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Mulher que é mulher de verdade tem complexo de Becky Bloom. Ama moda, compras e vários cartões de crédito na bolsa e, pior, sempre dá um je...

Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic) - 2009


Mulher que é mulher de verdade tem complexo de Becky Bloom. Ama moda, compras e vários cartões de crédito na bolsa e, pior, sempre dá um jeito de torrar mais ainda o dinheiro que tem e aquele que também não tem mesmo com as dívidas penduradas e os credores no seu pé. Até aquelas que estão em processo de cura como eu adorariam receber um cartão visa, amex ou mastercard sem limite de crédito ou quem sabe aquelas notas em cash vivo e perfumado. Dinheiro é bom e pode sim trazer muita felicidade, principalmente às compulsivas por compras que sempre terão o DNA do consumismo. Digo isso por experiência, a minha, a de amigas, a de clientes, etc. Obviamente, há vários níveis de gravidade em um vício Becky Bloom-be, mas ser mulher, embora complexo, é ter características muito previsíveis: gostar de moda, maquiagem, sapatos, perfumes, dinheiro, romance,etc. Tudo isso faz parte da química do enredo de Os Delírios de Consumo de Becky Bloom.



Esta comédia romântica é estrelada pela atriz Isla Fisher que faz o papel de Rebecca Bloomwood, uma jornalista compulsiva por compras, devedora nata, que só deseja gastar com prazer e alegria, ainda que não tenha mais nenhuma condição para tal, além disso ela tem as aspirações de toda jovem e sonhadora mulher: trabalhar no que gosta(no caso dela em uma revista de moda) e, porque não, encontrar o seu par bem romântico e sensível. Ela acaba por trabalhar como jornalista financeira ensinando as pessoas como administrar bem o dinheiro, enquanto que, na sua endividada vida de shopholic, passa por situações engraçadíssimas que vão desde frequentar um grupo de auto-ajuda Compradores Compulsivos Anônimos até fugir de um cobrador e esconder suas negras dívidas.



O filme é baseado no livro da inglesa
Sophie Kinsella e foi um grande sucesso de vendas. Leitura fácil, acessível e divertida, pautada por um assunto que vende bem. Confesso que , embora adore o filme e seja uma exímia madame da geração Sex and the City (moda, homens, romance, etc), eu não li e nem tenho muita paciência para este tipo de leitura. O bom de tudo isso é que me diverti bastante com o filme, sem ter uma idéia tão prévia sobre as situações, ainda que as tenha vivenciado previamente e muito. Sou Madame Bloom que já teve um Boom de compras!

O que eu mais gosto no filme é a exploraçaõ de situações típicas de toda pessoa compulsiva por compras, viciada em consumo da form amais emocional e ingênua possível. É desta form aque vejo Rebecca Bloomwood, uma adorável shopaholic, vítima de seus próprios sonhos de consumo ainda que estes a fazem feliz. Ela vê o processo de compra como algo a completá-la de alguma forma, até como forma de preencher algo que ainda não existe em sua vida (um amor, uma carreira sólida, etc); umas das cenas mais sensíveis do filme demonstra claramente isso e quem sabe um pouco de psicologia do consumo feminina entenderá a carência que toda mulher sente ao comprar, como se uma bolsa ou sapato novos pudessem ocupar o vazio de algumas emoções.

Consequentemente, apesar dos clichês de toda a consumista: "dar um jeitinho para comprar o que não precisa", "guardar as contas em uma gaveta e ignorá-las", "esquecer o que comprou e só se dar conta quando chega a fatura do cartão de crédito fazendo com que se esforce por lembrar de onde saiu tal gasto", " não ter mais espaço no armário para guardar tanto vestuário e acessórios", "enlouquecer em uma liquidação", "mentir e omitir sobre compras e dívidas", etc, o filme cativa por ter este realismo que é tão próximo da geração consumo, um realismo com angústias pós-compras, estados de negação e sentimentos de vazio e vergonha perante si, familiares, amigos, conhecidos e desconhecidos.




