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Lançamento de 11 de Dezembro #ImagemFilmes
Por Cristiane Costa, Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação
O lançamento de Traição Entre Amigas (2025) traz uma estratégia que vai além do apelo comercial imediato. Ao reunir Larissa Manoela e Giovanna Rispoli, o longa capitaliza a lealdade de uma base fiel de fãs que cresceu junto com as atrizes, ao mesmo tempo em que lhes propõe um necessário desafio de maturidade. Para o diretor Bruno Barreto, o cinema é, essencialmente, uma investigação sobre o comportamento humano, o que justifica sua conexão com a obra de Thalita Rebouças. Celebrando 25 anos de carreira, a autora enfatiza que sua parceria com Barreto floresceu pela recusa a visões simplistas; em suas histórias, as pessoas acertam e erram na mesma medida, refletindo a fragilidade da condição humana.
Para Larissa Manoela, que celebra duas décadas de trajetória, o projeto surge como um marco de validação em territórios decisivos de sua atuação, explorando a humanidade, a feminilidade e uma sensualidade madura. Já para Giovanna Rispoli, encontrar sua personagem foi fundamental para lidar com a complexidade da figura feminina, permitindo-lhe investigar nuances intensas e perturbadoras. Ambas as protagonistas são apresentadas de forma humanizada, onde o erro é compreendido como parte intrínseca da travessia. Essa honestidade narrativa retira o filme do campo das lições de moral e o coloca no território da vivência real e da autodescoberta.
A dinâmica de amadurecimento ganha uma camada extra de tensão com a presença de Gabriel, interpretado por André Luiz Frambach. Vivendo um personagem mentiroso e machista, o ator constrói um tipo que desperta confiança e repulsa simultaneamente, evidenciando o papel pedagógico do cinema ao expor as engrenagens de amores tóxicos para o público jovem adulto. Ao moldar o papel com valores opostos à sua postura real, Frambach expõe o perigo dos sedutores manipuladores. O elenco é ainda fortalecido por nomes de diferentes gerações, como Guenia Lemos, Otávio Linhares, Dan Ferreira, Gabrielle Joie e Pedro Colombelli, que conferem sensibilidade e solidez ao tom contemporâneo da obra.
Embora o filme mantenha uma doçura pop, as performances assumem uma crueza necessária ao lidar com a dor da separação e os limites das escolhas. A obra equilibra o entretenimento com a realidade ao abordar a sexualidade e os novos vínculos que surgem, como o envolvimento da personagem de Larissa Manoela com a figura vivida por Nathalia Garcia. Além disso, a presença de Emanuelle Araújo, no papel de mãe, consolida um ambiente familiar que precisa processar as transformações dessas novas fases. O roteiro evita o moralismo, focando na quebra abrupta gerada por mágoas que resultam em um afastamento essencial para o crescimento individual.
A geografia do filme atua como elemento narrativo estratégico através da escolha de Curitiba e Nova York como eixos centrais. Bruno Barreto subverte a expectativa visual convencional ao retratar Curitiba em um inverno frio e monocromático, aproveitando o rigor estético de locais como o Teatro Guaíra, a Ópera do Arame e o tradicional trajeto de trem para Morretes. Essa inversão climática, onde o cenário brasileiro assume o frio enquanto o verão floresce no exterior, foge dos clichês geográficos habituais. Esse frescor confere ao longa uma identidade estética mais autoral e sofisticada, próxima de obras que buscam romper com o senso comum e elevar a produção para além do nicho comercial.
Elenco de muito talento e conexão. Foto Acervo MaDame: Coletiva de imprensa do filme
Em última análise, a direção de Bruno Barreto conecta de forma harmoniosa o amadurecimento do elenco às complexidades das relações femininas, historicamente marcadas por tensões e competições. No filme, a traição deixa de ser um fatalismo para se tornar um episódio de evolução, sugerindo que a lealdade mais profunda deve começar em nós mesmos. Ao focar nos processos individuais de amores e dores, a narrativa aproxima o espectador de uma experiência empática e autêntica, oferecendo uma mensagem positiva sobre a necessidade de seguir em frente para alcançar uma versão melhor de si.






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