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Crepúsculo: no 1º filme, Bella é só do Edward, entregue à paixão A cada lançamento de mais um longa-metragem da Saga Twilight , ela é basta...

Por que a Saga O Crepúsculo dá certo?

Crepúsculo: no 1º filme, Bella é só do Edward, entregue à paixão


A cada lançamento de mais um longa-metragem da Saga Twilight, ela é bastante criticada como um fenômeno editorial e cinematográfico descartável e desprovido de qualidade, porém, após a chegada do terceiro filme da Série, Eclipse sob a direção de David Slade, fica ainda mais evidente por que Saga O Crepúsculo dá certo, dóa a quem doer. Muito simples! É uma história de amor com elementos mitológicos, pop, vampíricos, e ela é contada para envolver e emocionar o público, principalmente, com o apelo de um triângulo amoroso tentador que transita entre o desejo e o romantismo. De maneira geral, todos já deveriam saber disso (mesmo sem ler os livros), e não esperar nada diferente dela porque A Saga Crepúsculo tem que se vender muito bem na bilheteria como produto comercial de um fenômeno já cultuado pelo público jovem. Se a febre passará, isso já é outra história, mas convém mencionar que Lord of the Rings e Harry Porter também já tiveram seus períodos de plena efervescência.



Lua Nova: no 2º filme, Bella leva um fora e sofre longe de Edward;
encontra em Jacob ombro, bíceps e abdômen 'amigos'



Stephenie Meyer, escritora da Saga Crepúsculo é uma mulher de sorte. De dona de casa sem muita grana à milionária autora do best-seller que "renovou" o mito vampiresco o transformando em uma ficção de amor adolescente tensionado por um triângulo amoroso entre uma humana, um vampiro e um lobisomen. A receita é inovadora? Não, é comercialmente sedutora dado o viés romântico e fantasioso. Ela precisou ser uma Anne Rice? Não, a linguagem de sua prosa não tem a veia literária e nem de profunda pesquisa mitológica de Anne Rice e, provavelmente não atingiria tanta popularidade se fosse literatura vampiresca clássica. Apesar de tudo, Meyer tem seus méritos e soube ser visionária ao reinventar o mito vampiresco para alcançar uma nova legião de leitores, em especial as garotas adolescentes, que se identificam com os personagens e se sensibilizam com suas emoções. Stephenie teve a sorte de sonhar com a história do livro (sim, ela sonhou com Twilight) e o esforço de colocar a escrita para funcionar, o que foi bem aceito por pessoas de várias idades também, porque ela criou o que conquista o coração das pessoas: romance, e com ele, o drama romântico e a fantasia mitológica em uma linguagem simples, acessível e com vários rodeios sob a perspectiva de Bella, a humana que terá sua vida mudada para sempre, e que precisa de emoção, de proteção e tem um senso de liberdade de decidir seu próprio destino, o que faz todo o sentido dado que ela se apaixonou perdidamente por Edward e que viver aquela vida comum na nebulosa Forks seria muito tedioso. Certamente, associar-se com lobos e vampiros dá mais excitação à vida dela.



Eclipse: no 3º filme, Bella tem que amadurecer a sua escolha final,
e conviver com os pedidos de casamento de Edward...


Não a toa que o mundo Twilight gira em torno de Bella, fato que favorece o romantismo da obra e sua adoração por milhares de mulheres. Ela é altamente protegida pelos Cullens, por Jacob Black e a alcatéia, pelo pai Charlie , enfim Bella é o estereótipo de heroína romântica que é o centro da atenção e é desejada. Qual é a pessoa que não quer ser desejado(a) e ter a opção de escolher entre 2 pessoas bonitas, atenciosas e muito apaixonadas que até morreriam para dar-lhe a vida? Muito lógico! Quem não quer amar loucamente e intensamente além da vida e sair da solidão terrena? Uma boa parte das pessoas, mesmo que não assumam isso. Além disso, a Saga cria a tensão da rivalidade, a tensão da escolha, a tensão pela espera da transformação, a tensão pela espera da primeira noite de amor, enfim Stephenie Meyer não foi nada tola, e se esforçou para estender a história ao máximo (obviamente também com a estratégia editorial e vantagem de vender mais livros), uma história que provavelmente poderia ser mais resumida, mas se o fosse, não criaria tanta expectativa e exorbitantes vendas.




