Com um roteiro indicado ao Oscar, o filme apreende a atenção desde o início pois a separação de Lucy e Jerry já sinaliza que não há razões sérias para o divórcio, mesmo que ambos deixem à audiência a dúvida: Jerry traía Lucy? Lucy traía Jerry? Talvez sim, talvez não... A partir daí, a adorável simpatia de Irene Dunne e a versatilidade cômica do eterno carismático Cary Grant presenteiam o expectador com situações simples, mas com uma facilidade impressionante para o riso e com um timing irônico delicioso. O longa-metragem se torna uma arena de Lucy e Jerry, um circo conjugal montado exclusivamente para revelar que o amor está lá, basta pararem com a palhaçada que é o orgulho Em uma das desavenças, há espaço até para uma das estrelas do filme, o cachorrinho Fox Terrier Sr. Smith, que pertencia a ambos, mas que agora é disputado como se fosse a guarda de um filho. A presença do Sr. Smith dá tanta graça à comédia que a cena na qual Cary Grant faz um duo musical com ele é imperdível e inesquecível para a História das clássicas comédias do Cinema.
Após assistir este agradabilíssimo longa-metragem que recebeu 6 indicações ao Oscar, mais uma vez fica evidente do porquê não se fazem comédias tão boas como as de antigamente. Naquela época, não era necessário apelar para garantir forçadas gargalhadas e muito menos banalizar o gênero com roteiros ineficientes e desprovidos de carismática diversão. Naquela época, comédias eram roteirizadas com uma fluidez cômica e uma elegância ímpar até para o ato de rir. Naquela época, tínhamos um Cary Grant, amado pelas mulheres e invejado pelos homens, e que tinha um background cômico e experiência acrobática que já havia começado na sua terra Natal, a Bristol Londrina. Ele integrara a Trupe Bob Pender Stage que o ajudara a desenvolver ainda mais suas habilidades de comediante. Cary Grant com um roteiro objetivo, perspicaz, fun e inteligente eleva ainda mais este filme pois há cenas em que ele exerce mesmo sua habilidade física para fazer rir atráves das suas caras, bocas e demais partes do corpo e o talento de fazer comédia já lhe é natural, uma marca de nascência. Definitivamente, Cary Grant foi um dos grandes comediantes que Hollywood já teve, e o melhor de tudo, ele tem o charme e romantismo único que adere perfeitamente bem às comédias românticas.
Irene Dunne está perfeita nesta atuação, merecidamente indicada ao Oscar, porque não é fácil estar ao lado de Cary Grant e continuar brilhando com luz própria. Como Lucy, sua interpretação é interessante porque inicialmente ela mantém-se 'em cima do salto alto' como parte das mulheres que, orgulhosas, não dão o braço a torcer para seus ex-maridos; mas aos poucos percebe-se visualmente como sua expressão indica que ela é apaixonada por Jerry, se divertia ao lado dele e tem saudades dele. Irenne Dune também é uma excelente comediante e tal talento é maravilhosamente bem evocado no roteiro quando ela finge ser a irmã de Jerry, demonstrando mais uma vez que já não se fazem comediantes espontaneamente comediantes como os de antigamente. Não há dúvidas de que Cupido é Moleque Teimoso é um clássico das comédias e é irresistivelmente romântico para flechar os corações que acreditam no Amor.
Título Original: The Awful Truth
Origem: USA
Gênero(s): Comédia, Comédia Romântica, Romance
Duração: 91 min
Diretor(a): Leo McCarey
Roteirista(s): Viña DelmarElenco: Cary Grant, Irene Dunne, Ralph Bellamy, Molly Lamont, Alexander Darcy, Cecil Cunningham.
Olha que coisa madame, não conhecia este filme, mas lendo agora fiquei com muita vontade de conferir. É sempre bom ver um clássico, ainda mais sendo comédia!
ResponderExcluirAbs. =)
O charme de Cary Grant e o jeito travesso de Irene Dunne. Um clássico que só assisti uma vez.
ResponderExcluirObrigado por postar lindamente este filme.
Há tanto, já havia esquecido dele.
Golden Age da Columbia Pictures!
Bjs my Darling!
Rodrigo