Poucas músicas na trilha sonora de um filme conseguem dar conta do significado dele, e pouquíssimos canções tema conseguem ser tão evocativamente sublimes a ponto de criar musicalmente as imagens chave que vemos no longa-metragem. Definitivamente, é raro encontrar a música que é o próprio filme em si. Requiem for a Dream, composta por Clint Mansell e parte do "drogatício" filme Réquiem para um sonho é uma dessas raridades, do começo ao fim. Sem dúvidas,uma das melhores canções em score da históra do Cinema. Desde o seu exótico, dramático e insano início que mais parece uma ode à incontrolável jornada alucinógena que leva a uma angustiante, deprimente e infinita "viagem" sem volta, rumo ao descontrole total do psíquico, até os ápices da harmonia musical que são como clamores de morte delirante tensionados pelos sons das cordas e das batidas, musicalizando um caminho de preparação para a entrega fatal à destruição de si próprio.
O magnífico drama dirigido magistralmente por Darren Aronofsky e estrelado por Ellen Burstyn e Jared Leto é um filme que fala sobre os vícios em drogas que, como qualquer droga, levam a um caminho enganoso de prazer, de escape da realidade, de analgesia das dores do mundo e, enfim, ao delírio, à insanidade e à morte. Por ser poderosamente forte e complexo, tão contemporâneo na realidade das dependências químicas destrutivas atuais como por exemplo o vício em anfetaminas para emagrecimento e drogas pesadas como heroína, Réquiem para um sonho terá seu lugar essencial por aqui para uma conscientização desse mal. Por agora, é importante mencionar que a musicalidade da canção de Clint Mansell está totalmente alinhada à dramatização do filme e da própria realidade do vício. É uma canção que não é depressiva em si, ela é uma canção forte como um vício que controla o psicológico e o físico de uma pessoa. Nela, há uma sedutora atmosfera de horror e delírio que atraí, uma fuga necessária como se a destruição do indivíduo fosse um momento épico, trágico e lírico, como se a música pudesse incentivá-lo a se drogar mais e mais. É uma canção que traduz bem o efeito de uma droga que cria um mundo paralelo, brutal porém cheio de emoções, do prazer à violência. É uma canção que vai crescendo e é poderosa, como se não houvesse saída, como se a entrega ao vício fosse intensa e ilimitada e a canção estivesse em sintonia com isso até sua finalização a qual se assemelha a trilha sonora de um suicídio, de uma morte que encontrou uma vida devastada que aceitou devastar-se. O momento final é como um impiedoso golpe mortal.
Gosto muito mais da trilha que o Clint Mansell fez pra "Fonte da Vida".
ResponderExcluirUm filme amplamente forte. Causa dor, causa vômitos e causa uma quase morte ao assistirmos. Minutos depois do filme: é difícil nos recuperarmos, tamanha overdose de emoção e choque. Um filme intenso mesmo e a trilha sonora demonstra o quão violento ele é...
ResponderExcluirBeijos
Oi Ká, essa eu não conheço, mas vou verificar.
ResponderExcluirbjs
Oi Cris,
ResponderExcluirConcordo com tudo. Exatamente, um filme intenso, dramático, real. Uma viagem ao delírio, exige de nós a força para continuar essa jornada como cúmplices de um processo de total destruição.
Uma obra prima sobre o tema!
bjs
É meu filme preferido sobre o gênero. Simplesmente inesquecível. A trilha de Mansell é fenômenal - me deixa atordoado sempre que revejo o filme.
ResponderExcluirBem não posso falar de sua trilha sonora pois nem vi o filme. hehehee
ResponderExcluirmas as musicas, são boas ! xD
Madame, tem um selinho pra vc em meu blog ! Bjs
Madame tem um selinho para vc em meu blog ! xD
ResponderExcluirNão vi o filme, mas gostei das músicas ! u.u
Concordo plenamente com seu ponto de vista aqui madame. A música acresce muito a trajetória dos personagens. Pelo menos no sentido que elas constroem em nossa mente.
ResponderExcluirBjs
Trilha sonora fantástica... só de ouvir a música me lembro do filme e de como ele é foda!
ResponderExcluirWally: Exato, a palavra "atordoado" resume bem a sensação.
ResponderExcluirAlan: Esse filme vale a pena ser visto, mas prepare-se, é um mergulho na questão da dependência química. Um filme real e triste.
Reinaldo: Exatamente, e acho fascinante a forma como a música intensifica o drama das personagens.
Bruno: Isso é o mais importante. A relação forte entre a música e o filme, uma relação simbiótica.
Bjs a todos.