Hoje fiquei perplexa como o homem ainda é tão intolerante com a AIDS a tal ponto de ser capaz de proibir pessoas com HIV de viajar e em entrar em certos países. Colocar restriçoes à viagens? Como diz o poeta Antonio Machado, caminhante não há caminho se faz o caminho ao andar. Nós, amparados pelo direito da liberdade, fomos feitos para viajar, caminhar, conhecer o mundo e não ser impedidos gratuitamente de entrar em determinados locais. Diante da declaração do secretário geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, " urge que todos os país removam as leis punitivas, políticas e práticas que dificultem a luta contra a AIDS, inclusive as restrições de viagem à portadores de HIV". Senti-me envergonhada de fazer parte da turma dos homo sapiens. Talvez isso explique porquê sempre me senti como sendo de outro mundo, talvez um planeta e uma espécie muito rara da qual eu sou uma das poucas sobreviventes.
Madame Lumière, como toda dama idealista, com vontade de ter o cargo da Angelina Jolie de embaixadora de ONU e mudar o mundo, só tem a dizer que o pior vírus que um ser humano pode ter é a intolerância e o preconceito. Isso é devastador não só para quem é vítima do preconceito, mas para quem é preconceituoso.
Aproveito também para deixar uma dica de filme, o grandioso e super premiado Philadelphia, um filme must-watch sobre a problemática social da AIDS: preconceitos, injustiças e lutas pela vida, justiça, tolerância. Dirigido pelo brilhante Jonathan Demme e com os talentosíssimos Tom Hanks (como o homossexual e portador de AIDS Andrew Beckett) e Denzel Washington (o homofóbico advogado Joe Miller), o filme gira em torno do drama de Andrew que é demitido por ter a doença sofrendo as mazelas do preconceito, logo o enredo se desenrola com a batalha judicial, o definhamento de Andrew pela doença e a luta por justiça de Joe Miller que desenvolve uma amizade por Andrew quebrando os próprios preconceitos de sua homofobia. Belíssimo e, justamente, rendeu várias premiações, inclusive o Oscar à Tom Hanks como melhor ator.
Prometo voltar aqui para falar sobre Philadelphia após você assistí-lo (porque tenho certeza que você o fará) e, eu também; tenho que rever todos os detalhes pois o assisti milhares de anos atrás, além de querer debulhar-me em lágrimas ouvindo Maria Callas, minha cantora erudita preferida, aproveitando assim meu estado de humor da semana que está apegado totalmente ao romantismo clássico de Chopin, Rostropovich e Beethoven). Juntos vamos dar voz contra qualquer tipo de preconceito, com poesia, música e cinema.
Nações Unidas AIDS (Global)
Todos contra o preconceito ( Brasil)
Bonita a sua contibuição para essa importante batalha silenciosa travada cotidianamente por portadores do HIV. É, de fato, um absurdo que ainda sejamos reféns da intolerância em tempos como os que vivemos. E não há filme mais mimético da mensagem que objetiva transmitir do que Philadélphia. Um senhor filme. Espetacular em vários níveis. Seguramente uma das melhores produções que eu já vi até hj. Belíssimo drama, filme de tribunal contundente, tem agenda social sem ser piegas e é um libelo contra a intolerÊncia. Bela dica!
ResponderExcluirBjs madame!
Obrigada pelo comentário sobre Philadélphia. Um Senhor filme para Ladies e Gentlemen em respeito e tolerância.
ResponderExcluirBeijo da Madame!