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Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunicação Dirigido por Juan Ant...

Jurassic World: Reino Ameaçado (Fallen Kingdom, 2018)









Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação


Dirigido por Juan Antonio Bayona (de "O impossível"), "Jurassic World: Reino Ameaçado" sofre dos males de sua própria ambição. 


Estrelado pela dupla Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, que atuaram juntos em "Jurassic World", o filme também não foi salvo pela beleza, carisma e humor de ambos. Até o romance mal resolvido não teve espaço suficiente para corar bochechas e arrancar suspiros.

O longa perde muito em roteiro em comparação ao seu antecessor e deixa de desenvolver camadas dos personagens e da narrativa de uma maneira mais honesta, natural. Nem mesmo dinossauros como Blue, que tinha bastante potencial para catalisar emoções, é bem utilizada nesse roteiro.






Ainda que seja um filme focado em gerar altíssimo lucro para os produtores, seria possível trabalhar melhor as relações e conflitos como forma a dar continuidade ao bom ritmo, humor e DNA do filme anterior.

Um exemplo claro de superficialidade no roteiro é a presença da especie vilã que, ainda que seja considerada uma ameaça, surge como um elemento raso, pouco representativo como antagonista. O vilão (Rafe Spall) é caricato e medíocre.

Essa superficialidade entra em choque com algumas ótimas cenas com referências ao Cinema de horror. De um lado, um roteiro pouco atrativo. Do outro, fragmentos de uma boa técnica de Bayona.O resultado é desconexo.






Com exceção de uma comovente cena, a contradição vista nesse blockbuster é sua falta de identidade em um momento que ele quer explorar "o novo mundo" e entrelaçar questões como a extinção das especies e o uso de tecnologia na geração de novas. Não faz bem nenhuma coisa e nem a outra.

Sob a perspectiva da tradição de Jurassic Park, esse "novo mundo" não transcende emotividade nesse lançamento. No mínimo, deveriam ter mantido a qualidade de "Jurassic World" e azeitado mais esse roteiro.

É claro que o público vai conseguir se divertir por algumas horas, mas quem for mais observador, exigente e fã da franquia, sentirá que "Jurassic World: Reino Ameaçado" não entusiasma como o seu antecessor.

Cabe aos produtores analisarem muito mais : qual é o "novo mundo" que eu desejo mostrar às pessoas?" "Como posso fazer as pessoas realmente se conectarem a essas novas questões que visam oxigenar a franquia?"

A inevitável questão que permanece após a sessão: como conseguiram tirar a alma de uma franquia que cativa e emociona pessoas há anos? Acreditem! É possível.





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