O escritor americano
Nicholas Sparks, autor do apaixonante
best seller Diário de uma Paixão, adaptado para a tela grande em 2004 e reconhecido com uma das histórias de amor mais comoventes do século
XXI, retorna à cena cinematográfica após Noites de Tormenta. Desta vez, o novo
longa-metragem adaptado é
Querido John, drama romântico com os belos
Channing Tatum e Amanda Seyfried que atuam, respectivamente, como o soldado John Tyree e a universitária Savannah Curtis, um casal que se apaixona intensamente durante as férias da jovem em uma linda praia, e é separado assim que John parte para missões de Guerra. Com juras de amor que prometem superar a dor da distância e manter a chama da paixão acesa, John e Savannah se comprometem a escrever um ao outro, levando o relacionamento através de cartas por anos e anos, e se reencontram quando possível. Neste elenco, além da beleza, química e carisma do jovem e promissor casal de atores,
Querido John destaca a ilustre presença de
Richard Jenkins (de
O Visitante) que interpreta o pai de John, Senhor
Tyree, um autista colecionador de moedas, e
Henry Thomas (o saudoso Elliott de E. T o Extraterrestre) no papel de Tim, amigo íntimo de Savannah.
Muito da agradabilidade deste romance é a direção do talentoso sueco
Lasse Hallström, um cineasta com um
background de excelência profissional em filmes bem superiores como os ótimos
Minha vida de cachorro, Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador e Regras da Vida. Ao assistir um filme comercialmente romântico como
Querido John sob a direção de Hallström
, a primeira certeza é a de que a presença do cineasta e seu bom gosto engrandece a película, preenchendo as lacunas de um roteiro baseado na recorrente e previsível fórmula romântica dramática de Nicholas Sparks. É exatamente isto que acontece. Hallström o dirige de uma forma bem refinada em comparação à estória
"água com açucar", evitando ao máximo o sentimentalismo barato de um amor à distância, e agregando mais valor ao longa. Aliás, o diretor já havia valorizado outro filme de roteiro simples o qual, com sua câmera, se tornou bem mais interessante:
Sempre ao seu lado, com Richard Gere e o cão
Hachicko tem um visual bem contemplativo. Em
Querido John, a câmera de Hallström trabalha com planos de imagens que mais parecem, em alguns momentos, paisagens líricas, tamanha a veia poeticamente realista com a qual ele dirige, e somado à sua competente direção, há um primoroso trabalho de fotografia de
Terry Stacey que dá vida
e ambienta o romance em um interiorano e belo cenário. As imagens de Guerra não chegam a ser brutais, viscerais, mantendo uma estética visual mais compatível com a tranquilidade das cenas na qual os apaixonados estão juntos e/ou com suas famílias na América, e combina bem a contemporaneidade do ambiente bélico o qual está relacionado à época do
11 de Setembro.
Com relação ao enredo sob o prisma do exacerbado romantismo, ele deixa a desejar em comparação a outros romances de Sparks porque parte da premissa que este casal tem um relacionamento à distância, separados por uma guerra, o que implica que o espectador não os verá muito aos beijos e abraços, e muito menos em uma narrativa que prioriza ações deles juntos com uma forte carga emocional. Aqui, o previsível do romance é que haja a imprevisibilidade local e temporal para que eles fiquem definitivamente juntos. Neste ponto, o filme perde um pouco do encanto de ser ver um lindo casal em cena, e já é sofrido por natureza. Afinal, como filmar um romance por cartas? Como conviver com o medo de perder o amado em uma guerra? Prosseguir ou não em um relacionamento à distância? Eis a questão; e este processo é cansativo, deprimente, tende a distanciar os amantes, por isso, em um dado momento, há o natural desencontro do casal, a dúvida é latente, a escrita não substitui o diálogo falado, nem o calor físico de um abraço apaixonado e muito menos o olhar que diz tudo. Mais tarde, há o reencontro e a reviravolta com os reais motivos da separação e, neste aspecto, a razão é nobre e familiar, então existe um senso de humanidade, de renúncia pessoal e de transformação neste romance, que vale a pena ser conferido. Amanda Seyfried faz o trabalho básico de interpretação sem performar tudo de que ela é capaz, e Channing Tatum atua de uma maneira um pouco mais espontânea, mais à vontade, mais madura projetando melhor sua carreira neste filme do que em trabalhos anteriores como Veia de Lutador e Se ela dança eu danço. Ambos combinaram bem, são bonitos fisicamente e tornam a história de amor mais bela, desejável aos olhos e ao coração. No mais, além da fotografia e da direção, a primordial e intríseca virtude em Querido John é a atuação sensível e sempre brilhante de Richard Jenkins como um homem de natureza acanhada, sofrida, preso em seu próprio mundo autista, solitário. Ele é o principal diferencial do elenco em um papel coadjuvante que tem qualidade e louvores de principal, e é com Jenkins que o filme tem o seu momento mais comovente, digno de arrancar lágrimas que merecem ser derramadas.
Avaliação MaDame Lumière
Título original: Dear John
Origem: EUA
Gênero: Romance
Duração: 105 min
Diretor(a): Lasse Hallström
Roteirista: Jamie Linden, baseado no romance Dear John de Nicholas Sparks
Elenco: Jennifer Lopez, Alex O'Loughlin, Michaela Watkins, Eric Christian Olsen, Anthony Anderson, Noureen DeWulf, Melissa McCarthy, Tom Bosley, Maribeth Monroe, Danneel Harris, Robert Klein, Linda Lavin, Carlease Burke, Amy Block, Jennifer Elise Cox
Parece mesmo interessante, e tem feito sucesso nas bilheterias americanas. Quero conferir logo. Agora, Amanda Seyfried, heim? Tá com tudo e mais um pouco.
ResponderExcluirÓtima resenha Madame (como de costume, rs).
ResponderExcluirBem, queria muito ver o filme e em várias vezes fui para o cinema conferir, mas nunca cheguei a entrar na sala pra ver, rs
Sei lá algo me dizia :"Não vale a pena.."
Mas quando sair em DVD eu vou ver!
Abs.
Lasse Hallstrom + trama baseada em livro de Nicholas Sparks = filme que quero MUITO conferir. Sou fascinada por filmes românticos e minha única expectativa em relação à "Querido John" é que ele tenha um final feliz, ao contrário dos outros longas baseados em livros do Nicholas Sparks! :)
ResponderExcluirE aí Madame... como vão as coisas?
ResponderExcluirSabe, esse é um tipo de filme que não chama muito a minha atenção, mas pelo fato de ter o Jenkisn e como você disse, ele oferecer o momento mais comovente do filme, passei a ter vontade de assistir. Sou fã do cara.