Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

Um filme, uma canção por Madame Lumière a combinação inesquecível para uma nostálgica emoção Por que nós, os grandes amantes do cinema, esc...

Um filme, uma canção: Guarda-Costas (The BodyGuard - 1992), Run to you de Whitney Houston

Um filme, uma canção por Madame Lumière
a combinação inesquecível para uma nostálgica emoção




Por que nós, os grandes amantes do cinema, escutamos aquela trilha sonora de filme como se fosse a de nossa própria história de vida ou, de pelo menos, um momento dela? De ouvidos, olhos e coração bem abertos, enquanto as cenas daquele marcante filme são projetadas na tela, eis que surge aquela canção muito especial que mudará totalmente a nossa relação com o filme. Ele passa a ser mais emocionante, para o bem ou para o mal e estas emoções estão muito relacionadas ao quão nos entregamos à música do filme e como reagimos a ela.

Desde que me entendo por cinéfila e uma eclética amante da música, entendo bem o poder dela dentro de uma produção cinematográfica. É como notas em perfume, dando uma personalidade ao filme, despertando diferentes sensações, marcando minhas memórias para sempre. Por isso , um filme, uma canção é uma série de posts evocativos de minhas memórias cinéfilas musicais que passarei a postar aqui à medida que as lembranças me vêem à mente e ao coração. Quero aspirar o perfume deste filme-canção e relembrar o quanto estas produções cinematográficas tiveram um aroma único com uma marcante canção. Decerto, não vou resenhar o filme pois o post não tem este propósito, somente desejo lhes comentar o porquê da escolha da música o que, potencialmente, trará breves comentários sobre o enredo.



O filme Guarda-Costas foi um clásssico dos anos 90 para os corações apaixonados. O filme em que Frank Farmer (Kevin Costner) é guarda-costas da aclamada cantora Rachel Marron (Whitney Houston) e ambos se apaixonam perdidamente enquanto ele a protege de um psicopata é um dos romances imperfeitos mais perfeitos do cinema. E não entenda "imperfeito" de forma pejorativa, mas imperfeito porque quebra mais uma vez os velhos paradigmas das relações amorosas. Ela é rica, ele é pobre, ela é negra, ele é branco, ela é a chefe, ele é o empregado, ela é a vítima, ele é o herói. Lindo, não? Eles se amam, se atraem e se rechaçam embalados por uma trilha sonora inesquecível com destaque para o sucesso I will always love you de Whitney.

Eu estava em plena adolescência, idade que toda emoção, confusa e genuína demais, é multiplicada à décima potência e me apeguei ao meu CD The Bodyguard com todas as minhas passionais forças, já imaginando Kevin Costner me salvando do perigo iminente, inclusive me fazendo esquecer que existem caras reais e anti-ideais e que os imaginários do cinema são mais interessantes e poderiam me fazer uma adolescente mais feliz. Então, embalada por baladas românticas, cheguei a cantar muito I will always love you (por incrível que pareça até meus 20 anos, este hit era o meu sucesso em karaokês empresariais junto com o tema de Titanic de Celine Dion), no entanto Run to you , também de Whitney, marcou minha vida para sempre e, até hoje, tenho aquela compulsão musical clássica quando a ouço, aquela lá que se ouve uma faixa mais de 20 vezes, quase ininterruptamente
, incansavelmente.



Run to you tem uma intensidade maior pelo simples fato do verbo correr, esta ação mais ativa do sujeito em si é o que a torna minha canção, o correr para os braços do homem amado e simplesmente se entregar, deixar o amor aflorar. Além disso isso me fazia pensar em Frank Farmer, não mais correndo para cima e para baixo protegendo a Rachel pelo ofício, mas definitivamente, ela correria para ele, ela o protegeria também com seu amor e eles ficariam juntos, sem ameaças, sem neuras, sem formalidades. E os agudos de Whitney Houston em will you run away, run away... eram fantásticos, mais dramáticos neste ímpeto emocional de correr para o amor o quanto antes . E o vídeo? Ela vestida com um leve tecido transparente branco, correndo em uma atmosfera surreal envolvida por nuvens. Definitivamente, quem ficava nas nuvens era eu...




Créditos Photos : Bodyguard movie

4 comentários:

  1. Correndo o risco de parecer puxa saco,sou obrigado a dizer: É isso o que espero ao ler Madame Lumière. Artigos que equilibram como poucos uma perspectiva pessoal equilibrada com olhar critico contextualizado. Ao falar do clásssico O guarda costas você fez todas as escolhas certas. Reconheceu o impacto da trilha sonora junto a memória que se tem do filme, mas relatou a SUA memória em relação a ela. Perfeito. Tb sou assim. De ouvir uma música e depois ter minha percepção dela mudada para sempre após tê-la visto em um filme. Um exemplo cabal disso é A beautiful day do U2 que toca apenas n Trailer de Vida bandida. A música já fez parte das trilhas de outros filmes, mas é A vida bandida e ao lirismo jovial do filme que eu associo a música até hj. E já passaram-se 8 anos.

    Bjs madame

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  2. Reinaldo, agora você me deixou emocionada. Obrigada, de todo o coração!

    Sempre te vejo como um cara que é sensível e inteligente, um grande incentivador e, partindo de você, eu sou grata pois adoro o Claquete, adoro a sua escrita e entendo perfeitamente bem porque nos damos bem. A própria descrição do "quem sou eu" que você fez é brilhante quanto ao seu desejo de "esmiuçar" as próprias relações a partir do cinema. Eu sempre enxerguei o cinema assim e, não só o cinema, mas vários campos!

    Ainda que esteja começando a escrever sobre ele, minha intenção é sempre mostrar algo que o cinema traz para o indivíduo, o reflexo de nós mesmos, sem grandes formalidades críticas, na contra-mão do que já estamos cansados de ver: a crítica que critica o outro e não o que o outro tem de nós mesmos para que sejamos críticos com relação a nossa própria vida.

    Ainda que o cinema seja um espelho da vida, nunca é fácil falar sobre ele trazendo muito de nós, não é mesmo? Também não é fácil manter um blog com o mínimo de qualidade. A gente sabe como é prazeroso relatar este equilíbrio da perspectiva pessoal com a crítica, mas tem horas que o coração simplesmente não quer falar.

    Beijo da madame!

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  3. Falei de coração mesmo. Obrigado também por seu reconhecimento. Matenha-se firme a suas pretensões sobre escrever e como escrever sobre o cinema. Essa força ( e a qualidade) que vc demonstra são cativantes.
    Como vc pode perceber, tb sou fanzaço aqui do madame Lumière.
    Bjs madame

    PS: Depois desse momento Íntimo & pessoal, eu preciso saber seu nome!(rsrs)

    bjs

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  4. Sim, vou dar uma de Michelle Pfeiffer e te revelar minha identidade secreta. Me chamo Cristiane.

    beijo da Madame!

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