Não há beleza mais ímpar do que o Cinema dialogando com o Cinema, expressando a ele mesmo, através do atemporal e fascinante poder da memória e da imagem cinematográficas, no qual um filme conversa com um outro filme, em um discurso metalinguístico que dispensa palavras, somente a imagem fílmica e o aflorar do apaixonante e tocante sentimento de amor pelo Cinema nos arrebatam para esse momento tão único que é o encontro de duas obras de Arte. Em uma emocionante Metalinguagem no Cinema, a beleza de Vincere de Marco Bellocchio se une a de O Garoto (The Kid) de Charles Chaplin em uma cena emblemática e de profunda comoção. Ida Dalser (Giovanna Mezzorgiono) está no Cinema de um hospício, injustamente internada como louca e distanciada de seu filho Benito Albino, filho rejeitado pelo pai, o ditador fascista Musollini. Em uma perfeita metalinguagem, Ida se emociona ao assistir a cena de O Garoto no qual o garotinho (Jackie Coogan) é tirado do adorável vagabundo (Chaplin). Essa magnífica junção está intimamente relacionada com uma mãe que não pode nem ver o próprio filho e, visualmente, quando o garotinho de The Kid estende os braços para Chaplin é como se Benito estivesse pedindo o abraço de Ida. Um momento sublime, uma poesia cinematográfica!
Nossa madame! Que observação maravilhosa. Poética msm! Dessas coisas que o cinema tem que nos arrebata...
ResponderExcluirbjs
Poxa, que texto legal. Me deixou curiosa para assistir 'Vincere', que todos elogiam bastante.
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