Outros ingredientes essenciais no filme são o romantismo e o figurino. Rebecca Bloomwood apaixona-se por um homem incrível, interessante, seu talentoso e inteligente editor
Luke Brandon (Hugh Dancy) que acredita no talento dela e, de quebra, também se apaixona por Rebecca. Este tempero a mais torna o filme ainda mais irresistível . Com relação ao figurino, além das badaladas marcas internacionais como Gucci, Yves Saint Laurent, Prada,etc darem um toque glamuroso à qualquer produção cinematográfica, o figurino é assinado pela renomada Patricia Field, bem solicitada em filmes com demandas fashionistas como Sex and the City e O Diabo veste Prada.



Becky Bloom passa por um processo de mudança mais à frente no filme e este processo só vem quando ela alcança um tipo de "limite" com algumas perdas pessoais que você poderá conferir no filme. Para qualquer viciado, a mudança só poderá acontecer quando as perdas sentimentais estão acima das materiais e o indivíduo se sente um ser isolado no mundo, devastado financeiramente e emocionalmente. Esta é a verossímil beleza do filme que com a adorável performance de Isla Fischer e de uma forma bem leve e divertida ensina que é possível dar a volta por cima após desastrosas dívidas e ter um novo começo com uma nova postura.


Por Madame Lumière

Avaliação Madame Lumière:



Título Original: Confessions of a Shopaholic
Origem: EUA
Gênero(s): Comédia Romântica
Duração: 104 min
Diretor(a): P.J.Hogan
Roteirista(s): Tracey Jackson, Tim Firth, Kayla Alpert, Sophie Kinsella
Elenco: Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter, Joan Cusack, John Goodman, John Lithgow, Kristin Scott Thomas, Fred Armisen, Leslie Bibb, Lynn Redgrave, Robert Stanton, Julie Hagerty, Nick Cornish, Wendie Malick,Clea Lewis.

Créditos fotos: Confessions of a Shopholic
Texto por Copyright Madame Lumière

5 comentários:

  1. Tb gostei bastante desse filme madame.Acho que a Isla Fischer tem ótimo timing cômico(algo que ela já tinha mostrado em Penetras bons de bico). Ademais, há de se desfrutar a ironia do filme(que estreou em tempos de crise), com os hábitos de Beck e de como ela se vê recomendando algo que não consegue fazer na vida pessoal. Mais "faça o que eu digo, não faça o que eu faço" impossível. E concordo com vc quando vc diz que mulher que é mulher de verdade tem complexo de Beck Bloom. Não há demérito nenhum nisso, desde que se busque o equilibrio (a inescapável mensagem do filme). Sejamos felizes. Não há como sê-lo sem umas comprinhas básicas, vamos combinar?

    Bjs Madame!

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  2. Olá companheiro de blog-poltrona(rs), obrigada por complementar a questão do lançamento do filme em épocas de vacas magras. Foi fundamental colocá-la no papel de uma jovem jornalista de finanças pessoais, a grande ironia que faz a diferença no filme, catalisa o próprio enredo movimentando os desdobramentos da própria mudança dela. O bom do filme é pensar que muitas vezes a gente se vê nesta situação "Eu faço mas ninguém precisa saber que sou assim", é como ter uma vida dupla e isso não acontece só no quesito finanças x gastos, se puxarmos este tema para outras questões, encontraremos podres divertídissimos como o ser humano é ótimo ator/atriz em negar o que se faz e muito bem.

    Sim, combinado. Comprei uns supérfluos hoje em nossa homenagem, em um momento de pseudo-equilíbrio.
    bjs Monsieur G!

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  3. Para variar assino embaixo do seu comentário.
    bjs madame!

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  4. Nem me fale minha mãe é no mais estilo Becky Bloom, ela é compulsiva em relação a compras de roupas, se ver uma liquidação então, ela se joga literalmente e depois jura que vai parar, é um vício! rs
    Sabe, eu tenho este filme e gosto bastante dele, tem uma história bacana e romance na medida certa, sem contar, na beleza que é a Isla Fisher!

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  5. Adorei esse filme!! Parabéns pelo blog! Mais um ótimo trabalho do ator John Goodman. Estou na expectativa de sua participação na 3ª temporada de Treme que é a combinação perfeita de ótimos atores e uma história muito inspiradora que mostra a população de Nova Orleans na reconstrução de suas vidas, suas casas e culturas após o furacão Katrina. Quero muito ver a nova temporada.

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