O filme Guarda-Costas foi um clásssico dos anos 90 para os corações apaixonados. O filme em que Frank Farmer (Kevin Costner) é guarda-costas da aclamada cantora Rachel Marron (Whitney Houston) e ambos se apaixonam perdidamente enquanto ele a protege de um psicopata é um dos romances imperfeitos mais perfeitos do cinema. E não entenda "imperfeito" de forma pejorativa, mas imperfeito porque quebra mais uma vez os velhos paradigmas das relações amorosas. Ela é rica, ele é pobre, ela é negra, ele é branco, ela é a chefe, ele é o empregado, ela é a vítima, ele é o herói. Lindo, não? Eles se amam, se atraem e se rechaçam embalados por uma trilha sonora inesquecível com destaque para o sucesso I will always love you de Whitney.
Eu estava em plena adolescência, idade que toda emoção, confusa e genuína demais, é multiplicada à décima potência e me apeguei ao meu CD The Bodyguard com todas as minhas passionais forças, já imaginando Kevin Costner me salvando do perigo iminente, inclusive me fazendo esquecer que existem caras reais e anti-ideais e que os imaginários do cinema são mais interessantes e poderiam me fazer uma adolescente mais feliz. Então, embalada por baladas românticas, cheguei a cantar muito I will always love you (por incrível que pareça até meus 20 anos, este hit era o meu sucesso em karaokês empresariais junto com o tema de Titanic de Celine Dion), no entanto Run to you , também de Whitney, marcou minha vida para sempre e, até hoje, tenho aquela compulsão musical clássica quando a ouço, aquela lá que se ouve uma faixa mais de 20 vezes, quase ininterruptamente, incansavelmente.
Run to you tem uma intensidade maior pelo simples fato do verbo correr, esta ação mais ativa do sujeito em si é o que a torna minha canção, o correr para os braços do homem amado e simplesmente se entregar, deixar o amor aflorar. Além disso isso me fazia pensar em Frank Farmer, não mais correndo para cima e para baixo protegendo a Rachel pelo ofício, mas definitivamente, ela correria para ele, ela o protegeria também com seu amor e eles ficariam juntos, sem ameaças, sem neuras, sem formalidades. E os agudos de Whitney Houston em will you run away, run away... eram fantásticos, mais dramáticos neste ímpeto emocional de correr para o amor o quanto antes . E o vídeo? Ela vestida com um leve tecido transparente branco, correndo em uma atmosfera surreal envolvida por nuvens. Definitivamente, quem ficava nas nuvens era eu...
Correndo o risco de parecer puxa saco,sou obrigado a dizer: É isso o que espero ao ler Madame Lumière. Artigos que equilibram como poucos uma perspectiva pessoal equilibrada com olhar critico contextualizado. Ao falar do clásssico O guarda costas você fez todas as escolhas certas. Reconheceu o impacto da trilha sonora junto a memória que se tem do filme, mas relatou a SUA memória em relação a ela. Perfeito. Tb sou assim. De ouvir uma música e depois ter minha percepção dela mudada para sempre após tê-la visto em um filme. Um exemplo cabal disso é A beautiful day do U2 que toca apenas n Trailer de Vida bandida. A música já fez parte das trilhas de outros filmes, mas é A vida bandida e ao lirismo jovial do filme que eu associo a música até hj. E já passaram-se 8 anos.
ResponderExcluirBjs madame
Reinaldo, agora você me deixou emocionada. Obrigada, de todo o coração!
ResponderExcluirSempre te vejo como um cara que é sensível e inteligente, um grande incentivador e, partindo de você, eu sou grata pois adoro o Claquete, adoro a sua escrita e entendo perfeitamente bem porque nos damos bem. A própria descrição do "quem sou eu" que você fez é brilhante quanto ao seu desejo de "esmiuçar" as próprias relações a partir do cinema. Eu sempre enxerguei o cinema assim e, não só o cinema, mas vários campos!
Ainda que esteja começando a escrever sobre ele, minha intenção é sempre mostrar algo que o cinema traz para o indivíduo, o reflexo de nós mesmos, sem grandes formalidades críticas, na contra-mão do que já estamos cansados de ver: a crítica que critica o outro e não o que o outro tem de nós mesmos para que sejamos críticos com relação a nossa própria vida.
Ainda que o cinema seja um espelho da vida, nunca é fácil falar sobre ele trazendo muito de nós, não é mesmo? Também não é fácil manter um blog com o mínimo de qualidade. A gente sabe como é prazeroso relatar este equilíbrio da perspectiva pessoal com a crítica, mas tem horas que o coração simplesmente não quer falar.
Beijo da madame!
Falei de coração mesmo. Obrigado também por seu reconhecimento. Matenha-se firme a suas pretensões sobre escrever e como escrever sobre o cinema. Essa força ( e a qualidade) que vc demonstra são cativantes.
ResponderExcluirComo vc pode perceber, tb sou fanzaço aqui do madame Lumière.
Bjs madame
PS: Depois desse momento Íntimo & pessoal, eu preciso saber seu nome!(rsrs)
bjs
Sim, vou dar uma de Michelle Pfeiffer e te revelar minha identidade secreta. Me chamo Cristiane.
ResponderExcluirbeijo da Madame!