Quem espera ver cenas quentes com Angelina Jolie como a bela agente Salt, engana a si mesmo. A atriz já não prioriza tal estereótipo acerca de seu imbatível poder de sedução. O máximo que há em cena é o seu relacionamento com o marido Mike Krause (August Diehl) que não é desenvolvido porém tem uma variável importante que é mostrar que, por trás da fria expressão da agente da CIA, há um coração sensível e que se apaixonou por um homem em um cenário que não prioriza o amor e que coloca a vida dos dois em risco. Mais uma vez, Angelina Jolie coloca em prática a sua elegância letal e habilidoso manejo de ação como uma heróina. Ela o faz muito bem e consolida de uma vez por todas que nasceu para ser uma ótima atriz de ação. Poucas atrizes o conseguem fazer com tanta competência, e principalmente com estilo e charme. No desenvolvimento dessa película, Angelina Jolie foi bem treinada para trabalhar bem as cenas de ação, as sequências de lutas, principalmente porque, no início, seu papel foi concebido para ser interpretado por um homem que teria uma forma mais truculenta de atuar, no entanto após a escalação de Angelina Jolie, o propósito era desenvolver a ação pautada em uma maior leveza corporal, feminina sem afastar-se da verossimilhança de uma perigosa agente da CIA. Angelina se saiu muito bem neste papel e demonstrou que voltou à forma física e ativa bem rápido, considerando os oito meses que separam o parto de seus gêmeos e o início das filmagens de Salt.
Salt é pura ação em um suspense eletrizante que cresce com a trilha sonora e coloca Angelina Jolie em destaque, mas é um cinema de espionagem bem diferente de tramas mais bem desenvolvidas com bastante mistério, intrigas e reviravoltas. Seu roteiro deixa a desejar no registro de um spy drama mais elaborado por isso, para quem espera um complexo thriller de espiões, Salt não é o filme certeiro neste quesito. Basicamente, Salt é acusada, foge da agência para salvar sua própria pele, e é perseguida até que o clímax revele quem é quem. O foco é colocar Angelina Jolie concentrada e fria o suficiente para provar sua inocência. O efeito é dinâmico, conciso e, portanto, não há espaços para dramáticos diálogos. Levando em conta a vantagem de ter enfocado mais em ação e menos em dramaticidade, Salt é um filme de uma agente feminina, o que dá uma bem-vinda e contemporânea leitura para o Cinema de agentes secretos, já que os mais conhecidos são homens como Jason Bourne e James Bond. Aliás, este deve ter sido o bom propósito dos produtores que, ao unirem Angelina Jolie e sua experiência de ação em filmes como Lara Croft, Sr e Sra Smith e O Procurado à personagem de uma agente da Cia puderam entregar um filme comercial com uma atriz que vende facilmente sua imagem, apostando em marketing, sucesso de bilheteria e uma nova mulher espiã.
Embora a ação seja bem realizada e crescente, Salt deveria ter desenvolvido melhor a trama, seu conteúdo 'intelectualizado' de espionagem, desta forma, se tornaria menos previsível e mais inteligente. O fato da divulgação Sony Pictures ter lançado um hotsite na qual há um excelente jogo SALT - O Dia X existe, baseado no dia chave do ataque dos conspiradores e que divide com o expectador uma realista experiência com Salt alimentou grandes expectativas do teor desta trama. O jogo é tão bem feito que dá para esperar por uma trama bem misteriosa e dramática, porém não é o que acontece e o envolvente jogo é mais emocionante que a película. Como é prática, o Cinema de Espionagem aqui usa as mesmas fórmulas prontas, ou seja, a oposição USA e Rússia dos tempos de Guerra Fria , a oposição USA e países árabes e o iminente conflito entre eles, e a cultura do medo americano que é exatamente a vitimização de que eles fazem na qual o presidente dos Estados Unidos pode dar início a uma guerra diplomática ou morrer a qualquer momento. Tais fórmulas prontas quando roteirizadas e filmadas com a mesma previsibilidade empobrecem o longa-metragem e não acrescentam nenhuma nova leitura fílmica, um excepcional registro. Nesse aspecto, Salt merecia mais sal para ficar menos insosso.
Título Original: Salt
Origem: EUA
Gênero(s): Ação, Suspense
Duração: 100 min
Diretor(a): Philip Noyce
Roteirista(s): Kurt Wimmer
Elenco:Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor, Daniel Olbrychski, August Diehl, Daniel Pearce, Hunt Block, Andre Braugher, Olek Krupa, Cassidy Hinkle, Corey Stoll, Vladislav Koulikov, Olya Zueva, Kevin O'Donnell, Gaius Charles
Ainda não conferi SALT, não tive ânimo para ver uma fita de ação no cinema, se bem que estou precisando de uma animada, hehe e acho que Salt tem este propósito, ser um bom entretenimento. Acho, Angelina uma atriz e ela mostra que ela gosta mesmo é de ação, não sei se é porque ela deve gostar de uma adrenalina ou não tem muita carga dramática, mais Angelina se sai bem neste estilo de filme!
ResponderExcluirÓtimo texto Madame!
PS: Falando em Angelina, vou ver hoje um filme dela é o GIA Fama & Destruição, é maio antiguinho já, hahaha, já viu ?
Abs.
OI my Darling!!
ResponderExcluirDe uma policial tímida em O Colecionador de Ossos para uma agente russa infiltrada, Jolie prova a sua versatilidade. Realmente ela é uma diva moderna de lábios carnudos e uma mulher de "N" facetas!
Eu gostei muito deste trabalho do Noyce, embora de fato, o roteiro foi um tanto irregular (faltou este SALTY) revelando logo de cara e entregando os plots facilmente ao espectador, mas nada que atrapalhe porque o filme tem ação de sobra e neste quesito é bem construido.
Agora que Jolie acertou num papel que ela procurava e com aquele final esperamos uma continuação.
A 007 e Bourne de saias, rs!
Bjs!
Rô
Belo trocadilho final. De fato, Salt não é o que muitos esperavam. Quanto a mim, honrou milimetricamente as expectativas, já que eu esperava um filme de ação presunçoso e cheio de Angelina Jolie. Enfim, um divertimento legal. Nada mais.
ResponderExcluirbjs