O jovem diretor alemão Christian Alvart tem trabalhado bastante; a prova mais concreta de sua dedicação são seus últimos filmes : a ficção científica Pandorum (com Dennis Quaid e Ben Foster) e Caso 39 (com o novo casal Hollywoodiano, Renée Zellweger e Bradley Cooper), dois filmes distintos que tiveram suas estréias esse ano no Brasil, colocando o nome do diretor em evidência. O mais recente, Caso 39 é mais um suspense aterrorizante que envolve uma sinistra criança e, por coincidência ou não, mais um longa-metragem que envolve uma jovem menina problemática e recentemente adotada, assim como A Orfã. Não há dúvidas de que, após assistir esses filmes, qualquer candidato(a) à pai e/ou mãe adotivo pensará duas, três, várias vezes antes de adotar uma criança, no mínimo, antes de adotá-la na ficção.
Caso 39 relata a história do 39º caso da assistente social Emily Jenkins que lida com casos familiares nos quais as crianças são negligenciadas e abusivamente maltratadas pelos pais. Sendo uma bondosa mulher solteira, dedicada ao trabalho assistencial, idealista e bastante profissional, Emily recebe o caso 39 no qual a tímida e esquisita Lilith Sullivam (Jodelle Ferland, que estará em Eclipse da Saga Crepúsculo) é vítima dos maus tratos dos pais e corre risco de vida. Emily acaba se sensibilizando com a causa de Lilith e se envolve emocionalmente com a garota, defendendo-a dos estranhos e surtados pais, no entanto isso dá espaço à Emily se envolver em circunstâncias de medo, terror e perigo, principalmente, quando ela decide adotar Lilith, e uma onda de mortes mancha o Caso 39 com sangue e a ação de forças demoníacas.
É evidente que, considerando as palavras acima, Caso 39 não oferece nenhuma novidade em termos de enredo para este tipo de filme que envolve crianças endemoniadas e mães adotivas perseguidas pelo terror das consequências. A verdade é que essa categoria de filme dá vazão a duas reações bem distintas e complementares: ou você vai rir com as meninas(os) sinistras(as) da mesma forma que eu ri com Esther de A Orfã e a Lilith de Caso 39, ou você vai morrer de medo delas e achar tudo muito assustador. A velha história cinematográfica do "Eu não sou a sua mãe, porra! não deixa de se repetir aqui, e muito menos deixa de ser engraçada em filmes como esse; Caso 39 não fica atrás no quesito terror-cômico, mesmo que ele se afaste da linha de trabalho do terror trash fun de Sam Reimi, ainda é um filme roteirizado com cenas e comportamentos clichês como a criança que tem cara de vítima, voz suave e amável, mas é incrivelmente letal e um exemplo típico de psicopatia infantil ou, no mínimo, um exemplo clássico de possessão malévola advinda do inferno.
Caso 39 é uma boa e descompromissada opção de entretenimento se você gosta de dar risadas nervosas, entre um susto e outro, uma cena bizarra e outra. Há algumas boas cenas que vão do asco ao engraçado, como a de Doug James (Bradley Cooper, de Se Beber não Case) ao ser atacado por vespas, a de Emily correndo na chuva de babydoll após ter uma alucinação e a assustadora sinceridade de Lilith durante uma conversa com Doug; essas cenas confirmam que ainda vale a pena conferir Caso 39 e três astros. O bem da verdade é que Caso 39 tem a vantagem de apresentar uma Renée Zellweger mais dramática em um suspense também dramático, porém esse papel não a deixa distante do cômico ainda que o foco não seja rir. Ela sempre será engraçada mesmo que amedontrada. Finalmente, quem rouba a cena é realmente a "adorável" garotinha Lilith (a Lili, para os íntimos), e Jodelle Ferland a interpreta bem sem comprometer a fita, em especial, nas cenas nas quais ela domina o diálogo com os adultos, seja na sua interpretação da personagem, seja na própria postura dominadora da "verdadeira" Lili. Por outro lado, o filme tem um desfecho previsível (e morno) que o desejo cinéfilo mais iminente é arquivá-lo para sempre no baú do esquecimento.
Gênero: Suspense
Duração: 109 min
Diretor(a): Christian Alvart
Roteirista(s): Ray Wright
Elenco: Renée Zellweger, Jodelle Ferland, Ian McShane, Kerry O'Malley, Callum Keith Rennie, Bradley Cooper, Adrian Lester, Georgia Craig, Cynthia Stevenson, Tiffany Knight, Cindy Sungu, Philip Cabrita, J. Winston Carroll, Mary Black, Domenico D'Ambrosio
Pois é, não tenho muita vontade de ver esse filme não... rsrs
ResponderExcluirApesar do bom elenco!
Bjs
Li sua crítica com olhos dd uma pessoa que confia em voce, Madamoiselle. Acredito muito na sua opinião e consegui enxergar todas as entrelinhas de seu texto. Entendi a dica, percebi que o filme te atrai de alguma forma, mas esse consegue ser abusivamente morno e não-criativo. Ótimo texto, ótima combinação de palavras, parabens!
ResponderExcluirbeijo!
Pois é,Rei, melhor você arquivar o caso. Se te conheço bem,você não vai perder muita coisa, rsrs!
ResponderExcluirBeijos,
Oi Marcelo,
ResponderExcluirQue bom te ver aqui! Gosto muito da sua presença no MaDame Lumière. Obrigada por confiar na minha opinião. Seu comentário fez o meu dia.
De fato, o filme é bem morno, no entanto propiciou-me o riso do non sense e, estas menininhas sinistras são bem engraçadinhas seguindo o mesmo clichê básico.
Beijo
Obrigado por me prestigiar lá no Tudo é pauta madame. Ao contrário de Clquete, esse deve ser apenas um blog temporário, para dar vazão a certos impulsos literatos e pessoais de minha parte. Mil vezes obrigado por prestigiá-los. Em relação a Caso 39, pois é, vou deixar para quando estrear no telecine. rsrs
ResponderExcluirBjs
Vi agora pouco, rs
ResponderExcluirDei risadas tensas, nervosas e despropositais...rs
Ê, menininha estranha e que mete medo, não? rs
Jodelle Ferland atua muito bem, segura mais o filme que a própria Renée - por sinal, detesto, rs...
Mas, gostei do clima, da atmosfera e, ainda que tenha clichê, o filme convence!
A cena das vespas foi beeem exagerada, mas valeu no ápice!
beijos, Madaminha