A princípio, o começo do longa-metragem causa um estranhamento natural o que pode potencialmente causar um incômodo ao expectador mais exigente, pois além da história ainda não focar o lado mais "romântico e dramático" do enredo, Henry é um viajante do tempo que, desaparece em um local, e reaparece nu em outra localidade e tempo, sendo obrigado a ter um "jogo de cintura" básico e "fora da lei" de roubar roupas e carteiras, arrombar lugares e ser perseguido. Esse é o mal que ele paga por ser um viajante do tempo e aparecer sempre nu em uma situação louca e constrangedora e esse é o mal do começo do filme que dá a impressão de que Te amarei para sempre será um fiasco cinematográfico. Posteriormente e, felizmente, o filme começa a ganhar a forma porque Clare e Henry se encontram na infância dela, e já sinalizam à audiência que haverá uma história de lealdade nessa amizade, mesmo que esse sentimento traga a longânima espera através dos tempos. Ele, estando adulto e voltando do futuro, já sabe que eles serão grandes amigos e terão uma história de amor e, entre idas e vindas de Henry, eles se encontram na maturidade e começam o romance a ponto de desejarem se casar e ter filhos.A partir desse sentimento mútuo de desejarem formar uma família e viverem o amor juntos é que a história se desenvolve de uma forma mais profunda, porém sem grandes e brilhantes reviravoltas no roteiro.
Te amarei para sempre tem três vantagens como love story, mesmo que ainda seja um filme com uma história esquisita, com um desenrolar confuso e não tão fácil de dirigir, e não tenha me empolgado tanto quanto outras love stories porque deveria ser melhor explorada em seu drama, afinal "como amar uma pessoa que é escravo de sua própria anomalia genética e que viaja pelo tempo, desaparecendo a qualquer momento diante dos olhos"? Como se envolver em uma história de amor a partir de um absurdo cronológico, nada palpável e factível com a realidade das relações?. Apesar disso, a primeira das vantagens é que conta com dois atores charmosos e carismáticos e que formam um lindo casal. Rachel McAdams caiu nas graças dos românticos do cinema ao vivenciar a Allie Hamilton do best seller de Nicholas Sparks, Diário de uma paixão. A sua beleza jovial, delicado sorriso e dramaticidade para moças apaixonadas em amores difíceis fez esse papel cair como uma luva a ela; além disso Rachel está em evidência de novo, tendo estrelado também em 2009 "Sherlock Holmes" ao lado do queridinho do momento Robert Downey Jr e o thriller "Intrigas do Estado" no qual performa uma jornalista ao lado de Russell Crowe. Já Eric Bana continua com sua beleza viril e rústica o que atraí o imaginário das mulheres e dos homens que o apreciam.
A segunda delas é que Te amarei para sempre usa a variável do tempo para falar do amor atemporal, ou seja, aquele amor infinito, cheio de fantasia, que perdura independente dos acontecimentos e do tempo. É uma história sobre o amor que transcende o tempo. Nesse ponto, o filme é bem inspirador porque o casal, em especial, Clare (que é a personagem que dá título à obra original), persevera para que a relação dê certo e ela comprova que o ama muito porque lida com todas as consequências da situação, dos desaparecimentos repentivos de Henry até as implicações da doença dele quando ela deseja engravidar. Será que as pessoas não desistiriam desse amor mais facilmente? Fica a pergunta para uma reflexão sobre o amor, seus amores e dissabores e, sob esse aspecto, o filme usa a fantasia para trazer o amor como ele deveria ser, fazer com que o "Te amarei para sempre" seja parte do nosso cotidiano, dos nossos relacionamentos. Não à toa que o filme é baseado em um best seller, o de Audrey Niffenegger. Finalmente, a terceira delas é que o filme tem uma bela e melódica trilha sonora, típica de Mychael Danna, com belas canções instrumentais que tematizam momentos chave do filme, com destaque para "See you again" e também "Broken" do Lifehouse.
Te amarei para sempre não desperta um intenso amor como obra da Sétima Arte, além do título dele no Brasil ter sido (mais uma vez) mal traduzido porque acaba por alimentar o imaginário do espectador (o meu, por exemplo) de que esta será uma história de amor icônica considerando que a força da expressão "Te amarei para sempre" não deixa de ser bem evocativa, no entanto suas vantagens como filme fazem dele uma história de amor que vale a pena ser conferida, pelo menos, para pensarmos no amor que supera qualquer obstáculo, passarmos a acreditar mais nele, afinal, amar nunca foi fácil nem no tempo, nem no espaço, nem em toda uma vida.
Gênero: Romance,Drama
Duração: 107 min
Diretor(a): Robert Schwentke
Roteirista(s): Bruce Joel Rubin, inspirado na obra homônima de Audrey Niffenegger
Elenco: Rachel McAdams, Eric Bana, Michelle Nolden, Alex Ferris, Arliss Howard,, Katherine Trowell, Bart Bedford, Esther Jun, Matt Birman, Craig Snoyer, Carly Street, Romyen Tangsubutra, Brooklynn Proulx, Jane McLean, Ron Livingston
É isso mesmo madame. Um filme duas estrelas. Ao contrário de vc, pensava até que o filme fosse pior. Tinha baixíssimas expectativas. Entre furos e facadas, saí com uma boa impressão da fita. rsrs
ResponderExcluirE muitos bjs, bjs, bjs e bjs (para compensar a injusta e desvairada omissão destes no post anterior).
bjs (rsrs)
Olá Reinaldo,
ResponderExcluirPenso que o filme merece certo crédito porque é uma história atípica e complicada pra se filmar. Tem que B de Bizarrice, mas vale pelo esforço do casal tentar ter uma vida comum.
BEIJOCAS!rs