Em Uma Doce Mentira, Audrey Tautou é Émilie Dandrieux, sócia e cabelereira de um salão de beleza. Ela é uma mulher autêntica, de personalidade prática, que oculta qualquer rastro de sentimentalismo. Ela só se preocupa com sua mãe Maddy (Nathalie Baye), separada há quatro anos e que está com depressão. O pai de Émilie trocou Maddy por uma mulher bem mais jovem e quer o divórcio. Émilie tenta preparar sua mãe psicologicamente para aceitar a separação, porém nada tira Maddy de seu estado de abandono, solidão e baixa autoestima. Dentre os funcionários de Émilie, está Jean (Sami Bouajila), um homem bondoso e sensível, completamente apaixonado pela patroa. Ele escreve uma bela e anônima carta de amor à Émilie, porém essa carta é ignorada pela cabelereira que a usa para entregar à sua mãe, dessa forma, usando uma 'doce mentira' para que Maddy pense que há alguém apaixonado por ela e esteja revigorada para um potencial caso amoroso, saindo do estado latente de depressão.
Por conta de uma carta e outras que serão enviadas a Maddy para sustentar essa mentira amorosa, há divertidas confusões na película. O roteiro tem sua força no texto bem humorado desses encontros e desencontros, nos equívocos que levam a novos equívocos e a situações que trazem novos aprendizados para mãe e filha. Audrey Tautou está encantadora e vigorosa em seu talento humorístico porque ela está no centro do conflito e faz caras, bocas e ações para livrar a própria cara e não decepcionar Maddy. Ela deseja o bem para sua mãe, mas tem que aprender a não ser egoísta, mentirosa e controladora. Ela também tem que aprender a enxergar e reconhecer o amor de Jean para permitir-se amá-lo. Nathalie Baye é uma excelente atriz, tem um sorriso luminoso, uma maturidade interpretativa que agrega qualidade a uma história simples e realista na qual mulheres mais velhas são abandonadas por maridos que buscam mulheres mais jovens. Ela recupera a autoestima, mas tem que aprender a tê-la independente de um homem para ser feliz movida por ela mesma. Sami Bouajila impõe uma atuação coadjuvante de carisma, humildade e generosidade, contribuindo com a simplicidade do seu personagem. Jean ama tanto Émilie e está disposto a sustentar uma mentira a mando dela, mas tem que aprender a sair dessa constrangedora situação, a não invadir sua essência como homem de carater. Além dessas lições de vida para os personagens, o longa tem uma narrativa bem típica de comédia romântica, ou seja, de happy end após mal-entendidos e desencontros, porém é diferenciada porque pertence a gama de filmes recentes que têm o frescor, o charme e a atmosfera das comédias Francesas: bela cenografia, brilho natural e carisma de competentes atrizes, atuações levemente teatrais e bem humoradas. Verdadeiramente, um entretenimento garantido para os que adoram o romance e o riso do Cinema Francês.
Título original: Des Vrais Mensonges
Ano: 2010
Diretor : Pierre Salvadori
Roteiro: Pierre Salvadori, Benoit Graffin
Elenco: Audrey Tautou, Nathalie Baye, Sami Bouajila
Eu tô tão frustrada porque não estou tendo tempo para assistir a NENHUM dos filmes desse Festival... :(
ResponderExcluirKamilinha, não perca! Dê um jeitinho se possível pois o Cinema Francês tem um ar tão refrescante, que é um renovo para os nossos olhinhos cinéfilos. bj
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