Opinião Geral: Roma tem vários e bons predicativos que a colocam como uma minissérie épica que conquista a partir de como ela foi criada e como foi dada vida a partir das atuações. Primeiramente, ela foge do tradicional histórico, por isso ela representa uma alegoria certeira para o entretenimento sem se afastar do que a história se encarregou de construir. A cenografia realista, o oriental figurino colorido, as interpretações genuínas e os dramas dolorosos têm vida e vibram intensamente com a ficção valorizando também a História a partir de valores da época que vão desde a traição, a intriga e a sede pelo poder até a perversão sexual e o misticismo de deuses e rituais religiosos, porém tudo isso é colocado de forma a apreender a atenção do espectador perante uma Roma que não é tão séria como a dos livros, uma Roma que é capaz de ser um maravilhoso cenário e parte integrante de grandes dilemas de sua própria condição histórica e existencial. Os cinco episódios inicias não chegam à dramaticidade dos desdobramentos finais da temporada porém antecipam claramente como as relações se dão em vários níveis, da família aos escravos e soldados e percebe-se como tudo é frágil em Roma e como a política massacrou o plano pessoal das personagens, trazendo trágicas dores em um palco que é necessário sempre encenar. Os dois episódios finais criam uma tensão magnífica que engrandece o suspense da arena das relações romanas.
Prós: Sob o ponto de vista do roteiro, Roma é um seriado bem elaborado que não é construído somente a partir da seriedade dos livros e das filmagens prévias sobre Roma, isso lhe garante um lugar especial entre as produções épicas recicladas com o realismo histórico e o fantasioso da ficção bem balanceados com diálogos perspicazes, sofisticados e inteligentes e uma boa dose de suspense. Sob o ponto de vista de elenco, a interpretação perfeita de Polly Walker na pele da cruel e sedutora Atia, a autêntica intepretação de Kevin McKidd como um bravo e familiar homem plebeu que se divide do legionário bruto das batalhas à ascensão como Senador Romano e a adorável e divertida atuação "do brucutu Pullo" por Ray Stevenson que demonstra que os "brutos também amam"; sem esses atores, Roma não seria Roma.
Contras: Embora a religião politeísta seja um ponto alto da Antiguidade Romana já que os homens da época são bem tementes a diversos deuses que podem castigá-los como se fossem deuses homens e influenciar diretamente em seus destinos, há um exagero para esse tipo de legado mítico em cenas que vão desde rituais de maldição que envolvem sangue de animais e evocações diabólicas e hedônicas até oferendas e orações para tudo que é tipo de Deus. Mesmo que a idéia é exaltar um dos maiores valores de Roma, as cenas são fortes para quem não está a fim de ver esses tipos de rituais de forma muito evocativa.
Cena(s) imperdível(is): O grande e emocionante heróico momento em que Lucius Vorenus(Kevin McKidd) e Tito Pullo (Ray Stevenson) lutam em uma arena, expressando o valor da amizade entre eles e a lealdade pela 13ª Legião de Julio Cesar. A cena em que Servília, tomada pela dor de uma mulher rejeitada, amaldiçoa seu ex-amante Julio César e a morte brutal de Julio Cesar no Senado.
Por que você deve assistí-lo? Além de ter os prós expostos acima, Roma é contada "moralmente" a partir dos comportamentos dos diversos personagens, por isso, é um grande laboratório do comportamento da época. Roma é considerada também a minissérie mais cara para a TV, foi bastante aclamada pela crítica, deixou saudades na audiência e foi dirigida com uma mistura de aspectos históricos, ficcionais e míticos tendo como umas das locações o grande Cinecittà, no qual foi filmado o filme Gangues de Nova York, de Martin Scorsese. Não é sempre que se encontra uma minissérie épica e cheia de intrigas que fuja do convencional histórico, afinal, não é fácil contar História da Antiguidade de uma forma divertida e excitante.
com a 2ª Temporada de ROMA
Título original: Rome
Origem: EUA, ITA, UK
Gênero: Drama, épico
Duração: 55 min/cada episódio
Criador(es): John Milius
William J. MacDonald
Bruno Heller
Diretor(a): http://www.imdb.com/title/tt0384766/fullcredits#writers
Produtores: John Milius
William J. Macdonald
Bruno Heller
Franck Doelger
Anne Thomopoulos
John Melfi
Elenco: Kevin McKidd
Ray Stevenson
Polly Walker
Kenneth Cranham
Tobias Menzies
Max Pirkis
Indira Varma
Kerry Condon
Lindsay Duncan
James Purefoy
Ciarán Hinds
Gostei da estrutura desse post madame. Vai ser legal vc comentar mais séries. Tendo em vista que muitas delas estão com qualidade de cinema. rsrs
ResponderExcluirSobre Roma, gostei muito da primeira temporada.Mas a segunda desandou...
Isso pq era para ser uma minissérie, tal qual Band of brothers e a atual The pacific, mas o sucesso foi tanto que a própria HBO se traiu. De qualquer maneira é um entretenimento acima da média. E acena imperdível é muito imperdível mesmo. Vibrei bastante nessa cena.
Bjs
Oi Reinaldo,
ResponderExcluirObrigada! Ouvindo seu feedback fico contente de ter tido essa idéia para o blog.
A intenção é essa mesma: expôr minha opinião sobre minha experiência com séries as quais têm tido qualidade e prestígio de cinema e também variar um pouco mais o que o MaDame Lumière oferece sem fugir do foco do Cinema e das ressonantes produções de séries para a TV que tem cara de filme.
Eu também estou em uma fase de séries, até porque desde Sex and the city e Friends, eu não priorizava tanto mais os seriados. Só passei a namorá-los de novo com Dexter.
Bjs!
Quando puder, vale a pena dá uma olhada em Mad men, The shield e lógico, The sopranos. O melhor cinema já feito na TV. Aliás, Dexter e Mad men são as melhores séries da atualidade.
ResponderExcluirBjs
Sugestões anotadas. Com certeza Dexter e The Sopranos estarão aqui. Não conheço Mad Men ainda, o título da série é sugestivo. obrigada e bjs,
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