Como nem tudo é perfeito no campo da Educação, e no Cinema a Arte imita a vida, o professor Hundert recebe um novo e difícil aluno, o charmoso e rebelde Sedgewick Bell (Emile Hirsch) que, além de enfrentá-lo com um ego gigante e arrogante, passa a influenciar outros alunos a quebrarem algumas regras do colégio. Inicialmente, a chegada de Sedgewick afeta o próprio comportamento de Hundert com momentos de confronto mais acirrado entre eles, no entanto mais adiante Hundert decide exercer seu papel mentor de forma mais solidária e passa a ajudar o jovem e solitário filho do Senador que sofre as agruras de ter um pai político que o ignora. Tendo em vista seu compromisso com o papel de formação do caráter do aluno no campo educativo, Hundert incentiva Sedgewick Bell a mostrar sua capacidade intelectual não mais pela indisciplina e embate com o professor mas pela dedicação aos estudos e à conquista de uma pontuação de notas excelente que qualifique Sedgewick a participar da competição estudantil de História.
A partir daí, além do grande momento da competição, há alguns acontecimentos no período dos 25 anos adiante que envolvem a relação de Sedgewick e Hundert, a relação de Hundert com a escola e a Educação e, principalmente, com ele mesmo e o novo futuro de Sedgewick com um reencontro entre ele, Hundert e outros alunos da turma. Embora O Clube do Imperador esteja longe de ser um filme tão inspiracional como Sociedade dos Poetas Mortos, o filme ainda evoca a inspiração que vem de um professor íntegro e apaixonado pelo seu trabalho que, apesar das decepções na carreira, seja com consigo próprio, com alunos ou com outras pessoas, não deixa de perder sua integridade até mesmo para pedir perdão por suas escolhas equivocadas na intenção de ajudar um aluno com desvio de conduta como Sedgewick.
Além da bela fotografia do ambiente acadêmico e uma atmosfera que aflora o conhecimento através da escola, O Clube do Imperador tem a beleza de um professor que reconhece que não pode mudar um aluno problema, mas é capaz de contribuir para que esse aluno reconheça suas falhas e opte por ser uma pessoa melhor ou não. Certamente, quando o assunto é Educação (e a do Brasil está aí para exemplificar-nos com situações lamentáveis mas também vitoriosas e esperançosas), sempre haverá alunos que optarão por não serem pessoas melhores, porém nisso reside o efeito mimético de O Clube do Imperador, ou seja, mesmo que haja alunos problema e que fazem questão de não aprender nem dentro e nem fora da escola, sempre haverá aqueles que seguirão a mentoria de um mestre que deseja contribuir para que eles sejam homens e mulheres melhores; sempre haverá alunos que serão inspirados por esse mestre, que saberão respeitar os ensinamentos de um professor, que escolherão serem homens e mulheres de caráter e superação, que reconhecem a importância de um mestre e o quanto ele pode contribuir para sua educação e futuro. Esses alunos são os que fazem a diferença e são por eles é que os professores devem continuar ensinando porque esses alunos fazem valer a pena todo esforço.
Gênero: Drama
Duração: 108 min
Diretor(a): Michael Hoffman
Roteirista(s): Ethan Canin, Neil Tolkin
Elenco: Kevin Kline, Emile Hirsch, Embeth Davidtz, Rob Morrow, Edward Herrmann, Harris Yulin, Paul Dano, Rishi Mehta, Jesse Eisenberg, Gabe Millman, Chris Morales, Luca Bigini, Michael Coppola, Sean Fredricks, Katherine O'Sullivan
Perfeito madame. Bela crítica! A forma como encerra seu comentário, aludindo à educação brasileira, é perfeita e se o desfecho do filme é mimético, assim também o é a parte final de sua resenha.
ResponderExcluirBjs
PS: a grafia do nome do ator Emile Hirsch saiu errada!
Bjs
Oi Reinaldo,
ResponderExcluirOBrigada pelo reconhecimento e também pela correção do nome, nem me dei conta do erro de grafia.
Gostei do efeito mimético do filme. O desfecho tem uma ótima mensagem que serve para incentivar os professores atuais. Realmente o bom, íntegro e idealista professor pensa que mudará o mundo através da educação dos seus alunos, mas nem todos os alunos valorizam isso. Lamentável, mas real! O negócio é persistir e valorizar os que souberam e sabem aproveitar a Educação.
Beijo
Olá Madame!
ResponderExcluirGostei muito da sua crítica. Parabéns!
"O Clube do Imperador" foi quase um filme de infância. Não, eu estava mais para pré-adolescente, mas foi um daqueles memoráveis, foi muito marcante pra mim quando conferi este filme. Comparaçoes com o filme de Peter Weir à parte, é um filme que vejo e revejo sempre que possível =)
abraço!
Olá Elton!
ResponderExcluirQue bom te ver aqui! Obrigada por ter gostado da resenha. Esse filme não foi o meu de adolescência porque eu era apaixonada pelo Carpe Diem de Sociedade dos Poetas Mortos e o espírito de uma rebeldia que era aflorada a partir da figura de um mestre. Mesmo assim, Clube do Imperador é ótimo, gosto da ambientação e, principalmente, da jornada do professor.
Abraço da MaDame
Ótima critica sobre o filme, me ajudou muito, em um trabalho na qual deveria apontar a educação feita no filme com a que temos hoje em dia! (:
ResponderExcluirOi Elton,
ResponderExcluirObrigada pelo elogio!
O que me marcou bastante foi Sociedade dos poetas mortos, foi um filme da adolescência e até hoje inspiracional.
Bjs!
Oi Anônimo,
ResponderExcluirObrigada pelo comentário!
Fico ultrafeliz quando meu amor pelo Cinema expresso no Madame Lumiere ajuda leitores a relacionar o cinema com seus estudos educacionais.
Sucesso nos seus estudos.
abraço,