... mas eis que está o 'sem camisa' determinado lobo 'tudo de bom' Jacob,
e o triângulo começa a esquentar acima da temperatura de um lobisomen.


Twilight envolve amor e escolhas a serem feitas as quais não têm volta; no caso Bella (Kristen Stewart) e a escolha de ser vampira ao lado de Edward Cullen (Robert Pattinson) ou humana ao lado do meio homem quileute, meio lobisomen, Jacob Black (Taylor Lautner). Muito do sucesso da série é o poder do trio, provavelmente se não tivesse o triângulo amoroso, metade do interesse das pessoas estaria perdido afinal, quem nunca amou alguém que amava outro alguém? Quem nunca tentou lutar por um amor? Quem nunca ficou seduzido a trair? A vida é de desencontros, e de constante angústia e indefinições. Com o terceiro filme, Eclipse, o triângulo chega ao seu ápice, e com ele mais ação com os vampiros recém-criados, um exército para destruir os Cullens e Bella, por isso mais uma vez tudo caminha para ser um sucesso, lá está o triângulo amoroso e Bella circulando entre os dois amados de sua vida e super protegida. Que a Saga Crepúsculo é um sucesso editorial, isso já sabemos. Que a mesma Saga vampiresca é a menina dos olhos da Summit Entertainment e de seus poderosos chairmen Rob Friedman e Patrick Wachsberger, não há dúvidas, com uma história de amor aclamada como esta, não havia como não transformá-la em imagens cinematográficas e sugar do sangue de seu sucesso.



Créditos fotos: Fan Pop

4 comentários:

  1. Ótimo texto Madame, conseguiu passar o que a Saga representa para você e etc.
    Eu cheguei a ler os livros, e gostei. Meyer, é uma boa escritora, mas não diria que ela é ótima, acho que ela conseguiu criar um mundo novo em uma leitura fácil para adolescentes.
    Já os filmes, não sei o que te dizer. Não gostei de Eclipse, achei péssimo e arrastado. Enfim, a saga pra mim não cheira e nem fede, simplesmente, desisti dela... tem coisas melhores no mundo para serem vistas! rs

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  2. Bela análise madame. Mais interessante do que se contorcer tentando desqualificar Crepúsculo é buscar entender suas bases. Algo que esse artigo explicita muito bem!
    Beijos

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  3. Perfeito o texto, MaDame! "Crepúsculo" dá certo porque mexe com o imaginário da gente. Especialmente, nós, mulheres. Edward tem qualidades que muitas de nós gostaríamos de ter num parceiro. Jacob também tem um lado mais "selvagem" que a gente gosta! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrrs

    E tem a questão do eterno, do feliz para sempre. Este é um clichê, mas que SEMPRE funciona!!

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  4. Análise inteligente Madame!

    O melhor argumento que li na net sobre Crepúsculo até agora. Uma bela discussão e envolvimento o seu texto. Sempre! De verdade, cara Dietrich!

    Eu não tenho frissons por Crepúsculo mas respeito quem gosta! Partilarmente não faço exercício da minha homossexualidade quando o assunto é Twilight, aqui o papo é mais lingerie mesmo, rs! Tem homens mais interessantes que Edward e Jacob e faço coro ao Alan: há coisas melhores pra se assistir, todavia acho simpática a obra da Meyer que tem uma escrita legal e é fácil digerí-la.

    Os filmes acho fraquinhos. O Eclipse é mais bacaninha porque o Slade é um eficiente artesão e entende destes filmes. Gosto de Menima Má.com, por exemplo- ele praticamente lançou a Ellen Page!

    A saga Crepúsculo dá certo porque exitem mais mulheres e gays no planeta terra, rs! E graças a deus por isso. Aleluia!!

    Bjs,

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