Sou MaDame Lumière. Cinema é o meu Luxo.

Por  Cristiane Costa ,  Editora e blogueira crítica de Cinema, e specialista em Comunicação Desde a criação do MaDame Lu...

Mostra de Cinemas Africanos: Filmes que você não pode perder







Por Cristiane Costa,  Editora e blogueira crítica de Cinema, especialista em Comunicação



Desde a criação do MaDame Lumière,  um dos pilares de divulgação e promoção do Cinema pelo blog é propor ao leitor revelar a potência da Sétima Arte e da força do olhar do espectador em sintonia com as variadas histórias contadas pelo Cinema. 

Aceitar esta proposta é descobrir novos mundos, percepções e emoções nas diversas cinematografias mundiais, inclusive as que ainda estão invisibilizadas pelo sistema do mercado audiovisual que não dá conta (ou não prioriza) a distribuição de filmes independentes e cult.
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Este mês as curadoras Ana Camila  e Beatriz Leal Riesco em parceira com o SESC São Paulo abriram uma janela de exibição para o Cinema Contemporâneo Africano e suas Diásporas. Está em cartaz a "Mostra de Cinemas Africanos" no Cinesesc até 17 de Julho. Em sua quarta edição, a Mostra traz um total de 24 filmes de 14 diferentes países, com preços acessíveis que podem ser comprados na internet, via site do SESC SP ou na bilheteria do Cinesesc.


O diferencial da Mostra de Cinemas Africanos é o direito à visibilidade e representatividade de produções cinematográficas Africanas, suas histórias, suas realidades e potências em territórios que precisam aprender a valorizar, cada vez mais, as identidades, manifestações artísticas, produções e legados da cultura Africana. 


O Brasil é um destes países que, além de ser um mercado multicultural de Cinema, tanto dos produzidos aqui como dos produzidos no exterior, tem uma população negra, no geral, também uma nação multiétnica que precisa se apropriar da valorização desta ancestralidade e do reconhecimento das produções culturais das diversas Diásporas. 

Segundo os organizadores  o objetivo da Mostra é "mostrar a explosão de riqueza, criatividade e diversidade na última década  de uma cinematografia com um pouco mais de meio século de vida".  O evento traz longas e curtas que são, na sua maioria, inéditos. Eles não entrarão em circuito comercial no país, o que torna esta uma oportunidade singular para cinéfilos e apreciadores do bom Cinema.


Como parte de um momento de conquista da diversidade do Cinema no Brasil,  é fundamental que, aqueles que têm oportunidade de conhecer e prestigiar o evento, realmente o façam. É um momento único que incentiva o conhecimento sobre outras realidades de países africanos, estilos e  formas de direção, cineastas emergentes e que estão na luta, assim como explorar as diferentes narrativas oferecidas pela Mostra. 

Outra característica desta janela de exibição é a presença de várias mulheres diretoras na programação. O protagonismo feminino representa uma evidência do crescimento do evento. Este ano, entre os filmes e cineastas presentes, destacam-se:  Kasala! (Ema Edosio), Afronautas (Nuotama Bodomo) e Pumzi (Wanuri Kahiu), a Irmandade (Meryam Joobeur), Lua Nova (Philippa Ndisi-Hermann) e Ame quem você ama (Jenna Bass).

Segundo o MaDame Lumière, estes são os filmes que são imperdíveis, mas se tiver tempo e dinheiro, veja o máximo de filmes que puder:







"Supa Modo" (Quênia/Alemanha, 2018 de Likarion Wainaina): Destaque no Festival de Berlim em 2018, a história conta a jornada de uma menina com câncer em fase terminal. Diferente dos dramas pesados sobre a doença, o longa utiliza o simbólico poder do cinema, com doçura, imaginação e afeto.





 "Vaya" (África do Sul, 2016, de Akin Omotoso) : história sobre 3 pessoas que chegam à periferia de Joanesburgo e têm que lidar com o abandono de suas famílias e outras situações de vulnerabilidade, violência e maus tratos. Inspirado em relatos reais de pessoas em situação de rua.




"Olhe pra mim" (Tunísia/França, 2018, de Néjib Belkadhi): narrativa sobre um pai que retorna ao país no qual fugiu da família e reencontra o filho autista. A paternidade é retratada como um reencontro transformador.  Nidhal Saadi, que protagoniza o pai, ganhou o prêmio de melhor ator no festival internacional de Cinema de Marrakech (2018).




"Kasala!" (Nigéria, 2018, de Ema Edosio): comédia sobre juventude negra na qual quatro jovens pegam um carro que não pertence a eles e entram em uma tremenda confusão.  A combinação do humor e da fisicalidade dos atores é o destaque, além da vibrante, estilosa e moderna direção.




"Ame quem você ama" (África do Sul, 2014, de Jenna Bass): Uma história sobre relacionamento rompido que coloca em cena os ideias do amor, da felicidade e das relações. Destaca-se por tratar dos afetos contemporâneos. 




"Rafiki" (Quênia, 2018, de Wanuri Kahiu): uma narrativa LGBTQi+ sobre o amor,  amizade e liberdade de duas mulheres, inspirada no conto "Jambula Tree" da Ugandesa Monica Arac de Nveko.



(Hienas. Foto: divulgação)


Os clássicos Senegalenses "Touki Bouki" (1973) e "Hienas" ( 1992) de Djibril Diop Mambéty: O primeiro narra sobre o encontro entre Mory e Anta em Dakar que sonham em ir à França. O drama relata sobre os sonhos da juventude em mudar de país, assim como a realidade e frustrações. O segundo aborda o drama do amor e da vingança e é uma adaptação da peça "A visita da velha Senhora" do autor suiço Friedrich Dürrenmatt, um dos maiores clássicos teatrais em língua alemã.


Maiores informações sobre o evento, acesse a página Mostra de Cinemas Africanos: https://www.facebook.com/pg/mostradecinemasafricanos
Críticas do filme, acompanhe as divulgações também no facebook https://www.facebook.com/crismadamelumiere/ e nesta página.


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