MaDame Trilogias:
3 Filmes e 1 balde de pipoca
James Cameron, em seu próximo Avatar, promete usar a mesma tecnologia, o que é positivo para capacitar os profissionais em como trabalhar criatividade e inovação com aderência entre a narrativa e o formato. Esse formato não serve para qualquer filme, a princípio, e seria mais coerente com filmes comerciais de grandes franquias baseadas em histórias ficcionais com super heróis (como os da Marvel) ou filmes épicos. Como produto comercial e também artístico, a escolha pelo HRF 3 D é muito eficiente e Peter Jackson fez um bom trabalho, pois a obra de J.R.R Tolkien é uma fantasia admirada por pessoas de várias idades e, inclusive pelos Nerds. Normalmente Nerds não gostam só de Cinema e Comics, mas gostam de games e tantas outras coisas relacionadas. É um estilo de vida, uma admiração máxima pelo universo deslumbrante das nerdices. Dessa forma, entramos no filme mais como fãs e temos mais contato com as dimensões de tempo e espaço de cada cena, com muito mais realismo.
A primeira mirada em O Hobbit - A batalha dos cinco exércitos, último filme da trilogia é um misto de surpresa, estranhamento e fascinação pelo formato do produto audiovisual utilizado pelo diretor Peter Jackson. Com sua excelente capacidade técnica e narrativa de criar uma saga blockbusteriana sobre um mundo ficcional inesquecível como o da Terra Média, em Hobbit 3 ele potencializa o foco imagético épico da Batalha Final e utiliza o formato HFR 3 D (High frame rate), uma inovação para o Cinema Digital que, devido à sua alta velocidade na composição da imagem, cria um efeito semelhante a um game, tão vivaz e capaz de proporcionar uma experiência única ao colocar o público mais dentro das cenas. Na prática convencional, o padrão usado em filmes é 24 frames por segundo (fps). Com o HFR 3 D, a taxa é 48 fps. Caso o espectador não deseje assistir ao filme com essa inovação tecnológica, outros formatos como 2D, Imax 3 D etc estão disponíveis.
Com um início fantástico no qual o dragão Smaug (Benedict Cumberbatch) ataca a Cidade do Lago e enfrenta Bard (Luke Evans), cuja descendência não conseguiu derrotar o dragão, o longa começa com a fúria total do dragão e uma vila em chamas. Essa abertura dá o tom da tensão, da expectativa da batalha na Montanha e, principalmente, de como Peter Jackson coordena todas as partes envolvidas como peças de um tabuleiro e com muita paciência. Ele estica cada aspecto heroico da ação a partir das primeiras sequências. Desde como Bard lança a sua flecha contra o dragão até como, mais adiante, Thorin (Richard Armitage) lutará contra Azog (Manu Bennett). Essa estratégica na construção da narrativa disfarça o fraco roteiro porque trabalha bem mais o aspecto visual da batalha em si, a expectativa criada após 2 longas e o emocional do público com o encerramento da trilogia. Também há uma intensa abordagem épica em cada plano, em como os close ups são feitos em cada herói e vilão, em como a luta tem que ser estressada até o limite da vitória (e da derrota). As escolhas de Peter Jackson, somadas à incrível imagem, direção de Arte e ao espírito nostálgico que as emblemáticas obras de J.R.R Tolkien provocam no espectador tornam o fim da trilogia um momento único. Definitivamente um tesão para os mais NERDS!
É importante ressaltar que o longa em HFR 3 D apresenta uma impecabilidade de imagem que projeta muito mais a realidade da ação. É como se estivéssemos lá, assistindo cada detalhe no camarote de Peter Jackson! Por outro lado, a experiência com a imagem é cercada por um estranhamento natural pois não é comum ver esse tipo de formato de filme; por mais que a qualidade da imagem é sedutora, perfeita, existe o contraponto que é: isso é mesmo um filme ou um jogo? Ao mesmo tempo que podemos dizer: Que impacto visual fascinante! Também podemos dizer: Que estranho, diferente, prefiro outro formato! Essa dicotomia com relação ao audiovisual de O Hobbit 3 é um processo natural no amadurecimento do público com a tecnologia e o mais interessante é que está fazendo parte da história contemporânea do Cinema e de sua evolução. Provavelmente muitos têm ( e terão) essa percepção sobre a sensação que o HFR traz.
James Cameron, em seu próximo Avatar, promete usar a mesma tecnologia, o que é positivo para capacitar os profissionais em como trabalhar criatividade e inovação com aderência entre a narrativa e o formato. Esse formato não serve para qualquer filme, a princípio, e seria mais coerente com filmes comerciais de grandes franquias baseadas em histórias ficcionais com super heróis (como os da Marvel) ou filmes épicos. Como produto comercial e também artístico, a escolha pelo HRF 3 D é muito eficiente e Peter Jackson fez um bom trabalho, pois a obra de J.R.R Tolkien é uma fantasia admirada por pessoas de várias idades e, inclusive pelos Nerds. Normalmente Nerds não gostam só de Cinema e Comics, mas gostam de games e tantas outras coisas relacionadas. É um estilo de vida, uma admiração máxima pelo universo deslumbrante das nerdices. Dessa forma, entramos no filme mais como fãs e temos mais contato com as dimensões de tempo e espaço de cada cena, com muito mais realismo.
O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos é o melhor filme da série, não pelo roteiro, que é quase inexistente com relação à força dramática dos diálogos e variedade das ações e é o que deixa a desejar em comparação aos três filmes, mas pela conexão emocional com o público durante a Batalha e pelo vínculo entre o seu efeito narrativo épico e o uso da tecnologia HFR. Cada detalhe visual é uma despedida (ou um até logo), com amor, para Peter Jackson e equipe e antecipa as saudades de uma Terra Média que nunca poderá sair das nossas memórias cinéfilas.
Ficha técnica do filme ImDB O Hobbit 3
0 comentários:
Caro (a) leitor(a)
Obrigada pelo seu interesse em comentar no MaDame Lumiére. Sua participação é muito importante para trocarmos percepções e opiniões sobre a fascinante Sétima Arte.
Madame Lumière é um blog engajado e democrático, logo você é livre para elogiar ou criticar o filme assim como qualquer comentário dentro do assunto cinema e audiovisual.
No entanto, não serão aprovadas mensagens que insultem, difamem ou desrespeitem a autora do blog assim como qualquer ataque pessoal ofensivo a leitores do blog e suas opiniões. Também não serão aceitos comentários com propósitos propagandistas, obscenos, persecutórios, racistas, etc.
Caso não concorde com a opinião cinéfila de alguém, saiba como respondê-la educadamente, de forma a todos aprenderem juntos com esta magnífica arte. Opiniões distintas são bem vindas e enriquecem a discussão.
Saudações cinéfilas,
Cristiane Costa, MaDame Lumière