Rapidinhas no MaDame:
Porque o que importa é o prazer da Cinefilia
Por Cristiane Costa
Sobre a história: Max Simkin (Adam Sandler) trabalha como sapateiro na loja que herdou de seu pai Abraham (Dustin Hoffman), situada no Lower East de Nova York. De poucos amigos, apenas o barbeiro Jimmy (Steve Buscemi), Max tem uma vida entediante e se questiona se deve seguir o negócio da família. Uma descoberta mágica muda sua rotina e o coloca em contato com a vida de seus clientes.
Opinião Geral sobre o filme: Ao olhar o pôster Brasileiro de "Trocando os pés", o filme deve ser levado a sério? Provavelmente não. Faz parecer um besteirol daqueles que ficam em segundo plano na escolha de um bom filme. Entretanto, esta história está bem longe de ser uma bobagem. É uma comédia dramática com características de conto mágico. Com direção de Thomas McCarthy (do excelente "O Visitante"), ela se mantém fiel às preferências do diretor por abordar dramédias. A história tem originalidade no plot, é uma completa "viagem" fantasiosa em um cotidiano urbano e com um protagonista loser; porém parte de absurdos e manobras narrativas rápidas e pouco estruturadas nos desdobramentos da história para justificar a mais "interessante e aventureira" nova vida de Max . McCarthy, que assina o roteiro com Paul Sado, se apega a situações engraçadas na rotina de Max e em reviravoltas criadas por suas confusões. A ideia é divertida mas não é bem desenvolvida no roteiro e nos personagens. O maior problema ocorre quando uma comédia dramática não desenvolve sua faceta dramática, recorre a colocar um personagem fracassado que é pouco desafiado a pensar e vivenciar seu conflito pessoal e se empenha em forçar situações engraçadas. Tudo isso ocorre aqui! E qual é a surpresa? É um roteiro de McCarthy, que leva jeito para comédias dramáticas e escreveu o de "O Visitante", ele tem talento para elaborar melhor os conflitos. Adam Sandler tem uma atuação bem minimalista, introspectiva, moderada. Ele não é desafiado a nada além de trocar os sapatos e fazer valer os rumos do desfecho. Evidentemente, ele e grandes atores como Dustin Hoffman e Steve Buscemi poderiam ter sido melhor utilizados.
O desprazer: Apesar das boas intenções dos roteiristas e de garantir momentos non sense de diversão ( e dá para rir ), faltou desenvolver as subtramas que surgem e os conflitos do protagonista sob uma perspectiva mais próxima da qualidade das boas comédias dramáticas.
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