjugais não são convertidos em um texto que ensina algo além do convencional e, pior, não diverte os que apreciam um humor de fácil digestão, porém inteligente. Encontro de casais se torna uma miscelânea de casais com problemas, que estão loucos para fugir para o outro lado da ilha e soltar a franga na farra. E adivinha o que acontece? O óbvio. Não é a terapia que os ajudará com uma solução catártica em valorizar os seus amados. Será exatamente a festa que deixa todo mundo vulnerável, de mulheres carentes e saudosas de seus ex-amados até cenas de ciúmes que revelam o quanto o casal se ama. E não é isso mesmo que acontece? Nos momentos mais espontâneos é que temos medo de perder quem amamos, os valorizamos e os perdoamos, por isso, Encontro de Casais vale mais a pena pela óbvia mensagem final do que pelo início e meio do filme... mas aí, já é tarde demais para consertá-lo e a única vontade que dá é mandar diretor e roteiristas para a terapia, ou para uma escola de Cinema.



Avaliação Madame Lumière:




Título Original:
Couples Retreat
Origem:
Estados Unidos
Gênero(s):
Comédia
Duração:
113 min
Diretor(a):
Peter Billingsley
Roteirista(s):
Jon Favreau, Vince Vaughn, Dana Fox
Elenco:
Vince Vaughn, Jason Bateman, Faizon Love, Jon Favreau, Malin Akerman, Kristen Bell, Kristin Davis, Kali Hawk, Tasha Smith, Carlos Ponce, Peter Serafinowicz, Jean Reno, Temuera Morrison, Jonna Walsh , Gattlin Griffith





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5 comentários:

  1. Oi Madame !
    Tudo bem ?!
    Bem, ótima crítica a sua. Pela capa e elenco e nome, já dá para perceber a premissa do filme e sinceramente este filme não despertou uma pontinha de desejo para assistir !
    E vou passar longe disso aí....
    UHAUSHAUHSHAUHSA
    Bjs.

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  2. Sério madame? Uma estrelinha só. rsrs
    Então, o Vince Vaughn colaborou nesse roteiro. O filme é uma profusão de clichês e cede ao mal gosto vez ou outra, mas dá para levar. Eu me diverti. É plenamente esquecível, mas não achei tão odioso assim. É um produto que a classe média americana se identifica facilmente. É uma variação mal engendrada de algumas sitcoms. Eu acho que dá para levar sim. rsrs
    bjs

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  3. Oi Alan,
    Sim! Não gaste os preciosos 113 minutos de sua vida cinéfila,rs!
    bjs

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  4. Oi Reinaldo,

    É sério!rsrs. Na verdade, apesar da sua lúcida e costumeira observação, eu quase dei 2 estrelas, mas o filme peca demais, não seria um filme regular e sim fraco e arrastado no seu efeito "boring". Eu estaria ferindo as fronteiras "estelares" de minha crítica geral dentre os filmes abordados no MaDame Lumière e todos os pilares que verifico para dar a avaliação final.

    Penso que se eles tivessem enviado somente 1 casal para o paraíso terrestre pels motivações coerentes do casal Cynthia e Jason, e trabalhado melhor os atores no tino cômico, com um roteiro que enfocasse melhor a terapia e suas engraçadas e mais aprofundadas tiradas + o desejo de ir para o outro lado da ilha como o natural desejo de voltar a vida de solteiro como uma fuga, isso sim mereceria mais minhas palmas.

    Definitivamente, é uma estrelinha só e sem um pingo de arrependimento, rs!

    Bjs

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  5. Também achei bem dispensável. E chato.

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