Bryan Singer, diretor do incrível X-men Dias de um futuro esquecido definitivamente voltou ao seu primeiro amor mutante cinematográfico. O começo de uma das franquias Sci-Fi baseadas em quadrinhos e mais expressivas do Cinema começou com ele em 2000 com X-Men, o filme, seguido por X-Men 2 (2003). Depois a série passou por mudanças de direção e não entregou filmes intermediários mais redondos, o que evidencia que Singer é importante para essa franquia, conhece e sabe extrair o melhor do universo mutante. Em 2011, com o lançamento do fantástico X-Men : Primeira Classe de Matthew Vaugh, X-Men voltou à excelente forma física com roteiro e direção seguros. Singer atuou como produtor e oxigenou a franquia com sofisticação. Nesse novo filme, agora sob a batuta da direção, Singer consegue manter o nível elevado do seu antecessor e entrega um longa imperdível.
Esse filme constrói uma narrativa baseada na necessidade de sobrevivência dos mutantes e mescla, com conflitos pessoais e muita tensão, uma viagem no tempo para evitar a sua exterminação no futuro pelos Sentinelas, gigantes robôs criados pelo vilão Dr. Bolívar Trask (Peter Dinklage, de A Guerra dos Tronos, excelente ator e ganho para a franquia. O futuro é apresentado como um mundo aniquilado pelo mal da guerra, obscuro, desolado, sem esperança, é necessário que uma ação seja tomada para impedir que os Sentinelas existam. Nesse cenário futurista, o professor Xavier (Patrick Stewart) envia Wolverine (Hugh Jackman) para o passado, com a ajuda de Kitty Pryde (Ellen Page). Wolverine encontra o Xavier jovem (James MCVoy), Magneto (Michael Fassbender), entre outros e tem o desafio de localizar Raven / Mística (Jennifer Lawrence) e convencê-la a não cometer uma ação impulsiva que impactará negativamente os mutantes. Na história, o vilão é o Dr. Bolívar Trask (Peter Dinklage, de A Guerra dos Tronos), excelente ator e ganho para a franquia.
O roteiro é bem elaborado na sua natureza temporal e corrida contra o tempo para salvar a especie. As ações são apresentadas em diferentes cenários como uma jornada fenomenal no tempo, apoiada por um capricho na direção de Arte e efeitos visuais. Logo na introdução, o espírito de sobrevivência dos mutantes é evidenciado com um confronto cheio de tensão. O espectador é preparado para acompanhar o que vem depois: conflitos e a crescente luta dos mutantes para viver na Terra e ser aceitos pela sociedade, inclusive os conflitos que há entre eles e suas diferentes opiniões, especialmente as de Mística, Magneto e Professor Xavier. Embora grande parte da ação ocorra no passado, a narrativa é dinâmica e de moderna cinematografia. Conduz o público a entrar mais no imaginário X-Men através de seus personagens, igualmente bem desenvolvidos, a extrair reflexões que estão relacionados a escolhas pessoais e que demonstram a humanidade que independe de especies. Conhecemos um pouco mais da história do Professor Xavier, suas diferenças e desentendimentos com Magneto e o antagonismo de sentimentos existentes em Mística, ora mais sensível, ora vingativa e mortal, com ótima atuação da atual queridinha da América, Jennifer Lawrence.
O longa é um espetáculo de direção, o toque de Midas Sci-Fi de Bryan Singer e de sua equipe. A começar pela escolha do elenco e direção de atores que eleva o blockbuster a um filme que conecta o seu público fiel aos mutantes. Os atores têm carisma na pele de seus personagens e fazem um trabalho mais aprofundado na atuação, vestindo fortemente as características comportamentais deles. Até o mutante mais difícil de lidar como o Magneto e o vilão Trask são levados a sério e conquista a simpatia dos fãs. Quem admira a franquia, se diverte, se emociona, torce para que tudo dê certo com os mutantes. Essa é a energia cinéfila, a devoção ao esse emblemático comics! Ao ver materializado um trabalho excelente de Singer e uma viagem que nos leva a China, USA, França, resta-nos vibrar com cada escolha do diretor, como nos levar a Paris e fazer entrar em uma festa com Mística ao som de Stop au nom de l'amour na voz de Claude François .
Ainda na direção, Singer capricha em como estrutura os planos, aproxima sua câmera e realiza os enquadramentos e , principalmente na transição entre planos de combate. Especificamente, há duas sequências muito especiais que são um deleite Blockbusteriano de como um bom diretor, suportado por um bom roteiro, pode tornar cenas mais emblemáticas e de puro bom gosto: a da invasão no Pentágono com o mutante Peter/Quicksilver (Evan Peters) resultando em uma fantástica construção visual unida ao humor e trilha sonora e o tenso embate entre Mística e Magneto em Paris, com uso de recurso documental e excelente edição.
X-Men Dias de um futuro Esquecido é um blockbuster bem concebido e realizado e a prova de que franquias com essa qualidade excepcional , tanto do ponto de vista de produção como do ponto de vista de conexão afetiva com o público serão sempre bem - vindas e são fundamentais para o Cinema entretenimento. Que venha X-Men: Apocalypse!
Ficha técnica do filme no ImDB X-Men Dias de um futuro esquecido
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