O segundo motivo é que o drama conta com a presença ilustre da femme fatale Angelina Jolie que, nessa produção, continua bela e está muito bem vestida com o figurino das décadas de 20 e 30, porém com uma atuação mais madura e mais sofisticada que colabora para tirar-lhe da cena estereotipada da mulher fatal que a tornou popular. Esse trabalho também passa muito mais credibilidade quanto ao trabalho dela de atriz e, ela ainda conta com Clint Eastwood que dá o tom certo para que ela tenha liberdade de ser original, viver a dor genuína de uma mãe, crescer na veracidade da interpretação. Em A Troca, Angelina Jolie é a mãe solteira desesperada (Christine Collins) que não consegue encontrar o filho, e ainda acaba vivendo uma circunstância forçada de criar uma outra criança e ser tida como louca pela polícia local. Ela passa por um caminho tortuoso com o intuito de reencontrar seu pequeno Walter Collins (Gattlin Griffith) contando com a ajuda do pastor Briegleb (John Malkovich, sempre ótimo), e é possível visualizar que Angelina Jolie se superou com um papel bem mais sério, nada ordinário. Além disso, avaliando a vida da atriz, embaixadora da ONU e mãe "do século" de seis filhos, perfomar Christine Collins foi uma oportunidade dela interpretar o que ela mais tem sido desde que casou com Brad Pitt: mãe.
O terceiro motivo é que o roteiro de J.Michael Straczynski dá conta da dramaticidade de uma mãe que tem o filho sequestrado e da denúncia contra a corrupção policial de Los Angeles, interfaceando bem essas duas pontas com um texto que não torna o filme melodramático. Christine Collins sofre, porém o faz com a dignidade de uma mãe que tem que manter a persistência e a sanidade para aguentar não só o drama pessoal mas o drama coletivo, já que ela não luta somente contra seu luto materno, mas contra uma instituição poderosamente corrupta que é capaz de matar, ludibriar e chantagear quem estiver no caminho para manter-se bem perante a mídia e a opinião pública. Através desse roteiro e direção, é possível perceber que Christine Collins é uma mãe que nunca desistiu e nunca deixou de ter esperança, além disso ela nunca deixou que as emoções a controlassem por inteiro, comportamento que é vitorioso e é uma das grandes lutas de mães com crianças desaparecidas, afinal manter a sanidade quando não se tem notícia alguma dos filhos é desesperador, mais desesperador é ver a impunidade e também a falta de proatividade de quem deveria ajudar essas mães a localizar seus filhos. Por isso, A Troca é um filme de uma mãe corajosa que, mesmo em meio à sua dor, persevera, nunca desiste . A luta de Christine Collins foi uma luta diária que contribuiu para mover outras mães a encontrar seus filhos e mostrar que nunca se pode perder a esperança e muito menos a força de continuar lutando por justiça.
Avaliação MaDame Lumière
Título original: Changeling
Origem: EUA
Gênero: Drama
Duração: 141 min
Diretor(a): Clint Eastwood
Roteirista(s): J.Michael Straczynski
Elenco: Angelina Jolie, Gattlin Griffith, Michelle Gunn, Jan Devereaux, Michael Kelly, Erica Grant, Antonia Bennett, Kerri Randles, Frank Wood, Morgan Eastwood, Madison Hodges, John Malkovich, Colm Feore, Devon Conti, J.P. Bumstead
Mais um filmaço do mestre Eastwood. Ele consegue realizar um drama, um thriller policial e um filme denúncia, sem perder o elemnto humano de vista e ainda concede a Angelina Jolie seu melhor momento como atriz. Grande filme.
ResponderExcluirBjs
PS: Conte com o meu voto no prêmio top blog. Vc sabe que ele é seu! rsrs
bjs
A melhor "TROCA" que o Eastwood já fez na carreira, foi sentar na cadeira da direção.
ResponderExcluirO véio é bom em tudo, rs!
E quando ele faz as duas coisas simultanemamente. Melhor ainda - UM GRAN TORINO, rs!
A Jolie demonstra aqui, o mesmo talento daquela GAROTA INTERROMPIDA!
Bela crítica minha Madame Dietrich.
Bjs vizinha e obrigado pelo adoçante, tô mesmo de dieta!
Oi Reinaldo,
ResponderExcluirÉ isso mesmo! E mais, penso que o cinema contemporâneo de Clint Eastwood é um dos mais coerentes entre um filme e outro. Ele consegue criar um estilo próprio que abraça as grandes causas do humano e deixa claro que aquilo ali teve a mão mestra dele.
PS: Obrigada pelo incentivo ao prêmio Top Blog. Acho que será divertido!,rs!
beijinho
Oi vizinho,
ResponderExcluirMuito sábio seu primeiro comentário. Obrigada!
Esse véio é um tesãozinho de direção!,rs!
PS: Estou de dieta também. Comecei hoje. Estou vermelha de fome e com o corpo todo doído (isso porque eu só fiz uma caminhada, rs).
Hoje cotei os preços das Academias. Começarei a pegar no "FERRO" segunda-feira. Bem que Robert Downey Jr poderia me dar uma mãozinha, rs!
Beijinho
Para mim, um dos melhores trabalhos concebidos por Eastwood! Ao lado do Gran Torino e Sobre Meninos e lobos!
ResponderExcluirVisto que Menina de Ouro é um tanto supervalorizado...
Neste temos uma ótima direção de arte, atuação intensa de Jolie e uma trilha sonora muito bem articulada por Clint Eastwood, sem falar no roteiro que vai do frágil ao denso...proporcionando emoção pura!
Belíssimo filme que é fortemente inesquecível, desde já...creio que, daqui a uns 20 anos, receberá o status de clássico...podem até discordarem, mas eu afirmo que é um filmaço mesmo, daqueles intensos e vorazes...
Tenho ele aqui em dvd, já vi, ao todo desde o lançamento, umas 5 vezes.
Gosto muito mesmo.
Belo texto, Madame!
Beijo
Oi, Madame
ResponderExcluirPostei sobre ele lá no Apimentário, se puder confere..bjo!
Oi Cris,
ResponderExcluirEu sei que você ama esse filme e concordo que esses três filmes que citaste são os melhores do mestre e têm a riqueza de unir uma miscelânea coesa de grandes dilemas humanos.
Conforme comentei quando visitei o seu post hoje no Apimentário, esse filme faz jus ao trabalho competente de Eastwood e ainda coloca Angelina Jolie em um filme de muito bom gosto para a reinterpretação da década de 20.
Beijo