Segunda Chance para o Amor é mais um "filme DR" (Discussão da Relação) e, como bem nítido no seu título em português, os protagonistas interpretados por Selma Blair, Patrick Wilson, Edward Burns e Debra Messing se dão ao luxo de dar uma segunda chance para seus ex-romances, confirmando que sempre há uma fresta aberta em algumas relações mal resolvidas. Com roteiro e direção de Edward Burns que se empenha para entregar um filme abaixo da média, esse romance se esforça em expor que algumas perdas amorosas nos ensinam a se tornar pessoas melhores, e potencialmente melhor preparadas para dar uma segunda chance para o amor, no caso desse longa-metragem, o perdido lá no passado.
Como em romances de encontros e desencontros, Segunda Chance para o Amor segue aquela previsibilidade do reencontro com um caso amoroso antigo e o que fazer quando isso volta à tona. O escritor Brian Callahan (Patrick Wilson) namorou Patti Petalson (Selma Blair) no período da Universidade e terminaram o relacionamento sem sólidos motivos. Um belo dia, se encontram em um restaurante. No mesmo dia, seu amigo Michael Murphy (Edward Burns), advogado e ex-alcóolatra em tratamento reencontra sua ex-namorada Kate Scott (Debra Messing), que é amiga de Patti e está muito magoada com o ex. Todos acabam sendo afetados por esse reencontro e, no transcorrer do romance, se aproximam e lidam com os fantasmas do passado e as implicações amorosas do presente. Patti, também escritora (que não consegue terminar o romance há anos) e casada com o complicado Chazz Coleman (Donal Logue, que proporciona alguns raros momentos cômicos) tem um casamento de sete anos decadente e, lida com o distanciamento do marido. Brian namorada uma agressiva viciada em drogas e, no plano profissional, atravessa uma crise com os críticos e leitores que rejeitam seu atual livro após o sucesso de seus livros anteriores. Michael ainda tem interesse em Kate e se mostra um novo homem pós-fase libertação do alcoolismo, por outro lado, Kate não consegue perdoá-lo remoendo a dor de uma traição, e muito menos consegue assumir que ainda o ama. Entre diálogos amorosos se misturam as esferas literárias de Patti e Brian, que se empenham em escrever seus romances e redescobrir-se como escritores que escrevem o que desejam.
Segunda Chance para o Amor é mais um romance do que uma comédia romântica. De fato, o filme não tem o carisma e a energia romântica de uma comédia do gênero e os próprios impasses amorosos dos protagonistas não se aprofundam de uma forma nem romântica e muito menos dramática, por isso questões como a separação, o perdão, a paixão, etc. se tornam superficiais e só não se tornam piores porque o filme consegue ter uma linearidade na própria emoção que transmite e uma seriedade na dramatização, evitando banalizar por completo a fita. Embora o romance seja leve na interface com o espectador, as personagens têm personalidades que aborrecem. Brian é confuso demais. Kate é durona demais. Michael é chato demais e, a única que consegue se expor, porém sem tanto carisma para um romance é Selma Blair. Além disso, na tentativa de enfocar a "Segunda Chance para o Amor" de dois casais, o filme perde muito em aprofundar a "segunda chance" de cada casal, situação que poderia ser sanada com a exclusão do casal Kate e Michael da trama o qual, honestamente, não faria falta alguma. Apesar dessas deficiências, o filme merece crédito por três motivos: a ótima trilha sonora com canções incríveis do The Blue Jackets (destaque para a excelente Do you remember), a boa fotografia em alguns enfoques da cidade de Nova York e a abordagem do tema "segunda chance para o amor". Inquestionavelmente, esse último motivo é o melhor do longa-metragem, mesmo com suas debilidades, porque as pessoas têm que se dar uma chance para dar uma chance ao outro e, dar a chance a nós mesmos é como dar a chance à felicidade que, por alguma circunstância do passado ou presente, pôde não ter ocorrido. Agora, nada impede que a felicidade no amor surja de uma forma bem mais madura e conciliatória.
Título Original: Purple Violets
Origem: Estados Unidos
Gênero(s): Romance, Comédia Romântica
Duração: 109 min
Diretor(a): Edward Burns
Roteirista(s): Edward Burns
Elenco: Selma Blair, Patrick Wilson,Edward Burns, Debra Messing,Dennis Farina,etc.
Ainda não vi esse filme. Apesar de sua critica ter relativizado bastante a qualidade do trabalho de Burns como diretor aqui, gosto muito de seus filmes. Sempre agridoces e sempre nessa dicotomia entre a comédia e o romance. Gosto do trabalho dele. O porém é que com esse filme ele pode mesmo estar se repetindo.
ResponderExcluirBjs
e ae madame.... como vc tá?
ResponderExcluirpô, acho que é uma boa conferir esse por causa da Selma Blair... :)
Olá Reinaldo,
ResponderExcluirAcho que você vai gostar desse filme. Ele não é ruim, tanto que recebeu 2 estrelas e é uma forma de ver Selma Blair em um papel de uma mulher casada em meio ao turbilhão das escolhas. Com relação ao diretor e ator, até que Edward Burns não é um cara medíocre, afinal ele se preocupou em trazer um filme com ar mais maduro à luz dos relacionamentos.
Eu assumo que esperava mais do filme ao ver o trailer, na profundidade das relações amorosas, além disso, acho que o filme se arrasta em determinado ponto já que acaba não incluindo grandes dramatizações, enfim, acontece...
Bjs
Oi Bruno,
ResponderExcluirEstou bem e na luta diária, rs! Espero que esteja bem!
Sim, vale a pena conferir pelos motivos que expus, e também por ela. Selma Blair carrega o filme nas costas e gostei de vê-la nesse tipo de papel, mesmo que eu não morra de amores por ela,rs! Acho-a esquisita,rs!
bjs